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China começa a investir em jogos online para carros autônomos

Para empresas do país, a "chata" arte de dirigir será substituída por carros conectados que permitirão acesso a diversos tipos de conteúdo - Divulgação
Para empresas do país, a "chata" arte de dirigir será substituída por carros conectados que permitirão acesso a diversos tipos de conteúdo Imagem: Divulgação

Ma Jie<br>Lulu Yilun Chen

13/04/2016 11h22

Grandes empresas chinesas começaram neste ano a investir forte no segmento de veículos autônomos, a fim de explorar as oportunidades de entretenimento que essa nova vertente deve proporcionar. Depois do Baidu, o maior portal de buscas na internet do país, e da LaEco, proprietária de um dos principais sites de esportes online no país, foi a vez da Youzu Interactive, criadora de alguns dos games mais populares (como a saga "Junior Three Kingdoms") a querer entrar na festa.

A companhia planeja fechar parceria com uma fabricante de veículos elétricos para produzir um SUV a partir de 2018. Com isso, teria tempo para preparar uma polataforma de jogos, vídeos e outros conteúdos online quando os automóveis autônomos enfim virarem realidade no futuro.

"Haverá um dia em que os humanos serão liberados da chatice de dirigir para fazerem outras coisas", disse Chen Fan, diretor de investimento da Youzu, em entrevista. "Em vez de esperarmos a chegada desse dia, precisamos encontrar uma parceira para estabelecer um relacionamento de longo prazo agora", apontou.

Empresas de internet já estão aplicando computação de nuvem, dados e inteligência artificial à indústria automotiva, a fim de fabricar carros totalmente conectados. Um exemplo é a gigante do comércio eletrônico Alibaba, que está atuando junto à SAIC.

Nas longas viagens ao trabalho e nos congestionamentos, os ocupantes dos carros que ficam presos no trânsito nas cidades chinesas são os principais alvos cativos para comerciantes que pretendem vender serviços e produtos.

Empresas como a Youzu estão apostando que o desenvolvimento de veículos autônomos também vai liberar o motorista para buscar uma distração de sua escolha. O primeiro modelo que a marca ajudará a desenvolver, segundo Chen, poderá trafegar até 300 quilômetros sem recargas e custará menos de 300 mil yuans (cerca de R$ 160 mil) cada. Por enquanto, a fabricante parceira segue em segredo.

A startup de carros elétricos japonesa GLM, na qual a Youzu possui uma participação de 2,5%, também vai fornecer tecnologia para o crossover. Os clientes-alvo serão jovens de 18 a 35 anos que desejam produtos acessíveis com boa qualidade e funções interessantes.

"Não temos o objetivo de ser a Tesla chinesa. Queremos é ser a Xiaomi da indústria automotiva", completou o executivo, em referência à desafiante chinesa da Apple no maior mercado de smartphones do mundo.