Mercado de motos deve cair 11% em 2009, dizem fabricantes

Da Infomoto

  • Divulgação

Apesar da tímida recuperação do setor de duas rodas no segundo trimestre deste ano, quando os emplacamentos cresceram 7% se comparados aos primeiros três meses de 2009, a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas Bicicletas e Similares) projeta uma queda de 11% nas vendas em relação a 2008. Para Paulo Takeuchi, presidente da entidade, as vendas devem chegar a 1,70 milhão de unidades neste ano, contra 1,91 milhão de 2008.

No primeiro semestre, foram vendidos 765.490 veículos de duas rodas -- uma queda de 19% em relação ao mesmo período de 2008. A queda só não foi maior devido à tímida recuperação registrada entre abril e junho. Takeuchi e os fabricantes associados apostam nessa recuperação para minimizar a diminuição nas vendas neste ano. "O balanço demonstra que os efeitos da redução da Cofins estão surtindo efeito", afirmou.

O presidente da Abraciclo refere-se à isenção da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social para motos de até 150cc, concedida pelo governo federal. A medida, que valia até junho, foi prorrogada até setembro. Além disso, o governo do Estado do Amazonas, onde estão instaladas as fábricas de motocicletas, isentou os veículos de duas rodas do pagamento do IPVA até o final do ano, enquanto a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) prorrogou a isenção da taxa administrativa até dezembro. Além disso, há incentivos de ICMS no Amazonas. "Essas medidas devem garantir competitividade ao polo de duas rodas e evitar demissões", concluiu Takeuchi.

FALTA CRÉDITO
Desde o início da crise financeira mundial, a principal dificuldade do setor de motocicletas tem sido a falta de crédito para o consumidor final. "A procura pela aquisição de motocicletas continuou intensa durante todo esse período. O que afetaram as vendas foram as exigências para a aprovação de crédito e a necessidade de uma parte do valor de entrada, dificuldades oriundas da crise", explicou Takeuchi. Algumas instituições financeiras chegaram até mesmo a cancelar linhas de crédito para o financiamento de motocicletas.

Para diminuir o problema, o presidente da Abraciclo espera que as financeiras transfiram para o setor de duas rodas o otimismo gerado pela venda de carros novos, que registrou recorde histórico no primeiro semestre. Além disso, outra esperança para o setor é a liberação de uma linha de crédito de R$100 milhões realizada pelo Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador), exclusiva para financiamento de motos para motociclistas profissionais por intermédio da Caixa Econômica Federal.

Com a verba, que deve estar disponível para o público a partir de agosto, o consumidor do setor duas rodas terá maior facilidade na aprovação de crédito, além de poder financiar 100% do valor do veículo.

"Os motofretistas poderão comprar sem entrada", comemorou Takeuchi, esperando que as projeções se confirmem e o mercado atinja a nova projeção. (por Arthur Caldeira)

UOL Cursos Online

Todos os cursos