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Harley-Davidson Dyna Super Glide Custom ganha roupagem especial

Arthur Caldeira

Da Infomoto

12/07/2013 14h20Atualizada em 15/07/2013 16h41

Modelo de entrada da linha de motos que usa o motor big twin ("V2" de grande capacidade cúbica) da Harley-Davidson, a Dyna Super Glide Custom foi uma das quatro motocicletas escolhidas para receber a roupagem comemorativa do aniversário de 110 anos da marca no mercado brasileiro.

Uma sóbria e elegante combinação de preto e bronze, com brasão comemorativo e detalhes exclusivos que os fãs da empresa tanto prezam, a destaca visualmente. Trata-se de uma série limitada a 1.450 unidades em todo o mundo.

Equipada com o propulsor Twin Cam 96 de 1.585 cm³, que oferece mais torque e disposição com menos vibração do que motores menores, a Dyna Super Glide Custom 110th Anniversary Edition é vendida por R$ 41.900.

Caracterizada por um estilo custom bem tradicional, com garfo alongado e roda de 19 polegadas na dianteira (calçada com um estreito pneu, 100/90), a Dyna, apesar de ser a mais acessível entre as "big twin", honra sua vocação custom -- abusa dos cromados no motor e nas duas saídas de escapamento, traz um grande painel sobre o tanque e o guidão estilo "chifre de boi" (aberto e "puxado" para trás).

EASY RIDER
O banco largo, as pedaleiras recuadas e o guidão aberto fazem o piloto ficar bem "relaxado", no melhor estilo easy rider. Não se deixe enganar pelo desenho clássico e nem pela inscrição "Great Motorcycles One Hundred Ten Years" (grandes motocicletas por 110 anos): essa Dyna traz alguns itens modernos, apesar do motor tradicional com refrigeração a ar.

Além da alimentação por injeção eletrônica, a Dyna Super Glide Custom tem freios ABS e uma tela de LCD no painel, para um simples computador de bordo.

  • Mario Villaescusa/Infomoto

Harley-Davidson FXDC Super Glide Custom 110th Anniversary Edition
+ Motor: Dois cilindros em "V", 1.585 cm³, refrigerado a ar.
+ Potência: n/d.
+ Torque: 11,9 kgfm.
+ Câmbio: Seis marchas.
+ Alimentação: Injeção eletrônica.
+ Dimensões: 2.345 mm x 955 mm x 1.175 mm (CxLxA).
+ Peso: 310 kg (em ordem de marcha).
+ Tanque: 18,9 litros
+ Preço: R$ 41.900.

ROBUSTA
Pela sua arquitetura de dois cilindros em "V" a 45º, o motor privilegia mais a força em baixos giros que a potência em altas rotações. Na prática, demonstra fôlego em arrancadas -- boa parte do torque parece surgir a partir de 1.800 rpm (a H-D não divulga dados de potência e rotação do torque).

Isso  permite, por exemplo, rodar tranquilamente a 60 km/h em terceira ou quarta marcha. A 120 km/h, em sexta marcha, o motor gira em torno de 4.200 giros. Com isso, têm-se conforto, em função de menos vibrações, e, provavelmente, consumo menor. Não que isso seja preocupação, afinal o tanque de 18,9 litros oferece bastante autonomia: cerca de 300 km, de acordo com o computador de bordo.

CICLÍSTICA EQUILIBRADA
Sua ciclística surpreendeu positivamente. Em função do seu ângulo de cáster aberto, é de se imaginar que a Dyna fosse mais pesada. Nas especificações, realmente é: são 310 kg. Mas aproveitando a "força" do motor, em movimento, ela é esperta.

As pedaleiras fixadas no centro da moto, e não alongadas, permitem que o piloto mude de direção com leveza e agilidade -- para uma Harley, que fique claro. Mas é sempre necessário tomar cuidado em manobras de baixa velocidade, pois em função do guidão largo, o conjunto dianteiro tende a "fechar" e desequilibrar o piloto.

No entanto, em uma estrada de bom asfalto e curvas abertas, é bastante prazeroso rodar com a moto. Estável e equilibrada, uma viagem de 300 km parece curta.

Outro destaque positivo é o conjunto de suspensões. Nas cidade, é claro, a Dyna sofre, mas mesmo assim o sistema bichoque não batia fim de curso em qualquer imperfeição. Os dois amortecedores laterais da traseira funcionam melhor do que em outros modelos Softail que trazem os amortecedores na horizontal. Seu funcionamento é mais progressivo e isola o piloto de algumas ondulações na estrada.

Até mesmo seu comportamento em curvas foi satisfatório para uma moto com entre-eixos de 1,625 mm. Ela mantém sua trajetória, respeitando suas limitações, e não raspa as pedaleiras no chão como outras motos da H-D.

Os freios -- a disco nas duas rodas -- vão bem. O estreito pneu dianteiro e o peso mais concentrado na parte de trás exigem que se use bastante o pedal de freio traseiro, mas o ABS trata de evitar derrapagens. O desempenho do conjunto está de acordo com sua proposta.

JUSTA?
Proprietários e fãs das motos norte-americanas costumam dizer que a Harley é mais que uma moto. "É um estado de espírito", afirmam. Eles têm certa razão.

Há no mercado motocicletas mais potentes e modernas, que contornam curvas com mais facilidade. Mas poucas têm o mesmo carisma e beleza que uma H-D. Ao avaliar a Dyna Super Glide Custom sob esse ponto de vista, dá para concluir que o modelo oferece mais por menos: não tem o porte dos modelos touring e nem seu preço -- tampouco o estilo de outras motos recentemente lançadas -- mas, traz o motor "V2" por um preço mais em conta, sem falar na história secular.

E isso não é pouco.