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Honda NXR 150 Bros Mix vai de álcool e gasolina

NXR 150 Bros Mix, movida a gasolina e/ou etanol: piloto pode medir custo/benefício - Infomoto
NXR 150 Bros Mix, movida a gasolina e/ou etanol: piloto pode medir custo/benefício Imagem: Infomoto

Da Infomoto

28/06/2010 13h50

Desde janeiro a Honda só fabrica a versão Mix da versátil NXR 150 Bros. Até maio já foram emplacadas 73.649 unidades do modelo on/off-road. Os números colocam a Bros como a terceira moto mais vendida no Brasil, só perdendo para a linha CG (125 e 150cc). Disponível nas versões KS (partida a pedal e freio a tambor), ES (freio a tambor e partida elétrica) e a ESD (com partida elétrica e freio a disco), os preços da Bros variam entre R$ 7.890 e R$ 8.690.

Em 2009, a Bros 150 passou por uma grande reformulação. Do paralama à rabeta, passando pelo motor, que ganhou injeção eletrônica de combustível. Na dianteira, as linhas ficaram mais angulosas e a carenagem do farol também mudou. As aletas do tanque ganharam volume e contribuem para deixar a Bros 150 com cara de moto de maior capacidade cúbica. Da injeção até ganhar a tecnologia flex foram apenas alguns meses. Agora o modelo pode rodar só com gasolina, só com etanol, ou com os dois combustíveis misturados em qualquer proporção. A NXR 150 Bros Mix é a primeira da categoria on/off-road dotada do sistema flex fuel.

MOTOR E CONSUMO
O motor da Bros 150 Mix é um monocilíndrico de quatro tempos, com comando simples no cabeçote, 149,2 cm³ de capacidade e alimentado por sistema de injeção eletrônica PGM-FI (Programmed Fuel Injection). Quando abastecida com álcool, segundo a Honda, a potência chega aos 14 cv a 8.000 rpm e o torque, a 1,53 kgfm a 6.000 rpm. Com gasolina, esses valores ficam em 13,8 cv de potência e 1,39 kgfm de torque. Mas na prática, no “acelerador”, é impossível sentir a diferença de potência e torque. Já no bolso...

FICHA TÉCNICA
Honda NXR 150 Bros Mix

Motor - Monocilíndrico, OHC, 4 tempos, arrefecido a ar
Cilindrada - 149,2 cm³
Potência máxima - 13,8 cv a 8.000 rpm (gasolina) ou 14,0 cv a 8.000 rpm (álcool)
Torque máximo - 1,39 kgf.m a 6.000 rpm (gasolina) ou 1,53 kgf.m a 6.000 rpm (álcool)
Alimentação - Injeção Eletrônica PGM-FI (Programmed Fuel Injection)
Capacidade do tanque - 11 litros
Câmbio - Cinco velocidades
Transmissão final - Corrente
Suspensão dianteira - Garfo telescópico com 180 mm de curso
Suspensão traseira - Mono-shock com 150 mm de curso
Freio dianteiro - Tambor de 130 mm de diâmetro
Freio traseiro - Tambor de 110 mm de diâmetro
Chassi - Berço semiduplo
Dimensões - (C x L x A) 2.036 x 810 x 1.138 mm
Altura do assento - 830 mm
Altura mínima do solo - 224 mm
Entre-eixos - 1.335 mm
Peso seco - 117,5 kg (versão KS), 118,6 kg (versão ES) e 119,1 kg (versão ESD)
Cores - Preto, vermelho e laranja
Preço público sugerido - R$ 7.890 (KS), R$ 8.290 (ES) e R$ 8.690 (ESD)

Na primeira fase do teste de consumo de combustível, a Bros Mix rodou exclusivamente na cidade com gasolina (comum). Por 15 dias a moto encarou congestionamentos e as vias expressas da cidade de São Paulo. A Bros Mix obteve média de 30 km/l. Para encher o tanque de gasolina, o motociclista gasta pouco mais de R$ 27 e a moto pode percorrer cerca de 330 km. Antes de iniciarmos a segunda etapa do teste, esgotamos o tanque completamente e abastecemos com etanol. Exatos 11 litros (R$ 13,19). Nesta etapa colocamos a Bros Mix para rodar na estrada (rodovia dos Bandeirantes). Com velocidades entre 90 e 110 km/h, a moto cravou média de consumo de 20 km/l. A autonomia também caiu para 220 km.

Em função de sua agilidade e versatilidade, vale a pena ressaltar que a Bros 150 não é uma estradeira. Está mais para uma “CG rural”, já que conta com suspensões com maior curso, quadro de berço semiduplo e um visual mais agressivo. Porém compartilha praticamente o mesmo motor da CG 150 Titan.

IMPRESSÕES
Se no dia-a-dia a Bros esbanja agilidade, na rodovia falta torque e potência para superar os ônibus e caminhões. Em alguns momentos, o piloto pode tomar alguns sustos na estrada, já que tem que rodar o tempo inteiro com aceleração máxima. Muitas vezes até baixando uma marcha para tentar ganhar velocidade. Na chuva, atenção redobrada. Óleo na pista, deslocamento de ar e aquele spray que sobe quando a moto é ultrapassada pode ser um dos fatores determinantes para uma queda ou acidente.

Rodando por mais de uma hora ininterrupta sobre a Bros 150 Mix, o piloto sente-se cansado em função da adoção de espuma do assento muito dura. Para finalizar, o conjunto óptico poderia oferecer um feixe de luz mais forte, pois a lâmpada de 32 W é fraca.

Além do funcionamento uniforme e acelerações progressivas do motor, outro destaque fica por conta da injeção eletrônica de combustível. O sistema gerencia a partida a frio. Em nenhum momento da avaliação, seja abastecida com gasolina ou álcool, a Bros "pipocou" ou engasgou. Sempre pegou de primeira, mesmo no inverno paulistano. Claro que na primeira partida do dia era preciso acionar o botão do "start" por mais tempo, mas fazendo isso o motor acordava sem problemas.

Para entender as indicações no painel da Bros 150 Mix é preciso seguir as dicas do fabricante. Ou seja, quando as duas luzes (MIX e ALC) estiverem apagadas, significa que a partida é possível em qualquer temperatura. Se a MIX estiver acesa, o usuário deve abastecer sua motocicleta com um mínimo de dois litros de gasolina. Foi o que aconteceu quando a moto testada recebeu 100% de álcool. A luz MIX ficou acesa, mas em nenhum momento a Bros negou fogo.

Seguindo as recomendações da Honda, caso a ALC esteja acesa, é preciso adicionar pelo menos três litros de gasolina. Se, ao ligar a chave de ignição, a lâmpada ALC piscar, significa que a temperatura ambiente é baixa e que o teor de álcool no tanque é alto -- o que pode dificultar a partida. Em locais no qual a temperatura fica ambiente abaixo dos 15ºC, recomenda-se que o tanque da Bros Mix tenha no mínimo 20% de gasolina para que se garanta a partida a frio.

CÁLCULO PARA A ECONOMIA
O álcool, apesar de ser mais barato, tem consumo pior e, consequentemente, acaba primeiro que a gasolina. Por isso, o preço do etanol na bomba de combustível tem que ser vantajoso para o consumidor, de até 70% do cobrado na gasolina. Calcular a diferença é simples: basta pegar o preço do litro da gasolina e multiplicar por 0,70. Por exemplo: se o litro custa R$ 2,50, só vale a pena abastecer com o álcool se estiver a R$ 1,75 ou menos (R$ 2,50 multiplicado por 0,70 é igual a R$ 1,75). Se o preço do litro do álcool superar R$ 1,76, é melhor escolher a gasolina.
Na capital paulista, vale a pena rodar com a Bros 150 Mix abastecida somente com etanol, já que o preço em muitos postos gira em torno de R$ 1,20.

Portanto, o combustível "verde" oferece maior economia no bolso do motociclista e menor emissão de poluentes na atmosfera em São Paulo. A única desvantagem é que a autonomia da moto diminui e o piloto tem de parar mais vezes para abastecer. (por Aldo Tizzani)