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Robocop pilota Kawasaki insana para ir a 397 km/h na guerra ao crime

Carlos Bazela

Da Infomoto

20/02/2014 16h27

Durante os últimos dois anos, muito se falou sobre um remake de Robocop (1987). Mais ainda quando a produção saiu do papel e o brasileiro José Padilha (Tropa de Elite 1 e 2) foi oficializado na direção do projeto, inicialmente programado para chegar às telas em agosto de 2013. À medida que mais informações sobre o filme foram surgindo, começaram as inevitáveis comparações com a película original, do holandês Paul Verhoeven -- também conhecido por Vingador do Futuro (1990) e os polêmicos Instinto Selvagem (1992) e Showgirls (1995).

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    Moto e policial-ciborgue tem de parecer uma coisa só, diz produção do filme

Do visual ao tom da trama, mais centrada no homem do que na máquina, tudo foi motivo para comentários. E um dos temas do novo Robocop, que chega às telas brasileiras nesta sexta-feira (21), foi o meio de transporte do policial-ciborgue. Enquanto aconteciam as filmagens, fotos e vídeos pipocaram na internet mostrando o tira Alex Murphy, vivido por Joel Kinnaman (da série The Killing), devidamente paramentado e sobre uma estilosa motocicleta preta com ares futuristas. Sim, o Robocop de Padilha agora anda de moto pelas ruas de Detroit -- mostrando, que ao contrário de sua primeira versão, viaturas convencionais são para policiais comuns (ele dirigia um Ford Taurus no filme de 1987).

Na trama, a moto escolhida para ser a nova parceira de Murphy atende pelo nome de C-1, um protótipo de veículo tático em duas rodas que, assim como ele, é produzido pelo conglomerado Omnicorp, a famosa OCP.

De acordo com as "especificações técnicas" da fabricante (fictícias, claro), a moto conta com um propulsor de 16 válvulas arrefecido a hidrogênio líquido com câmbio de seis velocidades, capaz de levá-la a 397 km/h. Mas a OCP recomenda mantê-la abaixo dos 320 km/h, para maior estabilidade.

A C-1 também pode ser carregada com eletricidade e oferece autonomia de 600 quilômetros cada vez que é abastecida. Seu corpo consiste em uma armadura feita pela mistura do grafeno (um composto de carbono) com aço líquido, para resistir a qualquer ofensiva. Sistemas eletrônicos na rabeta ajudam no equilíbrio da moto, enquanto câmeras auxiliam na navegação.

A base da C-1 do novo Robocop foi feita a partir de uma Kawasaki Z1000 (antes das mudanças do ano-modelo 2014). O responsável pela transformação da motocicleta foi o designer Martin Whist, que concebeu um projeto audacioso, mas realista, condizente com a visão do diretor Padilha.

A MOTO REAL E A IMAGINÁRIA

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    KAWASAKI Z1000 (à esq.), naked, tem motor arrefecido a água, 16 válvulas (DOHC), câmbio de seis marchas, 138 cv, chassi tubular duplo em alumínio, máxima de 250 km/h e autonomia de 300 km; OMNICORP C-1 (dir.), carenada, tem arrefecimento a hidrogênio liquido, 197 cv, estrutura em grafeno e aço líquido, máxima de 397 km/h e autonomia de 600 km

Assim sendo, a outrora naked recebeu uma carenagem integral feita em fibra de vidro, com direito a luzes de polícia nas extremidades dianteiras e um largo painel frontal com o parabrisa (muito semelhante ao da Yamaha YZF-R1). Na dianteira, duas linhas vermelhas de luz, que seguem o mesmo desenho do visor no capacete do personagem, compõem os faróis com o apoio de luzes brancas convencionais logo abaixo.

Na rabeta, o desenho escolhido é semelhante ao das superesportivas. A "cauda" recebeu entradas de ar para exaltar a aerodinâmica do modelo fictício e também abrigar as luzes azuis e vermelhas da polícia. Outro ponto digno de nota é a balança da Z1000, que foi estendida, e pode-se dizer que consiste na parte mais curiosa do projeto, pois as pedaleiras foram recuadas até a extremidade do paralama.

TODO MUNDO QUIS ANDAR
"Modificamos o quadro, aumentamos a distância entre os eixos. É bem mais longa do que uma moto normal, porque eu queria que Robocop se inclinasse para frente quando estivesse em modo de ataque. Ele é um cara tão grande que, montado numa moto normal, ela pareceria pequena", comenta Whist.

O desenhista da produção explica ainda que a pintura da moto e o fato de ela ter a mesma textura da armadura do Robocop, dando a entender que ambos são feitas do mesmo material, é proposital.

"Nós blindamos toda a moto, algo parecido com o que fizemos com o uniforme. Ele se funde com a moto quando a está pilotando, se convertem numa unidade", diz. No final, tanto os dublês quanto o próprio Joel Kinnaman toparam o desafio de guiá-la, dispensando o uso de computação gráfica na maioria das cenas nas quais o Robocop aparece ao guidão.

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    Nesta cena de Robocop fica clara a integração homem/máquina (ou máquina/homem)