Com visual marcante, Triumph Street Triple entra na briga das nakeds médias

Da Infomoto

A mais nova integrante da família Triumph no Brasil, a naked Street Triple é o estereótipo da filha caçula: menor que sua "irmã maior" Speed Triple 1050, de quem herda o design inconfundível com dois faróis, mas muito invocada, graças ao motor herdado da esportiva Daytona 675. Lançada no exterior em 2007, essa inglesa vem acirrar o já concorrido mercado brasileiro de nakeds de média cilindrada, onde figuram Honda CB 600F Hornet, Yamaha FZ6N e Suzuki Bandit 650.
  • Caio Mattos/Infomoto

    Visual polêmico e motor 3-cilindros de 675cm³ formam a naked média Triumph Street Triple

Mas a naked inglesa traz um diferencial em relação a suas concorrentes: um motor de três cilindros em vez dos quatro em linha das japonesas. E este três-cilindros em linha, com comando duplo no cabeçote e refrigeração líquida é uma das grandes qualidades da Street Triple. Levemente amansado em relação a sua irmã mais esportiva, oferece 107 cavalos de potência máxima a 11.700 rpm, mais que suficientes na sua categoria e fazendo dela a mais potente naked de média cilindrada -- a Hornet tem 102 cv, a FZ6N, 98 cv e a Bandit 650, 85 cv.

Porém é a entrega de torque linear, com aquela sensação de motor sempre cheio, que agrada na hora de pilotar essa inglesa. Atingindo o torque máximo de 7,03 kgfm a 9.100 rpm, a Street Triple parece ter força suficiente para levantar a roda dianteira nas arrancadas ou para acelerar nas saídas de curva em marchas mais altas.

DESIGN E CONFORTO
Outro ponto a favor da Speed Triple é seu design totalmente distinto das concorrentes, por ser fora do convencional. Desenho, aliás, que já consagrou sua irmã mais velha, a Speed Triple 1050, estrela das acrobacias do segundo filme da série "Missão Impossível". Caracterizado pelo conjunto óptico com dois faróis, quadro aparente e roupagem minimalista, a Street Triple está mais para uma streetfighter de fábrica -- modelos naked personalizados comuns na Europa. Alguns irão adorar o visual, outros odiarão, alegando que está faltando peça. Completam o ousado conjunto dessa inglesa as duas saídas de escape, uma de cada lado da moto.

A Street Triple conta ainda com posição de pilotagem bastante ereta, em função da posição das pedaleiras e também do guidão bem largo, ao estilo motocross. Montado nessa inglesa, nota-se que ela é uma moto versátil, pronta para o uso diário, mas também uma boa companhia em viagens, como toda boa naked.

FICHA TÉCNICA

Triumph Street Triple
Motor: Três cilindros em linha, 675 cm³, 12 válvulas, DOHC, com refrigeração líquida.
Transmissão: Câmbio de seis marchas com transmissão final por corrente.
Potência: 107 cv a 11.700 rpm.
Torque: 7,03 kgfm a 9.100 rpm.
Alimentação: Injeção eletrônica multiponto sequencial.
Quadro: Dupla trave superior em alumínio.
Suspensão: Garfo telescópico invertido Showa com 120 mm de curso na dianteira; balança monoamortecida Showa com ajuste na pré carga da mola e 126 mm de curso na traseira.
Freios: Disco duplo de 308 mm de diâmetro e pinça Nissin de dois pistões na dianteira; disco de 220 mm de diâmetro e pinça Nissin de um pistão na traseira.
Rodas e pneus: 120/70 ZR 17 (dianteiro); 180/55 ZR 17 (traseiro).
Dimensões: 2.030 mm de comprimento, 736 mm de largura e 1.250 mm de altura. Entre-eixos de 1.395 mm e 800 mm de altura do assento ao solo.
Peso: 167 kg.
Tanque: 17,4 litros.
Preço: R$ 38.900.
IMPRESSÕES AO PILOTAR
Rodamos com o modelo em uma pista de testes, levando as rotações do motor à faixa vermelha do conta-giros e a ciclística da moto ao seu limite. Nesta situação, a posição de pilotagem transmite a sensação de que se tem total controle da Street Triple, instigando a acelerar e curtir seu ronco diferenciado.

Apesar do excelente quadro -- dupla trave superior em alumínio -- ser o mesmo da esportiva Daytona 675, as suspensões não o são. Na dianteira, o garfo telescópico invertido não oferece regulagens. Já na traseira, há balança monoamortecida com regulagem na pré-carga da mola. Com um acerto que privilegia o conforto, o conjunto mostra sua limitação quando é exigido ao máximo. Mas nada que comprometa a diversão de se deitar nas curvas. O quadro é bastante intuitivo e transmite ao piloto as reações da moto em acelerações, frenagens e curvas. Em condições normais, nas ruas e estradas, as suspensões devem funcionar muito bem.

Os freios, infelizmente, também não são iguais aos da irmã esportiva. Em vez das pinças radiais monobloco da Nissin, a Street Triple traz dois discos de 308 mm com pinças convencionais de dois pistões, na dianteira. Para ajudar na tarefa de parar seus 167 kg a seco, a Street Triple conta ainda com um disco simples de 220 mm e pinça de um pistão na traseira. Mesmo com flexíveis em malha de aço (Aeroquip), demonstraram certa fadiga na pista -- tanto que, no exterior, a Triumph lançou a versão R da Street Triple com freios melhorados. Vale ressaltar novamente que, em condições de rua, é pouco provável que os freios atinjam o grau de fadiga experimentado nas pistas.

DIFERENTE
O comportamento do motor de três cilindros em linha é um dos pontos positivos da Street Triple 675. Bastante potente, oferece também torque em baixos e médios regimes. Na prática isso se traduz em menos trocas de marcha e, consequentemente, uma pilotagem mais confortável.

E com um design que destoa bastante de suas concorrentes, a nova Triumph pode agradar ao motociclista que busca se diferenciar. Mas para isso tem que pagar o preço mais alto cobrado pela Street Triple. Disponível nas cores branca, preta e verde, o preço sugerido pela naked inglesa é de R$ 38.900, sem frete. A Honda Hornet custa a partir de R$ 31.980, enquanto a Yamaha FZ6 N sai por R$ 32.200 e a Suzuki Bandit 650, R$ 31.151 -- sempre sem contar frete e seguro. Todas têm em comum o fato de serem mais baratas e trazerem motores de quatro cilindros em linha. (por Arthur Caldeira)

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