Honda moderniza CG para encarar novos limites de emissões

Da Auto Press

A CG da Honda está para o mercado de motocicletas como o Volkswagen Gol está para o setor automobilístico. Trata-se da moto mais vendida do país desde seu lançamento, em 1976. Composta pelos modelos 150 Titan e 125 Fan, hoje a linha responde por nada menos que 46% das vendas totais de motos no país. E elas são fundamentais para a marca nipônica ser a líder isolada do mercado brasileiro, com 76% de participação. Mas não é por estar ganhando que a fabricante deixa de mexer no seu principal produto: esta é nada menos que a sétima geração da motocicleta. Na verdade, a Honda aproveitou que teria de adequar sua linha líder em vendas aos novos padrões de emissões de poluentes, que entram em vigor em janeiro de 2009, e fez uma profunda remodelação nas duas motos.

Fotos: Eduardo Fonseca da Rocha/Carta Z Notícias

CG Titan ganha injeção, fica mais ágil, moderna... e com visual polêmico

A principal modificação visava mesmo atender às normas da terceira fase do Promot (o Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares). A CG 150 Titan seguiu o caminho mais simples e lógico. O motor 149 cm³ OHC monocilíndrico, com balancim roletado, eliminou o carburador e passou a ser alimentado por um sistema de injeção eletrônica. Tanto a potência de 14,2 cv quanto o torque de 1,32 kgfm foram mantidos, só que agora alcançados em rotações maiores. A potência em 8.500 giros -- era em 8 mil rpm -- e a força máxima em 7 mil rotações -- na sexta geração era alcançada em 6.500 rpm.

  • Yamaha YBr opta por carburador inteligente; veja as imagens

    A Titan também ganhou novas relações nas quarta e quinta marchas. Ao mesmo tempo, recebeu novo catalisador, um conjunto de alterações que, segundo a Honda, fez o modelo ficar 64% menos poluente que o limite do Promot 3 e 8,5% mais econômica. O catalisador, por sua vez, foi a solução mais econômica encontrada pela fabricante para deixar a 125 Fan dentro dos padrões de emissões. A moto conta com o mesmo motor básico da Titan, OHC com balancins roletados, mas manteve o carburador. Por isso, foi necessário posicionar o catalisador na saída do escape para que alcançasse a temperatura capaz de carbonizar as partículas expelidas no fim da queima. São 11,6 cv a 8.250 rpm e 1,06 kgfm disponível em 6 mil giros. Uma forma de deixar a Fan com seu maior apelo, o preço: R$ 5.140 na KS e R$ 5.590 na ES.

    Na parte estrutural, a CG 150 recebeu novo chassi do tipo Diamond, 600 gramas mais leve que a geração anterior. Outros 700 gramas foram "enxugados" com o novo conjunto frontal. Com isso, a versão de entrada KS, com partida por pedal e preço inicial de R$ 6.040, tem peso seco de 115,9 kg contra 118 kg anteriores. As configurações com partida elétrica ES e ESD -- esta com freios a disco -- custam R$ 6.590 e R$ 6.990 e têm, respectivamente, 119 kg e 116,9 kg -- conta 121 kg e 119,4 kg. O tanque de combustível agora recebe 16,1 litros, ante os 14 litros anteriores.

    Esteticamente, a Honda também fez mudanças visuais na linha. Na Fan, permanecem o visual "naked" tradicional. Mudaram apenas o assento, tanque e tampas laterais. Já na Titan, a marca procurou passar mais arrojo em um estilo levemente inspirado na CB 600 Hornet. Isso fica evidente logo no conjunto ótico. O farol redondo deu lugar a uma lente com corte geométricos e piscas integrados angulosos. O quadro de instrumentos foi integrado à carenagem. Na traseira, piscas com lentes fumês estão integrados à lanterna. O tanque também foi redesenhado e passa uma sensação de robustez às linhas da Titan. E parte das tampas laterais são pintadas em prata, para dar a aparência de ser parte de um quadro de alumínio exposto.
    (por Fernando Miragaya)

  • Leia a avaliação da Infomoto

    PRIMEIRAS IMPRESSÕES
    O maior ganho da nova linha CG é mesmo no visual. A CG 150 Titan ficou moderninha e ousada, com carenagem, rabeta e piscas integrado ao farol -- que lembram as orelhas do personagem Pikachu, do desenho "Pokemon". As novas linhas certamente valorizam o modelo diante da enxurrada de motos chinesas, que parecem saídas dos anos 70 e invadem o mercado brasileiro. Já a CG 125 Fan é mais discreta e tradicional, mas também teve um ganho estético. A frente destacou mais o estilo "naked", com faróis, piscas e conjunto de instrumentos separados. O novo desenho do tanque, das laterais e da rabeta são idênticos externamente ao da Titan - embora as laterais sejam predominantemente em preto.

    Mas as ousadias da Honda param na estética. Na dinâmica, a marca seguiu a característica da marca, de evoluir aos poucos. O novo motor injetado incrementou suavidade e homogeneidade no ganho de velocidade, apesar de não fornecer mais potência ou torque à Titan. Nem chega a exigir maiores refinamentos na ciclística do modelo -- que era boa e melhorou de forma sutil, com a discreta centralização de massas. Enquanto isso, a Fan se mostra um pouco menos disposta, sem chegar a inspirar tédio.

    Dinamicamente, no entanto, as duas seguem a boa e velha escola japonesa para modelos de pequeno porte: muito equilíbrio e maneabilidade de sobra.
    (por Eduardo Fonseca da Rocha, em Indaiatuba-SP)
  • UOL Cursos Online

    Todos os cursos