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Gol EcoMotion e Gol Seleção são destaques da linha 2011 da Volkswagen

<b>Gol EcoMotion promete maior eficiência, com consumo médio de 12 km/l de etanol</b> - Divulgação
<b>Gol EcoMotion promete maior eficiência, com consumo médio de 12 km/l de etanol</b> Imagem: Divulgação

Eugênio Augusto Brito

Do UOL, em Campinas (SP)

30/04/2010 18h56

A Volkswagen fez na quinta-feira (29) o já tradicional anúncio anual de virada da linha zero-quilômetro, que a partir de maio passa a contar apenas com veículos modelo 2011. São três as novidades: como estamos em ano de mundial de futebol, o marketing será focado no Gol Seleção (o nome Gol Copa foi deixado de lado, talvez por questões comerciais), série sazonal e limitada baseada no Novo Gol com motor 1.0 e apliques alusivos ao escudo da CBF que, pretensamente, homenageiam a equipe brasileira de futebol, patrocinada pela montadora.

Há ainda a adoção do pacote Sportline para o hatch médio Golf com motor 2.0. Mas, para UOL Carros e parte da imprensa que acompanhou o lançamento, o destaque ficou (com um certo ar pitoresco, aliás) para o "patinho feio" Gol G4, aquele com carroceria antiga e que se tornou o modelo de entrada da marca com a chegada da atual geração do Gol, na nova versão EcoMotion, que fugiu do esquema pequenas mudanças visuais/leve atualização de acessórios.

TESTE EFICIENTE

  • Eugênio Augusto Brito/UOL

    Acima, equipamento de medição do consumo no porta-malas do Gol EcoMotion avaliado: mangueira traz combustível à válvula, que o libera para o motor após aferição...

  • Eugênio Augusto Brito/UOL

    ... enquanto dados são enviados ao mostrador digital no painel: em 37 minutos de teste, gastamos 1,94 litro de gasolina.

  • Eugênio Augusto Brito/UOL

    Acima, o pneus 165/70 aro 13, mais estreito

TORNEIRA FECHADA
Comecemos por ele, então: o Gol G4 EcoMotion promete economia de combustível (e, consequentemente, de emissões, no discurso da fabricante) em torno dos 10%, com gasolina ou etanol, na comparação com um Gol G4 convencional. Por que escolher o Gol velho, em vez do novo, para este implemento? Segundo a marca, os consumidores do modelo anterior estão mais suscetíveis a receber variações que permitam gastos menores com manutenção. Ou seja, se escolheram o carro mais básico do catálogo, é porque procuram um meio de transporte econômico e isso pode ser aplicado ao gasto permanente com combustível também. É o mesmo raciocínio aplicado pela Fiat para a versão Economy dos compactos Mille e Palio Fire.  

O nome EcoMotion logo remete a outro produto da Volks, o Polo BlueMotion, que passa por alterações aerodinâmicas (de carroceria) e mecânicas para rodar mais gastando menos. No caso do Gol EcoMotion, a economia de combustível é obtida através de uma série de adequações mecânicas, mas nenhuma mudança aerodinâmica, por conta da restrição de gastos típicas de um veículo básico. O preço inicial é de R$ 27.530 para o modelo de duas portas e R$ 29.300 para o de quatro.

A principal alteração é o alongamento do diferencial de transmissão (a Volks fala em 6,8%), mas sem modificar as relações de marcha, que seguem idênticas ao de um Gol G4 convencional. A mudança implica em nova calibração do veterano motor EA-111 de 1,0 litro, mas sem mexer na potência de 71 cv ou no torque de 9,7 kgfm (ambos a 5.700 rpm e com etanol). As duas modificações implicam em redução de 5% no consumo e melhoria no nível de ruído interno e de conforto do condutor, afirma o gerente executivo de engenharia José Loureiro.

Os outros 5% de ganho vêm do uso dos chamados "pneus verdes", com medida 165/70 R13 (o usual é utilizar os de medida 175/70 R13) e calibrados com maior pressão (de 27 psi para 39 psi na dianteira e 32 psi na traseira). Mais estreitos e mais cheios de ar, estes pneus oferecem resistência até 25% menor ao rolamento do veículo. Claro, rodar com pneus mais cheios (logo, mais duros e sensíveis às imperfeições do piso) pode ser mais desconfortável, de modo que a suspensão foi retrabalhada (com alteração das curvas das molas do amortecedor) para reequilibrar o conjunto.

Com as modificações, o Gol Ecomotion precisa de menos energia -- e logo consome menos combustível -- que o Gol convencional para rodar uma determinada distância. Segundo a fábrica, o consumo médio (seguindo a norma-padrão e em condições laboratoriais) fica em 17,3 km/l com gasolina e 12 km/l com álcool, na combinação dos dados para percurso em estrada e na cidade.

DEVAGAR, SE VAI LONGE
UOL Carros testou duas unidades do Gol Ecomotion, uma abastecida com etanol e outra com gasolina, ambas equipadas com medidor instantâneo do consumo de combustível (uma válvula entre o tanque de combustível e o motor que envia dados a um display digital colocado sobre o painel). Após 40 quilômetros percorridos em rodovias da região de Campinas com diferentes qualidades de asfalto, longas retas e diversas curvas, chegamos ao desempenho de 12,45 km/l com álcool e 19,58 km/l com gasolina.

QUE TAL 30 km/l?

  • Divulgação

    Na Europa, a Volks apresentou o novo motor 1.2 turbodiesel de três cilindros; feito para o novo Polo BlueMotion de lá, promete consumo de 30 km/l

Durante o teste, tivemos o cuidado de manter condições habituais de rodagem, com velocidades entre 80 km/h e 90 km/h e fazendo ultrapassagens e mudanças de percurso, sempre que necessário. Colegas de imprensa chegaram a médias mais impressionantes -- 17,73 km/l com álcool e 24,2 km/l com gasolina -- mas rodando com velocidade reduzida e sem interferir no tráfego, o que não é a proposta do modelo, segundo a Volkswagen. 

De toda forma, o comprador do Gol EcoMotion não terá uma central de monitoramento do consumo, apenas uma barra gráfica (econômetro) no estreito mostrador do modelo, com escalas que vão de 0 a 30km/l, indicando a faixa de consumo do momento. Com ela, o motorista pode se habituar a dirigir num patamar que resulte em menor consumo de combustível.

Quanto à dinâmica, o Gol EcoMotion se revelou uma grata surpresa, rodando mais suavemente e com maior nível de silêncio que o Gol G5, por exemplo. O senão, claro, fica para o excessivo despojamento: pagando pouco mais de R$ 27 mil, o consumidor leva um carro "pé-de-boi", sem direito a direção hidráulica, ar-condicionado e trio-elétrico (que podem ser incluídos num pacote extra). Mais: não há sequer encosto de cabeça no banco traseiro. O "pacote de fábrica" inclui apenas regulagem de altura para o banco do motorista, calotas integrais e aparafusadas, pintura de grade, para-choques na cor da carroceria e adesivos que mostram que o veículo é da série EcoMotion.

  • Divulgação

    Gol Seleção é série limitada a 3.000 exemplares com motor 1.0 e visual de Gol Power

SELEÇÃO
Desde 1982 (com raras exceções), ano de Copa é ano de série limitada do Gol. Desta vez, a Volkswagen aposta no Gol Seleção, com 3.000 unidades identificadas com adesivos com a inscrição “Seleção” na tampa traseira e com o escudo da CBF nas portas -- este também é bordado nos encostos dos bancos dianteiros.

Na prática, o Gol Seleção veste a versão 1.0 com roupa de Gol Power 1.6: rodas de liga leve aro 14 com pneus 185/60, faróis e lanternas com máscara negra, faróis de neblina com moldura cromada, frisos, retrovisores e aerofólio traseiro na cor do veículo, painel em dois tons, para-sóis com espelhos e iluminação, volante diferenciado (com opção do modelo multifuncional, que um dia foi exclusivo da linha premium), pedaleira de alumínio e botões, coifa da alavanca de câmbio, maçanetas internas e molduras do quadro de instrumentos cromados são os destaques. Há ainda uma cor exclusiva, azul Boreal, que segundo a fábrica lembra a do segundo uniforme da Seleção Brasileira. O preço inicial é de R$ 33.790, chegando a R$ 43.080 com todos os opcionais.

GOLF
O Golf com motor de 2,0 litros passa a contar também com a versão Sportline (já disponível para a motorização menor de 1,6 litro), equipada com transmissão automática TipTronic de seis velocidades, grade na cor preto brilhante, faróis com máscara negra e lanternas pretas, com bancos esportivos em couro opcionais (preço inicial de R$ 62.470).

Viagem a convite da Volkswagen do Brasil