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Justiça alemã investiga ex-presidente da Volkswagen por escândalo do diesel

Martin Winterkorn, ex-chefão da Volks, é um dos novos investigados pela justiça alemã - Fabrizio Bensch/Reuters
Martin Winterkorn, ex-chefão da Volks, é um dos novos investigados pela justiça alemã Imagem: Fabrizio Bensch/Reuters

Em Frankfurt (Alemanha)

27/01/2017 13h03

Martin Winterkorn, ex-CEO do Grupo Volks, é um dos nomes indiciados

A promotoria de Brunswick, norte da Alemanha, anunciou nesta sexta-feira (27) que passou a investigar o ex-conselheiro-delegado e CEO do Grupo Volkswagen, Martin Winterkorn, por seu envolvimento no escândalo sobre motores a diesel fraudulentos em milhares de veículos revelado em 2015, o chamado "dieselgate".

"O número de pessoas indiciadas passou de 21 a 37. Entre elas, está o de Martin Winterkorn", afirmou a promotoria alemã por meio de um comunicado. A fonte também indicou ter elementos suficientes de que Winterkon estaria a par da execução da fraude.

O executivo negou todas as acusações na semana passada, ao depor a uma comissão parlamentar alemã, e afirmou que "nunca soube de nada" sobre manipulação dos motores até o escândalo ter vindo à tona, em setembro de 2015.

Vale lembrar que o ex-dirigente, de 69 anos, se gabava por conhecer "cada parafuso" de seus veículos, mas desmentiu saber da manipulação durante o verão de 2015, como suspeitam as autoridades americanas.

Os Estados Unidos, que acabaram de assinar com a Volkswagen um acordo para encerrar o processo penal do caso por US$ 4,3 bilhões -- além dos US$ 17,5 bilhões em indenizações -- acusam a antiga direção desde a recente acusação por fraude de Olivier Schmidt, um dos executivos do grupo.

Segundo a confissão de Schmidt ao FBI, a direção da Volks foi informada sobre a manipulação dos motores em meados de 2015, mas optou por não falar nada.

A Volkswagen aceitou declarar-se culpada por "conspiração" e "obstrução da justiça" por ter destruído documentos para encobrir sua atuação às autoridades dos EUA, mas o acordo final de 86 páginas, consultado pela Agência AFP, não esclarece as responsabilidades dentro do grupo.

Só que este tema é crucial na Alemanha, onde as autoridades de Brunswick receberam mais de 1.400 queixas de acionistas que se dizem prejudicados pela comunicação tardia do grupo -- e pedem mais de 8 bilhões de euros por perdas e danos...