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Triumph Thunderbird surpreende com ABS, estilo e desempenho

Modelo terá como concorrente a Harley-Davidson Fat Boy, que tem preço e lista de equipamentos próximos - Mario Villaescusa/Infomoto
Modelo terá como concorrente a Harley-Davidson Fat Boy, que tem preço e lista de equipamentos próximos Imagem: Mario Villaescusa/Infomoto

Aldo Tizzani

Da Infomoto

09/02/2013 14h00Atualizada em 11/02/2013 19h31

É de impressionar o bom desempenho da Triumph Thunderbird Storm. Esteticamente, a custom lembra a Harley-Davidson Fat Bob, isso em função dos dois faróis e o guidão alto. Mas as semelhanças param por aí. Fugindo da tradicional configuração dos dois cilindros em "V", a moto está equipada com um torcudo motor de dois cilindros paralelos -- um dos mais fortes e potentes da categoria --, eficientes freios ABS e extrema vocação estradeira, traduzida em boa ergonomia. Essa boa mistura cobra caro por isso: R$ 49.900.

É difícil achar o miolo da chave, que fica na lateral da moto, quase na mesma direção do assento. Hoje, a maioria das motocicletas traz o contato na mesa ou próximo do painel de instrumentos. Ligue o motor e ouça o ronco que sai dos escapes. É quase música. Um tipo de médio-grave, que lembra um pouco o som ecoado pelos V2.

USINA DE FORÇA
Na estrada, os dois cilindros paralelos trabalham de forma compassada. Sem atropelos e com suavidade e doses generosas de potência e torque. O tradicional motor, batizado de T-16, de 1.699 cm³ de capacidade cúbica, gera 97 cv a 5.250 rpm e impressionantes 15,9 kgfm de torque, a partir de beixos 2.950 giros. É um propulsor feito para transmitir muita força, principalmente em baixas e médias rotações. Gire o acelerador com vontade e o tranco é forte -- a moto chega fácil a 160 km/h.

Apesar de sua descomunal força, o piloto pode rodar a 120 km/h com a sexta marcha engatada, com o motor rodando abaixo dos 3.000 giros. Outra característica é o baixo nível de vibração. Além disso, as trocas de marchas são suaves e precisas. Durante a avaliação da Infomoto, a Storm fez 28 km/l. E mostrou uma autonomia de mais de 500 km. Hipoteticamente, daria para ir de São Paulo a Belo Horizonte (MG) com um tanque de gasolina.

CICLÍSTICA DE PRIMEIRA
Com uma receita tradicional, a parte ciclística oferece segurança e estabilidade. O conjunto bastante equilibrado da Thunderbird Storm conta com garfos telescópicos da grife Showa, de 47 mm de diâmetro e 120 mm de curso na dianteira, e duplos amortecedores com cinco ajustes na pré-carga mola e 95 mm de curso na roda traseira. Na estrada, o sistema absorve bem as irregularidades do asfalto. Além disso, permite contornar curvas com segurança até o limite das pedaleiras.

O sistema de freios é composto por discos duplos flutuantes de 310 mm diâmetro na dianteira, acionados por pinça de quatro pistões, e disco simples, também de 310 mm, acionados por pinça flutuante de dois pistões, na traseira. Com a segurança extra do sistema ABS, parece que o conjunto de freios da moto está superdimensionado, tamanha sua eficiência.

Quando o manete ou o pedal são acionados ao extremo, de forma enérgica, parece que o sistema "pulsa", freando e soltando a roda, evitando o travamento. Essa moto usa pneus Metzeler ME 880 Marathon, de perfil mais alto e desenho voltado para encarar asfalto de boa qualidade -- e rodar com desenvoltura por longas viagens. Veja sua ficha técnica: 

Triumph Thunderbird Storm
+ Motor: Dois cilindros paralelos, DOHC, refrigeração líquida.
+ Potência: 97 cv a 5.200 rpm.
+ Torque: 15,9 kgfm a 2.950 rpm.
+ Câmbio: Seis marchas.
+ Alimentação: Injeção eletrônica.
+ Dimensões: 2.340 mm x 880 mm x 1.120 mm (CxLxA).
+ Peso: 339 kg em ordem de marcha.
+ Tanque: 22 litros.
+ Preço: R$ 49.900 com freios ABS (sem frete e seguro).

ESTILO E INFORMAÇÕES
O que chama a atenção na unidade testada é o contraste entre o cinza fosco do tanque e para-lamas com o preto do bloco do motor e a canela da suspensão dianteira, além do conforto traduzido pelas pedaleiras avançadas, altura do guidão T-Bar e do assento (a somente 700 mm do solo), que ajuda muito nas manobras em baixa velocidade. A união destes fatores, aliado a eficiência do conjunto da suspensão, confere um comportamento bastante equilibrado.

Porém, a Triumph poderia rever o diâmetro e o material empregado na construção das manoplas (muito duras), o desenho e o posicionamento do painel de instrumentos -- sobre o tanque e com muitas informações reunidas em um único espaço (relógio, dois hodômetros e um medidor de combustível, além de um pequeno conta-giros).

Em vários momentos, a luz incide no painel e fica impossível fazer a leitura. Além disso, o piloto precisa fazer certa "ginástica" com o pescoço para visualizar, por exemplo, a velocidade. Assim, o motociclista tira os olhos da estrada.

Para finalizar, é preciso ter força na mão esquerda para o acionamento do manete de embreagem. Talvez fosse útil um sistema de acionamento hidráulico.

ANTI FAT BOY
Divertida, ágil e econômica, a Triumph Thunderbird Storm terá como rival a Harley-Davidson Fat Boy, que também usa freios ABS. Estão na mesma faixa de preço (na casa dos R$ 50 mil), mas a diferença fica mesmo pela configuração do motor.

Para quem não é um fanático pelos V2, os dois cilindros paralelos são uma boa opção e uma grata surpresa. Assim, qualquer um deveria sair do lugar comum e experimentar o novo, na qual a filosofia desta Triumph Storm se enquadra. É um produto que oferece mais do que se espera.