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Ducati Panigale S Senna prova ter DNA da velocidade na pista

Roberto Brandão Filho

Da Infomoto

08/05/2014 17h30Atualizada em 09/05/2014 19h52

Durante o Salão Duas Rodas 2013, realizado em novembro último, a Ducati apresentou a edição especial 1199 Panigale S Senna, já pensando em homenagear o aniversário de 20 anos de sua morte, ocorrido há exata uma semana, em 1º de maio.

O projeto, feito em parceria com o Instituto Ayrton Senna, fundado pelo piloto brasileiro e que continuou a ser administrado por sua família, é uma modificação da versão S Tricolore, a mais apimentada da superesportiva, e está limitada a 161 unidades (número de GPs disputados por Senna na F1). Todas serão vendidas no Brasil, pelo preço sugerido de R$ 100.000.

Ducati Panigale S Senna 1 - Divulgação - Divulgação
Panigale S Senna chega a quase 300 km/h na reta dos boxes de Interlagos
Imagem: Divulgação

A montadora italiana liberou as reservas em suas concessionárias poucos dias antes da efeméride, mas só iniciará a produção na fábrica de Manaus (AM) em agosto. Mesmo assim, reservou uma unidade para que alguns jornalistas fizessem um teste no autódromo de Interlagos, em São Paulo (SP).

Lá foi possível conhecer melhor toda a exclusividade desta máquina, logo em uma pista cujo traçado foi redesenhado com a ajuda do competidor, e que leva o seu sobrenome na primeira sequência de curvas após a reta dos boxes, o "S do Senna".

 NA PISTA
Em relação às demais versões, a primeira diefrença perceptível da Panigale S Senna é o sistema de exaustão. Ao ligá-la, as duas ponteiras de escape Termignoni, localizadas sob a motocicleta, deixam o ronco do motor bicilíndrico de 1.198 cm³ mais grave e agressivo. Quando se atinge a temperatura ideal dos pneus Pirelli Diablo Supercorsa SP -- 120/70 ZR17 na frente e 200/55 ZR17 atrás –, a moto “gruda” no chão quase como pneus lisos de competição.

A relação peso-potência impressiona: são 195 cavalos para 190,5 cv em ordem de marcha (ou 166,5 quilos a seco). É mais de um cavalo por quilo. Para domar toda essa força, é preciso apelar à tecnologia. Para isso, a S Senna dispõe de oito níveis de controle de tração, três modos de pilotagem (“Road”, “Wet” e “Race”), acelerador eletrônico (ride-by-wire), controle de freio-motor e sistema de freios ABS (antitravamento) com ajuste de níveis.

Ducati Panigale S Senna 2 - Divulgação - Divulgação
Superesportiva tem impressionante relação peso-potência de mais de 1 cv por kg. Para domar tanta força, versão possui uma série de assistências eletrônicas
Imagem: Divulgação

Mesmo com um nível médio de controle de tração e ABS ligado, é possível sentir a força dos 13,4 kgfm de torque durante toda a pilotagem, especialmente no modo "Race". E, como esta versão conta com paralamas frontal e traseiro, proteções do monobraço e calcanhar, e o revestimento do compartimento interno da mesa inferior em fibra de carbono, está mais leve e, consequentemente, mais "nervosa" que a Panigale convencional.

Girar o cabo do acelerador por completo exige certa coragem, pois a todo instante o pneu dianteiro insiste em sair do solo. No modo “Race”, a aceleração cresce de maneira rápida, porém linear e sempre constante, sem apresentar “buracos”. E, com a assistência dos mapas de motor, controle de tração e ride-by-wira, dá para torná-la mais suave e progressiva. 

Graças ao Ducati Quick Shift (DQS), sistema rápido de trocas de marcha, dá para subir o longo trecho dos boxes sem acionar o manete da embreagem, alcançando quase 300 km/h na freada para o "S do Senna".

Ducati Panigale S Senna 3 - Divulgação - Divulgação
Apesar da força, Panigale S Senna responde bem às mudanças de direção
Imagem: Divulgação

Nesse momento, é preciso contar com freios poderosos para a redução, e o conjunto com ABS e discos duplos semiflutuantes de 330 mm de diâmetro na roda dianteira, mordidos por pinças de quatro pistões montadas radialmente, e disco único de 240 mm na roda traseira, com pinça de pistão duplo, dá conta com sobras. No início, é até violento demais, demandando certo tempo para se acostumar com sua sensibilidade.

A estabilidade e a precisão nas mudanças rápidas de direção são admiráveis, mesmo com a impressionante relação peso-potência -- que, teoricamente, deveria provocar mudanças um tanto bruscas. Contribui para isso o irrepreensível conjunto de suspensões de ajuste eletrônico – garfo dianteiro invertido Öhlins NIX30, com 120 mm de curso, e balança traseira TTX36, com 130 mm de curso. Assim, a moto vai para onde a frente aponta, ficando mais fácil de pilotar do que uma versão standard.

Mais exclusiva e R$ 2.900 mais barata do que a S Tricolore, a Panigale S Senna foi além da homenagem. É uma superesportiva topo de linha, que traz o DNA na velocidade marcada na pele. E se o preço é alto, ter a assinatura de um dos maiores pilotos de todos os tempos estampada na carenagem não tem preço. A partir de agosto, 161 felizardos poderão encher a boca ao falar “eu tenho uma Panigale S Senna”.

(*) Segundo a Ducati, parte do valor arrecadado com as vendas da moto será doada ao Instituto Ayrton Senna