Comparativo: Honda CG 150 Titan contra Yamaha YBR 125

Da Infomoto

Beleza ou funcionalidade? Com certeza muita gente já viveu esse dilema em alguma escolha na vida. E o que isso tem a ver com motocicletas? Comparamos as 125/150 mais vendidas do Brasil e eternas rivais, renovadas para 2009: Honda CG Titan 150 e Yamaha YBR 125 Factor. Colocamos as motos lado a lado em suas versões top de linha (ESD e ED, respectivamente) para descobrirmos quais os pontos fortes e fracos dos modelos.

Renato Durães/Infomoto

Campeãs de vendas em seus segmentos, Yamaha YBR 125 e Honda CG Titan mostram qualidades


Além da capacidade do motor, ambas se diferenciam ao primeiro olhar. A Factor encanta com seu visual esportivo e street, ressaltado pelas rodas de liga leve, disponíveis na versão ED, lembrando muito sua irmã maior YS 250 Fazer. Entre alguns motociclistas, ganhou o apelido de "mini-Fazer". Já a rival da Honda resolveu inovar no design, com uma carenagem no farol que não agradou a todos. Inédito no Brasil, o novo desenho já recebeu alguns apelidos e muitas críticas.

ÁLBUM DE FOTOS
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Gosto à parte, ambas são as motos mais vendidas das respectivas marcas. Já no ranking de emplacamentos, a CG 150 lidera, enquanto a 125 da Yamaha ocupa a quarta posição entre as mais vendidas.

Quando o quesito é praticidade para transportar pequenos objetos, ambas se equivalem. A Honda Titan 150 conta com um gancho metálico próximo aos amortecedores traseiros. A YBR Factor também traz ganchos na alça da garupa, com o mesmo propósito. No teste prático, ambas levaram um capacete fechado no banco destinado ao carona somente com a "aranha" de fixação.

Já nos punhos de comando as rivais são contrastantes. Na Yamaha eles são semelhantes aos da sua irmã maior, a YS Fazer 250, com lampejador de farol e corta-corrente. Os comandos da Titan pararam no tempo. Os dois itens citados na concorrente inexistem na Honda, e o restante é praticamente igual ao que trazia a CG 125 Titan de 2000, exceto pela falta do botão liga/desliga do farol (agora acionado automaticamente ao se ligar o motor).

SUSPENSÕES E MOTORES
Em relação ao conforto, as suspensões -- ambas de garfo telescópico na dianteira e duplo amortecedor na traseira -- funcionam muito bem nas duas motocicletas, com vantagem para a Yamaha pela suavidade. Contra a marca dos três diapasões está o banco da YBR. Com uma espuma muito mole, cansa o piloto após longo tempo pilotando. No caso da Titan 150, o banco foi redesenhado e tem uma espuma mais densa e confortável.

LADO A LADO, AS DUAS CAMPEÃS
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O visual das duas motos começa a diferir já no conjunto óptico, com a Honda mais 'ousada', e a Yamaha, clássica

Nas rodas e pneus, porto para a Yamaha, que traz um conjunto com aro em liga-leve e pneus sem câmara

No quesito praticidade, ambas as motos se equivalem, levando um capacete extra apenas com a 'aranha'
A concepção dos motores é o grande diferencial dessas motos urbanas. As concorrentes já atendem ao Promot 3 (lei de controle de emissão de poluentes) e utilizam soluções diferentes para cumprirem a norma. A Honda inovou ao equipar sua campeã de vendas com injeção eletrônica de combustível, além de sensor de oxigênio e catalisador. A YBR 125 Factor teve seu carburador remodelado, ganhou sensor de "cut-off", acionamento do segundo estágio a vácuo e sensor de posição do acelerador. Com essas soluções, a Factor consegue um resultado semelhante a um motor injetado, cortando o envio de combustível quando o acelerador não é acionado com a moto em movimento.

Tantas inovações têm seu preço. Os números de potência e torque reduziram na YBR; na Honda a potência continua a mesma da CG 150 carburada (a 500 rotações acima) e o par máximo diminuiu. Falando abertamente, a YBR sofre pela falta dos 25 cm³ em relação à Titan e também com as novas regras de emissão de poluentes, que obrigaram a Yamaha a instalar dois catalisadores no escapamento, deixando a Factor um tanto "amarrada".

Nas estradas, onde a Yamaha anda "esgoelada", ainda sobra acelerador na CG. Isso se traduz em um consumo mais alto. Rodando com ambas conseguimos médias acima de 40 km/l pilotando a CG e com a rival as médias obtidas ficaram entre 33 e 35 km/l. Ao se falar em consumo, não podemos deixar escapar o grave calcanhar-de-aquiles da nova Titan. Ela não tem torneirinha de combustível e nem luz indicadora de reserva -- há somente o marcador de gasolina. Portanto, um motociclista mais distraído pode ficar a pé se não ficar atento ao nível.

Já na rival, equipada com a torneirinha de combustível, ainda há chances de chegar ao próximo posto para abastecer ao se abrir a reserva. Um item bastante útil para os distraídos.

IMPRESSÕES AO PILOTAR
Tanto YBR Factor e CG 150 Titan são ótimas motos para se pilotar na cidade: estáveis, ágeis e confortáveis. Porém, a maciez do conjunto motor/câmbio/freios e suspensões da Yamaha acaba sendo ofuscada pelo maior vigor do motor da Titan, que exige menos trocas de marchas e permite ao piloto rodar com o acelerador menos aberto.

Na hora de frear, as motocicletas apresentam freio a disco na roda dianteira (de pistão simples na Factor e duplo na Titan) e a tambor na traseira. A 125 da Yamaha mostrou reações melhores, enquanto a rival apresentou um acionamento um pouco mais "borrachudo".

Nos trechos de curvas, vantagem novamente para o modelo Yamaha. A versão ED testada sai de fábrica com rodas de liga-leve calçadas com pneus Metzeler ME 22, sem câmara e de perfil esportivo. Itens que fazem dela uma das motos mais completas da categoria. Já a Honda peca por não equipar a CG top de linha com rodas de liga e pneus sem câmara. Suas rodas raiadas e os pneus Pirelli City Demon são de boa qualidade e dão conta do recado -- mas, como se trata de modelo top e de preço mais elevado, bem que a Titan 150 poderia ter rodas mais bonitas.

QUANTO CUSTAM
Por falar em preço, esse é um item muito importante nessa categoria de motos urbanas de baixa cilindrada. Se compararmos os valores divulgados pelas fábricas, a diferença entre Titan e Factor é de pouco mais de R$ 500. Porém, o preço praticado nas concessionárias das marcas na capital paulista dobra essa diferença.

Ao consultarmos as concessionárias, constatamos que a Factor apresenta larga vantagem. O valor médio cobrado pela Yamaha YBR 125 Factor ED é de R$ 6.800, enquanto a concorrente Honda CG 150 Titan está sendo vendida a R$ 7.900. Uma diferença de quase 15%, que significa parcelas mais baixas no financiamento -- ou ainda uma economia para comprar equipamentos de segurança.

Fichas Técnicas
  • Honda CG 150 Titan ESD
    Motor: monocilíndrico, 149,2 cm³, duas válvulas por cilindro e refrigerado a ar
    Diâmetro x curso: 57,3 mm x 57,84 mm
    Taxa de Compressão: 9,5: 1
    Potência máxima: 14,2 cv a 8.500 rpm
    Torque máximo: 1,32 kgfm a 7.000 rpm
    Alimentação: Injeção eletrônica PGM-FI
    Câmbio: 5 marchas
    Transmissão: corrente
    Comprimento: 1.988 mm
    Largura: 730 mm
    Altura: 1.098 mm
    Altura do banco: 792 mm
    Distância entre eixos: 1.315 mm
    Peso (a seco): 119,4 kg (versão ESD)
    Tanque de gasolina: 16,1 litros
    Quadro: Diamond
    Suspensões: Garfo telescópico na dianteira e duplo amortecedor na traseira
    Pneus: Pirelli City Demon 80/100-18 (dianteiro) e 90/90-18 (traseiro)
    Freios: Disco simples de 240 mm de diâmetro com cáliper de dois pistões na dianteira (versão ESD) e tambor de 130 mm na traseira
    Cores: azul metálica, prata metálica, vermelha e preta
    Preço sugerido: R$ 6.990 (versão ESD)


  • Yamaha YBR 125 Factor
    Motor: Monocilíndrico, 124,9 cm³ duas válvulas por cilindro, refrigerado a ar
    Diâmetro x curso: 54,0 mm x 54,0 mm
    Taxa de compressão: 10,0:1
    Potência máxima: 11,2 cv a 8.000 rpm
    Torque máximo: 1,13 kgfm a 6.000 rpm
    Alimentação: Carburador Mikuni BS 25
    Câmbio: 5 velocidades
    Transmissão: Corrente
    Comprimento: 1.980 mm
    Largura: 760 mm
    Altura: 1.080 mm
    Altura do banco: 780 mm
    Distância entre eixos: 1.290 mm
    Peso (a seco): 112 kg (versão ED)
    Tanque de gasolina: 13 litros
    Quadro: Diamond em aço
    Suspensões: Garfo telescópico com 120 mm de curso na dianteira e duplo amortecedor com 105 mm de curso na traseira
    Pneus: 2.75-18 42 P Metzeler ME 22 (dianteiro) e 90/90-18 42 P Metzeler ME 22 (traseiro)
    Freios: Disco simples de 245 mm na roda dianteira com cáliper de pistão simples e tambor de 130 mm de diâmetro na traseira
    Cores: Azul, prata, preta e vermelha
    Preço sugerido: R$ 6.585


    (por Bruno Parisi e Arthur Caldeira)
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