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Carros fraudados da VW vão matar 1.200 pessoas na Europa, diz estudo

Torre de carros produzidos pela Volkswagen na fábrica de Wolfsburg, Alemanha - Christian Charisius/Reuters
Torre de carros produzidos pela Volkswagen na fábrica de Wolfsburg, Alemanha Imagem: Christian Charisius/Reuters

Em Paris (França)

03/03/2017 11h09

Poluição pode encurtar vida de população em até uma década

As emissões dos modelos fraudados pela Volkswagen -- para parecer que poluíam menos -- e vendidos na Alemanha entre 2008 e 2015 causarão 1.200 mortes prematuras no continente, apontou nesta sexta-feira (3) um estudo publicado pela revista Environmental Research Letters.

De acordo com os pesquisadores, o excesso de emissões geradas poderá encurtar em até uma década a vida dos cidadãos europeus. Do total de mortes, 500 ocorrerão na Alemanha, principal mercado do grupo, e em países vizinhos como Polônia, França e República Tcheca.

A mesma equipe avaliou anteriormente que o excesso de emissões de 482 mil veículos adulterados que foram comercializados nos EUA provocaria 60 mortes prematuras no país norte-americano.

No caso da Alemanha, porém, foram 2,6 milhões de unidades vendidas, sob as marcas Volkswagen, Audi, Skoda e Seat.

"A poluição do ar é alheia a fronteiras. Por isso, um carro na Alemanha pode gerar impactos significativos nos países próximos, especialmente em zonas densamente povoadas como o continente europeu", indicou Steven Barrett, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Estados Unidos), um dos autores do estudo.

Relembre o caso

Em setembro de 2015, a fabricante alemã admitiu ter instalado um programa informático que burlava os dados de emissões de dióxido de carbono e óxido de nitrogênio em 11 milhões de carros a diesel em todo o mundo. O objetivo era adequar os resultados aos rigorosos critérios estabelecidos por órgãos ambientais de Europa e EUA.

O caso afetou até o Brasil, já que mais de 17 mil unidades da picape Amarok importadas para cá continham o software fraudulento.

Nos Estados Unidos a montadora já acordou o pagamento de US$ 4,3 bilhões em multas e indenizações. Na Europa as investigações seguem em curso.