CG 150 Titan EX versus NRX 150 Bros ESD: qual a melhor para o dia-a-dia

Da Infomoto

Qual a melhor moto para encarar o trânsito carregado dos grandes centros: uma street ou uma trail de baixa cilindrada? Para responder a esta pergunta analisamos o comportamento das Honda CG 150 Titan EX (street) e NXR 150 Bros ESD (trail), ambas com sistema bicombustível (álcool e gasolina). Com estilos e propostas completamente diferentes, as motos apresentam algumas características comuns -- usam o mesmo motor --, mas com desenhos e conjuntos ciclísticos completamente distintos.

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    A trail Honda Bros e a street CG 150Titan: tira-teima para o uso no cotidiano

Outros fatores também são levados em consideração na hora da compra: histórico, valor das peças de reposição e liquidez. Além disso, há uma diferença de R$ 1.200 nos preços sugeridos pela montadora: a CG EX custa R$ 7.490, e a Bros ESD sai por R$ 8.690.

No quesito motorização, as semelhanças podem enganar. Apesar das mesmas características de construção -- OHC (comando simples no cabeçote), monocilíndrico, quatro tempos, arrefecimento a ar e 149,2 cm³ de capacidade cúbica --, os motores trabalha em distintas faixas de utilização (diferença entre as rotações de potência e torque máximos). Rodando apenas com álcool, a CG 150 Titan EX tem potência máxima declarada de 14,3 cavalos a 8.500 rpm e torque máximo de 1,45 kgfm a 6.500 rpm.

Já a NXR 150 Bros ESD oferece 14 cv (a 8.000 rpm) de potência máxima, e 1,53 kgfm a 6.000 rpm de torque máximo. A "micro" diferença de potência se dá exclusivamente pela posição do filtro de ar. A CG 150 respira mais, já que o filtro fica mais exposto na lateral da moto. Na Bros ele fica mais escondido e protegido de detritos e sujeira. Apesar de a faixa útil ser a mesma (2.000 rpm), a street tem mais potência em altos giros, enquanto a trail entrega mais torque em médias rotações.

ÁLBUM DE FOTOS
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Para auxiliar no desempenho, a Bros conta ainda com uma coroa maior, o que oferece respostas mais rápidas em rotações menores. Já a CG tem coroa menor e uma relação mais alongada, principalmente nas últimas marchas (4ª e 5ª), garantindo uma maior velocidade final.

CICLÍSTICA
Na parte ciclística, a diferença começa no desenho e na geometria do chassi. Na CG 150 EX o quadro é tipo diamante, no qual o motor faz parte da estrutura. Essa configuração é mais suscetível à torção, porém garante maior manejo ao piloto. A Bros ESD conta com o tradicional berço semiduplo, que abraça e protege o motor na parte inferior. O chassi da trail é praticamente o mesmo da CRF 230 (modelo de competição off-road), o que lhe garante maior rigidez e robustez. Na prática, isso significa mais controle da moto no fora-de-estrada.

No árduo trabalho de transpor buracos, ondulações, piso irregulares ou trechos de terra, as motos contam com propostas completamente diferentes. Na dianteira, vantagem para a Bros. Isso em função dos 180 mm de curso do garfo telescópico da Bros, contra 130 mm na CG 150 Titan EX. Na trail, o poder de absorção e retorno é mais rápido, como nas motos de competição.

Na traseira, a CG conta com sistema bichoque, com 101 mm de curso (bichoque), contra 150 mm de curso do modelo trail (monoamortecida). Essa diferença se dá pela proposta de trabalho incorporado na linha CG há mais de 30 anos, já que os amortecedores são fixados lateralmente no eixo da roda. Detalhe: rodando num piso muito ondulado, o pneu traseiro da CG pode até quicar.

No caso da Bros, o alinhamento do amortecedor com a roda força o pneu para baixo, oferecendo maior aderência em pisos irregulares. Outros fatores que colaboram para uma maior poder de absorção são as rodas raiadas e os pneus de uso misto. No item frenagem, o comportamento das motos foi muito semelhante, já que ambos modelos estão equipados com disco simples de 240 mm de diâmetro, com pinça de dois pistões, na dianteira. Na traseira, o tradicional freio a tambor. O conjunto oferece respostas rápidas e eficientes.

CONFORTO E ERGONOMIA
Em função de seu estilo, a NXR 150 Bros ESD oferece uma melhor postura e, consequentemente, maior conforto para o piloto. Reflexo do guidão aberto e mais alto, que passa com facilidade por cima dos retrovisores da maioria dos carros de passeio. Além disso, a trail da Honda tem uma maior distância do solo (244 mm), que pode fazer a diferença na hora de cruzar uma área alagada.

Já a CG 150 Titan EX é mais ágil nas mudanças de direção, em função de um entre-eixos mais curto (1.315 mm, conta 1.353 mm da Bros). A CG também é mais fácil de pilotar, pois é mais baixa, o que ajuda bastante na realização de manobras. Os modelos contam com assentos em dois níveis e com espuma de boa densidade.

Para quem não gosta de rodar com mochila nas costas, a Bros oferece ainda um generoso bagageiro, no qual é possível instalar um bauleto. Na CG EX não há bagageiro como item de série; para se colocar o baú é necessário a retirada das alças do garupa e a instalação de um bagageiro. A versão mais esportiva da CG conta ainda com rodas de liga leve e a polêmica moldura do farol com piscas embutidos.

CONCLUSÃO
As duas motos avaliadas são muito equilibradas e ágeis no dia-a-dia. A CG leva vantagem na tradição, versatilidade, robustez, autonomia, peças de reposição mais baratas e alto valor de revenda. Além disso, a CG 150 EX é um modelo verdadeiramente "urbanóide", lapidado por mais de 35 anos para ser uma trabalhadora nata -- mesmo na sua versão topo de linha. O preço sugerido pela Honda é de R$ 7.265.

Já a Bros é mais robusta e tem a capacidade de enfrentar estradas de terra, oferece maior nível de conforto e responde melhor em rotações mais baixas. O que pesa contra ela é a altura do assento (830 mm, contra 792 mm da CG), o estilo "cross" e o preço sugerido, de R$ 8.690. Ou seja, no trânsito urbano dos grandes centros, quem manda ainda é a CG 150. Uma best-seller que evoluiu com o tempo. (por Aldo Tizzani)

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