Apesar da crise, setor de duas rodas fechará 2008 em alta

Da Infomoto

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Depois de nove meses batendo recordes consecutivos, o mercado de duas rodas sofre os impactos da crise internacional e já apresenta redução nas vendas, produção e exportação. Comparando os números de emplacamentos de motos, novembro teve uma retração de 17,28% em relação ao mês anterior, que também já havia registrado queda. Em outubro, haviam sido vendidas 150.110 motocicletas, contra 124.176 unidades emplacadas no último mês. A queda na comercialização de motos está diretamente ligada às restrições de crédito, principalmente no que diz respeito ao financiamento. Além disso, o consumidor está mais cauteloso na hora de contrair uma nova dívida. De toda forma, mesmo com a crise instalada, a previsão é que o Brasil emplaque até o final do ano cerca de 2 milhões de motos (para efeito de comparação, os distribuidores de automóveis estimam fechar o ano com cerca de 2,7 milhões de carros de passeio vendidos).

"Temos clientes querendo comprar veículos, mas faltam recursos que não estão sendo liberados pelos bancos. No setor de motos, por exemplo, onde a queda nas vendas superou 17% em outubro, o volume de cadastros de financiamento rejeitados pelos bancos tem sido expressivo, o que vem dificultando o desempenho deste segmento", afirmou Sérgio Reze, presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Para Reze o setor de duas rodas tem uma alternativa para reagir -- o consórcio. O Sistema de Consórcio financiava o setor de motos antigamente. "É um ótimo instrumento num momento de falta de crédito", comentou o presidente da Fenabrave.

O entrave, porém, está no hábito do motociclista brasileiro, que não se acostumou com uma poupança programada e prefere sair da concessionária já pilotando sua moto, sem esperar o sorteio ou fazer um lance.

MARCAS LÍDERES
As duas marcas líderes do segmento de duas rodas -- Honda e Yamaha -- tiveram perdas significativas em suas vendas destinadas à rede de concessionárias. A Honda, por exemplo, vendeu 143.613 motos em janeiro, ao passo que em outubro viu 100.426 unidades serem comercializadas. Já o caso da Yamaha é mais preocupante: a montadora comercializou apenas 12.982 unidades em outubro, enquanto havia vendido 32.426 motos em setembro, seu melhor momento do ano.

Em ambos os casos é comum encontrar nas revendas motos ano/modelo 2008. Em função da queda nas vendas e dos altos estoques, as montadoras postergaram a apresentação de novos produtos. Prova disso é que modelos da Honda, como Twister e Tornado, que têm de mudar em função do Promot 3 ainda não foram lançados.

NA CONTRA-MÃO
Enquanto algumas marcas estão em compasso de espera, outras aproveitam a crise para ampliar sua participação no mercado. Um bom exemplo é a Traxx, marca internacional do China South Group, que oferece uma linha de financiamento, com redução da entrada (chegando até a isenção da entrada) e parcelamento fixo em até 48 parcelas. A operação inicia-se em dezembro e será feira em parceria com a BV Financeira.

Rogério Scialo, diretor Comercial e de Marketing da Moto Traxx da Amazônia, diz que a crise não vai passar a curto-prazo. Porém o mercado brasileiro é altamente competente e maduro para enfrentar este delicado momento. "Nós da Traxx, antecipamo-nos e apresentamos uma solução que pode ser bastante vantajosa aos consumidores", explica Scialo.

CUIDADOS A TOMAR
Além da facilidade de financiamento, a Traxx também apresenta outras novidades. Garantia de dois anos e o inédito seguro contra roubo, furto e colisão. Os benefícios serão oferecidos pela montadora em parceria com a seguradoras Liberty e Porto Seguro.

A Yamaha, em parceria com o banco de crédito Finasa, também não perdeu tempo. A marca dos três diapasões está oferecendo condições especiais para o financiamento dos modelos Neo AT115, YS 250 Fazer e YBR Factor 125 K (carro-chefe da marca, com preço a partir de R$ 5.600,00). A nova campanha de varejo, valida até 31 de dezembro, oferece facilidade na aprovação do crédito, entrada de 10% a 20%, que pode variar de acordo com a motocicleta, e prazos para financiamentos de até 48 meses. A Honda também reduziu os prazos de financiamento. Concede crédito para compra de uma moto nova com parcelas em no máximo 36 meses e com entrada de 20%.

Ao adquirir uma motocicleta financiada, o consumidor deve estar muito atento com a taxa de juro (mais de 3% ao mês) embutido na parcela. Em alguns casos, o consumidor que contraiu um financiamento em 24 meses chega a pagar o valor equivalente a duas motos.
(por Aldo Tizzani)

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