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Takata se recusa a criar fundo para vítimas de falha de airbags

Corey Burdick, 26 anos, bateu seu Honda Civic 2001 na Flórida em maio de 2014; o ferimento, segundo seu advogado, aconteceu com a abertura do airbag da Takata - Reuters/Newsome Melton Law Firm
Corey Burdick, 26 anos, bateu seu Honda Civic 2001 na Flórida em maio de 2014; o ferimento, segundo seu advogado, aconteceu com a abertura do airbag da Takata Imagem: Reuters/Newsome Melton Law Firm

<br>Em Washington (EUA)

10/07/2015 15h38

A empresa japonesa Takata, acusada de acobertar riscos vinculados aos seus airbags, rejeitou a ideia de criar um fundo de compensação para as vítimas, informou um legislador americano em uma coluna no "The New York Times"  publicada nesta sexta-feira (10).

O senador Richard Blumenthal convocou, em uma audiência no Congresso no mês passado, a companhia com sede em Tóquio a criar um fundo para as vítimas de acidentes provocados por airbags defeituosos -- algo semelhante foi feito pela General Motors, com valores milionários, após o início das investigações sobre recall gigante provocado por falha em cilindros de ignição.

A fabricante japonesa bateu o recorde de maior recall automotivo da história dos EUA, e elevou para 53 milhões o número de carros afetados desde 2008, quando o problema nos airbags foi descoberto. O problema afetou veículos de montadoras como Toyota, Nissan, Honda (que chegou a cortar salários de executivos) e Subaru. Há casos até mesmo no Brasil.

O recall se refere os dispositivos frontais dos lados de motorista e passageiro, que podem estilhaçar ao ser acionados durante um acidente, jogando pedaços cortantes para cima de todos os ocupantes do veículo e gerando riscos de lesões físicas graves ou até fatais.

"Não é necessário", diz empresa

Blumenthal compartilhou no jornal uma carta que recebeu de Kevin Kennedy, um vice-presidente executivo da Takata, na qual ele rejeita sua proposta.

"A Takata acredita que não é necessário um fundo de compensação em nível nacional", escreveu Kennedy, acrescentando que informará ao senador caso mude de opinião.

Blumenthal classificou esta resposta como inaceitável: "A Takata parece não querer admitir sua responsabilidade para ajudar as vítimas e seus entes queridos que sofreram por suas falhas", disse ao "NYT".

Um porta-voz contactado pelo jornal disse, na quinta-feira, que a Takata estava "comprometida em tratar com justiça toda pessoa que tivesse sido ferida por uma ruptura do airbag".

"Por isso, a Takata estabeleceu uma lista de demandas por ferimentos e seguirá fazendo isso baseando-se em fatos e circunstâncias de casos individuais", disse o porta-voz da companhia Jared Levy.

Mortos e feridos

A Takata buscou durante meses a origem das graves explosões de seus airbags, que ocorrem sobretudo em ambientes úmidos. Segundo as denúncias, os airbags defeituosos são responsáveis pela morte de oito pessoas e por mais de 100 feridos no mundo.