Baixinha invocada, Yamaha R3 cobra R$ 19.990 para bater Ninjinha
Inaugurado pela Kawasaki com a pequena Ninja 300 há alguns anos, o segmento de miniesportivas acaba de ganhar mais uma forte concorrente: a Yamaha YZF-R3. Recém-lançada no Brasil, com direito a presença do bicampeão de MotoGP Jorge Lorenzo, a biciclíndrica de 42 cv chega às concessionárias na segunda quinzena de setembro, por R$ 19.990 (versão básica).
A versão munida de freios ABS começa a ser vendida só em novembro, por R$ 21.990.
Montada em Manaus (AM), a pequena esportiva estará disponível em três cores: azul/cinza fosco; vermelho; e preta. A meta da fabricante é ousada: vender cerca de 5 mil unidades ao ano, o dobro do volume obtido pela Ninjinha em 2014 (2.478 exemplares). Para isso, oferecerá como trunfo um pacote mais potente, leve e viável para o uso no dia a dia -- vide a posição de pilotagem mais ereta -- por praticamente o mesmo preço (a rival parte de R$ 18.990).
Seguindo a tendência de outras marcas e o DNA da família R, a Yamaha buscou inspiração em motos de maior porte para desenhar a R3: linhas da carenagem e conjunto óptico duplo com entrada de ar central, por exemplo, vêm da R6. A massa concentrada na dianteira e a rabeta minimalista completam o visual.
O painel traz conta-giros analógico, velocímetro digital, computador de bordo e até indicador de marcha engatada com aviso de rotação certa para troca. Uma bem acabada mesa em alumínio dá suporte a dois semiguidões. As rodas de liga leve são calçadas com pneus radiais, as pedaleiras usam alumínio e os piscas possuem lentes transparentes. Todos esses itens dão ar diferencial em relação às concorrentes de 250 e 300 cc mais vendidas no mercado.
Conjunto impecável
A R3 não se destaca só pelo apetrechos visuais: o inédito motor bicilíndrico de 321 cm³, com duplo comando de válvula e arrefecimento líquido, usa pistões forjados para garantir vigor em giros altos e também bom desempenho em baixas e médias rotações. Segundo a marca, eles são 10% mais leves que os pistões fundidos, suportam temperaturas maiores e proporcionam respostas mais rápidas.
Apesar das dimensões compactas, o propulsor é capaz de desenvolver 42 cv de potência (a 10.750 rpm) e 3,02 kgfm de torque (a 9.000 giros), contra 39 cv e 2,8 kgfm da Ninjinha. O escapamento "dois em um", também inspirado na R6, está posicionado próximo ao quadro para melhorar a centralização de massa e deixar a moto mais ágil.
O chassi, construído em tubos de aço tipo diamante, integra o motor à estrutura e ajuda a deixar a R3 com meros 167 quilos (ordem de marcha). A baixa altura do banco em relação ao solo -- 78 cm -- é outro elemento que contribui para deixá-la afeita ao uso urbano. Já a longa balança traseira, herdada da R1, confere estabilidade ao chassi.
Para as suspensões, a Yamaha usou garfos telescópicos convencionais KYB na dianteira, com tubos 130 mm de curso e sem ajustes manuais, e traseira monoamortecida, com 125 mm de curso e ajuste na pré-carga da mola. Frenagens ficam por conta de um disco flutuante de 298 mm de roda frontal, mordido por pinça de dois pistões, e disco simples de 220 mm na parte de trás, acionado por pinça de pistão único.
FICHA TÉCNICA - YAMAHA YZF-R3
- Preço: R$ 19.990
- Motor: 321 cm³, 2 cilindros paralelos, DOHC, arrefecimento líquido
- Potência: 42 cv (a 10.750 rpm)
- Torque: 3,02 kgfm (a 9.000 rpm)
- Câmbio: seis marchas
- Dimensões: 2.090 (a) x 720 mm (l) x 1.135 (a)
- Peso: 167 kg (ordem de marchas)
- Tanque de combustível: 14 litros
Primeiras impressões
Mesmo com os executivos da Yamaha destacando a vocação urbana da R3, o primeiro contato com a miniesportiva aconteceu em circuito fechado, no autódromo Velo Città, em Mogi Guaçu (SP). Lá, foi possível constatar que o modelo se destaca, especialmente, pelo bom acabamento e pelo porte compacto.
O ronco é típico de um bicilíndrico tradicional, enquanto o sistema de transmissão (seis marchas) possui engates macios. O motor até mostra bom rendimento em giros mais baixos, mas é acima de 7.000 rotações que mostra todo seu vigor e caráter esportivo. Para sentir a potência máxima, o piloto precisa atingir quase 11.000 giros.
Chegando a quase 160 km/h no fim da reta dos boxes, foi possível sentir toda a qualidade dos freios. Nas curvas, ficou evidente como a ciclística, a curta distância entre-eixos e a boa distribuição de peso de 50/50 deixaram a R3 obediente e fácil de deitar.
Há todavia, duas limitações para o uso esportivo: as suspensões macias demais e o quadro, que demonstrou certa instabilidade em reduções mais bruscas. Nesse quesito, a Ninjinha 300 leva vantagem, visto que já conta com embreagem deslizante.
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