Europeias invadiram o Salão Duas Rodas 2013; veja análise

As marcas europeias invadiram o Anhembi entre 8 e 13 de outubro, durante o Salão Duas Rodas 2013. A análise é feita pelo jornalista Aldo Tizzani, editor da Infomoto.

A inglesa Triumph, por exemplo, trouxe sete lançamentos ao Brasil; a italiana MV Agusta anunciou a nacionalização de toda a linha de três cilindros; e a Ducati apresentou a exclusiva 1199 Panigale S Senna e três modelos da família Hypermotard.

Além disso, o salão das motos viu a explosão do fenômeno da maxiscooter, aposta de praticamente todas as marcas -- os modelos da categoria mesclam a versatilidade de motos no trânsito, com elementos de conforto.

O ASSUNTO É CONFORTO
Promovidos pela mesma empresa, a Reed Exhibitions Alcantara Machado, os salões Duas Rodas (exclusivamente para veículos ciclomotores e de duas rodas) e do Automóvel compartilham, em anos alternados, o mesmo local: o Pavilhão do Anhembi, em São Paulo. Mas as realidade de cada evento não poderiam ser mais distintas.

Quando o assunto é carros de passeio, o objetivo da Reed é aumentar substancialmente o número de visitantes na feira automotiva, que na última edição atraiu um público de 750 mil pessoas, ainda que críticos -- e o senso comum -- apontem uma saturação do ambiente.

O universo das quatro rodas conta com cerca de 40 marcas e dezenas de empresas de grande porte ligadas aos setores de peças e acessórios, um setor responsável por 5% do PIB brasileiro. Dessa forma, o Anhembi se tornou pequeno para o tradicional Salão do Automóvel. Já para o Salão Duas Rodas, que neste ano teve a adesão de 400 expositores, tudo pareceu estar no tamanho ideal: o trânsito pelos corredores foi feito sem dificuldades, mesmo com bastante público.

Na disso porém, mascara a verdade: o velho Anhembi precisa de reformas estruturais.

Sistema de climatização e ventilação, segurança e uma área de estacionamento mais organizada são algumas dos pontos a serem melhorados. A pressão por um novo espaço para eventos em São Paulo já é grande, e cogita-se Pirituba, na zona Oeste da capital, para receber um novo centro de exposições e sede dos salões de veículos. E isso, vale repetir, ainda que o clima do salão de motos seja mais tranquilo e organizado.

O EXEMPLO QUE VEM DE FORA
Só para comparar, o complexo onde é realizado o Salão de Motos de Milão, que acontece mês tradicionalmente em novembro, e que terá novamente cobertura da agência Infomoto, foi construído afastado do centro da cidade de Rho, mas faz parte da Grande Milão.

Em 2012 o evento concentrou marcas vindas de 30 países em sete pavilhões. A capital da moda e do design oferece um sistema metroviário eficiente que leva os visitantes da área central até o local do evento, sem qualquer esforço hercúleo.

Outra ideia bastante interessante está no complexo modular, totalmente climatizado. Pode-se usar até 14 módulos, todos interligados, para a construção da área de exposição -- quanto maior número de expositores, mais módulos são usados para oferecer mais conforto para as empresas, trabalhadores e , claro, para os visitantes.

Atualmente, o Anhembi tem o tamanho perfeito para o segmento de duas rodas, menor, mas peca em conforto e infraestrutura quando o assunto é um evento de maior porte, como o Salão do Automóvel. Quem já acompanhou a realização da feira de motos no salão no Centro de Exposições Imigrantes viveu dias piores.

Mas isso não isenta a organização do Anhembi de oferecer o melhor, não apenas na atração de cada estande, mas também no deslocamento e chegada até o pavilhão. Afinal, o alto nível tem de ser encontrado dentro e fora da exposição e o exemplo europeu também poderia ser seguido na logística. (Com Redação de UOL Carros).