Suzuki V-Strom 650 muda para deixar de apanhar das rivais
Apesar de sempre ter sido um dos modelos de média cilindrada mais vendidos da Suzuki no país, a V-Strom 650 nunca despertou grandes paixões nos motociclistas. Desde seu lançamento em 2004, a moto mudou pouco o visual e estava carente de atualizações técnicas para brigar em igualdade com os rivais de sua categoria.
Mas no fim de 2012 a Suzuki finalmente renovou seu modelo "dual purpose". A V-Strom 650 2013 foi projetada com atenção aos detalhes e entrega versatilidade e conforto ao motorista. O modelo é vendido no Brasil por R$ 34.900.
Entre os concorrentes no mercado nacional estão modelos como a Kawasaki Versys 650 (com ABS por R$ 32.990), a Yamaha XT 660Z Ténéré (sem ABS por R$ 29.920), a Honda XL 700V Transalp (R$ 31.990 com ABS) e BMW G 650 GS (R$ 29.800 com ABS).
As linhas da nova V-Strom estão mais afiladas. O tanque de combustível foi reprojetado e ficou menor (20 litros). O assento também foi redesenhado e o para-brisa dianteiro ganhou regulagem em três posições. O resultado é que a posição de guiar está melhor.
O motor é o mesmo DOHC, V-Twin de arrefecimento líquido e 645 cm³, mas o perfil dos comandos de válvulas sofreu mudanças para entregar mais potência em baixas e médias rotações. Também foram adotadas velas de irídio que, segundo a montadora, melhoram a resposta do acelerador e a economia do combustível. O propulsor entrega 67 cv a 8.800 rpm e 6,12 kgfm de torque a 6.500 rpm.
O chassi também foi mudado para reduzir o peso para 214 kg -- 6 kg a menos que o modelo anterior. Agora, a moto conta com quadro de dupla longarina e balança traseira em alumínio. Algumas das concorrentes ainda utilizam aço.
As suspensões não foram alteradas, mas o amortecimento ficou mais firme. Na dianteira, o garfo telescópico com 150 mm de curso conta com ajustes na pré-carga de mola. Na traseira, balança monoamortecida com 160 mm de curso e ajustes na pré-carga de mola e compressão.
Destaque para a adoção do ABS. Há discos duplos de 310 mm de diâmetro na dianteira e disco simples de 260 mm na traseira, com pinças da Tokico.
IMPRESSÕES
Como resultado das modificações internas no motor, na prática a nova V-Strom 650 se dá bem em todas as ocasiões, seja em serras sinuosas, autoestradas ou no caótico trânsito urbano. Por ter sofrido alterações que exaltam o torque em baixos e médios giros, o condutor não precisa fazer muitas mudanças de marcha, o que significa maior conforto. Mesmo nas marchas mais altas, ela tem força suficiente para fazer ultrapassagens com facilidade.
As mudanças no desenho do tanque de combustível permitem o encaixe perfeito das pernas. O banco recebeu alterações em seu desenho e espuma, com isso ficou mais confortável e sua altura de 835 mm de distância ao solo é democrática, tornando o apoio dos pés ao chão mais fácil para qualquer biótipo de piloto.
O conforto aumentou e, consequentemente, a capacidade da motocicleta para viagens mais longas. A posição de pilotagem é ereta e natural, com uma boa relação entra altura do guidão e pedaleiras.
Durante o teste, com mais de 400 km, sendo 150 km com passageiro e o espaço foi suficiente. Já o consumo de combustível foi satisfatório: média de 18,03 km/l, com cidade, rodovias e estradas de terra.
O freio dianteiro é um tanto quanto “borrachudo” e começa a trabalhar só depois de utilizada certa força sobre o manete. Porém, quando acionado com força, o ABS entra em funcionamento de forma eficiente, sem hesitações.
Apesar de ser equipada com roda dianteira aro 19’’ e traseira de 17’’, a atuação da V-Strom 650 na terra é um pouco limitada. Incursões simples por terrenos acidentados são possíveis, mas não espere um ótimo desempenho.
Para pessoas com mais de 1,80 m , a posição de pilotagem em pé, recomendada para o off-road, não é das mais agradáveis. Apesar de não “judiar” do condutor na terra, a V-Strom 650 é mesmo mais voltada para o asfalto.
Quase nada foi mudado nas suspensões, mas a combinação de um centro de gravidade um pouco mais alto, um amortecimento mais firme e a perda de peso, deixaram a moto mais ágil e divertida, principalmente nas curvas e nas mudanças rápidas de direção.
A frente da moto continua um pouco mais pesada que o resto do conjunto, mas melhorou bastante em relação ao modelo anterior.
O painel de instrumentos foi reformulado e conta com computador de bordo. Ao lado do conta giros analógico, o display de LCD exibe velocidade, marcha engatada, temperatura ambiente, nível de combustível e consumo em km/l.
Após o teste, a conclusão é que a nova V-Strom 650 é uma motocicleta valente e versátil, com disposição para enfrentar longas viagens e pequenos trajetos em terrenos acidentados.
OPCIONAIS
A unidade testada estava equipada com um conjunto de acessórios para longas viagens com equipamentos da Givi: para-brisa maior, protetor de cárter e motor, bolsa de tanque, malas rígidas laterais e top case.
Não há versão com esses equipamentos de fábrica. A instalação do pacote completo na revenda sai por R$ 3.971, mas os intens podem ser adquiridos separadamente.
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