Fabricantes de pneus investem no mercado brasileiro de duas rodas

Da Infomoto

De olho no crescimento do mercado de duas rodas --frota nacional circulante de motos deve fechar ano perto dos 15 milhões de unidades--, Pirelli e Michelin querem ampliar sua participação no segmento. A multinacional italiana projeta ampliar seu faturamento em 10% e investir US$ 200 milhões até 2011 no país. Já a marca francesa quer chegar em 2014 com 10% de participação no aftermarket.

Apesar da crise mundial, as vendas da Michelin no Brasil registraram um crescimento de 7% no primeiro semestre. Para Marco Moretta Monteiro, novo diretor de marketing e vendas da Michelin da divisão de motocicletas na América do Sul, o primeiro passo para o crescimento da marca no Brasil é a aumentar a capilaridade. "Precisamos ampliar nossos pontos de vendas. Em cinco anos, nossa meta é saltar de 4% para 10% de participação no market share", conta o executivo, dizendo que, para a Michelin crescer com o mercado, é preciso investir em modelos de pneus para motos até 150 cc, a base da pirâmide. Só por curiosidade, os pneus "populares" da Michelin hoje são montados pela Levorin.

"Hoje, a Michelin tem uma notoriedade, uma maior penetração com produtos premium, ou seja, motos de maior valor agregado. Porém, os mercados da Europa e Estados Unidos estão saturados. Nesta visão global de negócio, a frota brasileira de motocicletas está em crescimento. Assim, nosso principal objetivo é crescer junto com este mercado e, consequentemente, estar cada vez mais perto dos revendedores e do consumidor final", conta Marco Monteiro.

Já a Pirelli responde pelos pneus de 98% das motocicletas fabricadas no Brasil. Além disso, todos os pneus de moto convencionais comercializados em todo o mundo são fabricados na planta de Gravataí (RS). Agora, a multinacional italiana quer ampliar sua participação no mercado de reposição com investimentos e aumento na capacidade produtiva.

O grupo investirá US$ 200 milhões no Brasil, que se soma aos US$ 100 milhões já investidos ano passado. Com esta injeção, a Pirelli terá uma aumento de produção da ordem de 20% de pneus para veículos e motocicletas. Do total, um terço será direcionado à pesquisa e desenvolvimento.

Para Marco Trochetti Provera, presidente do Grupo Pirelli, que esteve no país para anunciar os novos investimentos da marca, disse que "o Brasil é o coração do nosso negócio, tanto em termos de tecnologia como também em resultado de vendas". Em 2008, a América do Sul representou 33% do faturamento total da Pirelli Pneus e o Brasil representa 90% da produção sulamericana. Desse total 35% são destinados à exportação (Estados Unidos, Canadá e México).

Segundo o presidente do Grupo Pirelli, o Brasil está fazendo um bom trabalho em meio à crise mundial. "Por isso estamos seguros em fazer este aporte de capital", completou. (por Aldo Tizzani)

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