FCA acusa governo francês por fracasso das negociações de fusão com Renault
Resumo da notícia
- Fiat-Chrysler retirou proposta de fusão ontem (5)
- Governo francês havia pedido mais tempo à espera da aprovação da Nissan
- Ministro das Finanças da França é apontado como responsável por impasse
- Após anúncio, ações das duas companhias tiveram forte queda
- União das empresas criaria terceira maior montadora do mundo
O grupo FCA (Fiat Chrysler), de capital italiano e americano, que retirou ontem à noite (5) a proposta de fusão com a Renault, um negócio que teria criado a terceira maior montadora de automóveis do planeta, culpou o governo francês pelo fracasso do projeto.
Após o anúncio da retirada da oferta, as ações da Renault operavam em forte queda na Bolsa de Paris, mesma situação registrada pelos títulos da FCA em Milão. Em um comunicado, o grupo FCA anunciou a retirada da proposta da mesa de negociações e alegou que não havia condições políticas para concretizar a fusão. A Fiat Chrysler responsabilizou o governo francês pelo fracasso nas negociações.
"A posição repentina e incompreensível de Bercy" -- o ministro das Finanças da França -- é a causa do fracasso, afirmou uma fonte próxima ao grupo ítalo-americano. "As novas exigências do governo francês nos levaram a esta situação prejudicial para todas as partes", disse a fonte à "AFP". Uma fonte do governo respondeu que "nossas posições não mudaram, é descarado afirmar isto".
"Em princípio chegaram dizendo 'é pegar ou largar'. E declaramos 'pois não'", completou. O Estado trabalhou de "maneira construtiva" no projeto, afirmou o ministro da Economia da França, Bruno Le Maire.
"Desde que a oferta foi apresentada, o Estado, dono de 15,1% do capital da Renault, a recebeu com abertura e trabalhou de maneira construtiva com o conjunto das partes envolvidas", declarou Le Maire em um comunicado.
Faltou aprovação da Nissan
O governo francês havia destacado quatro condições: que a operação fosse realizada no âmbito da aliança Renault-Nissan; a manutenção dos postos de trabalho industriais na França; e o respeito ao equilíbrio de governança entre Renault e FCA e que a nova empresa continuasse participando em um projeto com a Alemanha para fabricar baterias elétricas.
Le Maire disse que um acordo havia sido alcançado sobre três das quatro condições: faltava apenas a aprovação da Nissan, sócia da Renault, por suas participações cruzadas. Por este motivo, o Estado francês pediu mais cinco dias para garantir o apoio de todas as partes ao projeto de fusão.
A fusão teria criado um grupo de mais de 30 bilhões de euros em capitalização na Bolsa, com vendas anuais de 8,7 milhões de veículos e "uma forte presença em regiões e segmentos chaves".
O projeto previa a criação de uma holding com sede em Amsterdã e que pertenceria em partes iguais aos acionistas da Renault e da FCA. Em caso de fusão, a família Agnelli, agora proprietária de 29% da Fiat Chrysler, veria sua participação reduzida a 14,5%, mas permaneceria como a principal acionista, com mais do que o dobro de participação que o Estado francês, que cairia para 7,5% do capital.
De acordo com uma fonte próxima a Renault, durante a reunião do Conselho Administrativo da Renault na quarta-feira, os conselheiros se pronunciaram a favor da fusão, com exceção do representante do sindicato CGT, enquanto os dois representantes da Nissan optaram pela abstenção.
A Nissan, da qual a Renault tem 43% do capital, e que controla por sua vez 15% da montadora francesa, não foi incluída nas negociações. As relações entre Nissan e Renault são tensas desde a prisão em Tóquio em novembro do ex-CEO da aliança Carlos Ghosn, acusado pela Nissan no Japão de declarações falsas nos relatórios financeiros da montadora.
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