Motos que custam mais que sedã de luxo aliam design de grife à 'liberdade'

Da Auto Press


Normalmente, comprar uma moto é mais barato que adquirir um carro. Mas se for uma MV Agusta, uma Harley-Davidson, uma Ducati, uma BMW ou uma Triumph, andar sobre duas rodas e com o vento no rosto pode ser um prazer caro, muito caro. No "menu" dessas cinco marcas, a média de preços parte dos R$ 50 mil e, em alguns casos, vão além dos R$ 100 mil, quase esbarrando nos R$ 200 mil. A moto mais cara à venda no Brasil, por exemplo, é a "top" de linha da Ducati, a superesportiva Desmosedici. Importada por elevados US$ $ 112 mil, ou aproximadamente R$ 179.200, tem seu preço teoricamente justificado pelo desempenho equivalente ao das motos de competição da MotoGP. Seu motor de 989 cm3 e quatro cilindros em "V" produz 200 cv a 13.800 rpm e robustos 11,8 kgfm de torque, que deixam a moto de 171 kg com uma incrível relação peso/potência de 0,85 kg/cv. Em seguida, temos a MV Agusta F4 1000 Senna, superesportiva italiana considerada uma verdadeira obra de arte sobre duas rodas, que custa nada menos que R$ 139.400.

Fotos: Divulgação

Desempenho competição coloca a Ducati Desmosedici no pódio das mais caras do Brasil, R$ 179.200

"São motocicletas sofisticadas, que aliam o design elegante à tecnologia de ponta", sintetiza Paulo Izzo, presidente do Grupo Izzo, representante oficial da Harley-Davidson e da MV Agusta.

Também importadas oficialmente pelo Grupo Izzo, a italiana Ducati e a inglesa Triumph são outras duas representantes legítimas da elite das motocicletas no Brasil. A custom Harley-Davidson Electra Ultra Glide Screamin' Eagle (SE) é outro exemplo de moto dos sonhos. Sai a R$ 124.900, fora o frete, que custa em torno de R$ 2 mil. Sem a potência e o apelo esportivo da Desmosedici, citada no início do texto, a custom Triumph Rocket III 2300 custa R$ 98.900 e é considerada uma das motos mais exclusivas do mundo, por ser a preferida entre atores de Hollywood e astros da música.

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Neste refinado e exclusivo segmento, que responde por cerca de 2% das vendas internas no país, a justificativa para valores tão altos está basicamente na potência e na exclusividade. Muitas dessas motocicletas "tops" cumprem papel semelhante ao de automóveis superesportivos. Oferecem desempenho similar ao das motos de corrida, assim como Porsche, Ferrari e Lamborghini levam às ruas uma performance equivalente a dos bólidos do automobilismo. "O volume de vendas do segmento premium é evidentemente menor. Por isso, nosso foco está na motos de altas cilindradas e no valor agregado. Do ponto de vista da marca, reforçamos ainda o item conforto", aponta Henning Dornbusch, diretor-presidente da BMW do Brasil.

Com preço ainda na faixa dos R$ 100 mil, a big trail BMW R 1200 GS é um bom exemplo de como a força de uma marca pode determinar o sucesso de um produto. Vendida a R$ 99.900, na versão "top" HP2, a moto tem visual arrojado, acabamento de primeira, fartura em recursos de segurança e conforto, além do motor da montadora de luxo alemã, prestigiado também entre os automóveis. Outra moto de destaque na linha é a big touring K 1200 GT, de R$ 88.900, mesmo preço da naked Harley-Davidson Night Rod Special, outro modelo que se ampara na imagem glamourosa da marca para atrair consumidores.

AS 15 MOTOS MAIS CARAS DO BRASIL
1. Ducati DesmosediciR$ 179.200
2. MV Agusta F4 1000 SennaR$ 139.900
3. Harley-Davidson Electra Glide Ultra SER$ 124.900
4. Harley-Davidson Road King SER$ 105.900
5. Harley-Davidson Springer SER$ 102.900
6. BMW R 1200 GS HP2R$ 99.900
7. Triumph Rocket III 2300R$ 98.900
8. BMW K 1200 GTR$ 92.900
9. BMW R 1200 RT Adventure PremiumR$ 88.900
10. Harley-Davidson Night Road SpecialR$ 88.900
11. Ducati 1098 SR$ 88.900
12. MV Agusta Brutale RR$ 85.400
13. BMW R 1200 GS Adventure R$ 83.900
14. BMW R 1200 RT TOPR$ 82.500
15. Ducati Superbike 999 XR$ 81.900
Na faixa de preços entre R$ 80 mil e R$ 90 mil ainda há muitos outros modelos raros nas ruas, como a superesportiva Ducati 1098 R e a MV Agusta Brutale R, vendidas a R$ 88.900 e R$ 85.400, respectivamente. Existem ainda motos exclusivas de marcas mais populares, como as japonesas Honda, Yamaha e Suzuki. A touring GL 1800 Gold Wing, por exemplo, é a mais cara da Honda no país -- R$ 79.280 --, vem cheia de equipamentos e com um motorzão de 1.832 cm³, com 118 cv a 5.500 rpm e 17 kgfm a 4 mil rpm. "As tops de linha, justamente pela evidência mundial, buscam transmitir novas tendências de design, além de incorporarem tecnologias", exalta José Luiz Terwak, gerente da Honda.

Mais que requinte, design, potência e velocidade, modelos como as superesportivas Suzuki GSX 1300 B-King e Yamaha YZX-R1 atuam mesmo é como símbolos de status e desejo. Como vendem pouco, até pelos preços de R$ 69.615 e R$ 59.384, na ordem, essas motos se justificam por emprestarem imagem de sofisticação às marcas. E ajudam a vender milhares de motos de 125 e 150 cilindradas. "O que mais conta em uma moto é o desempenho, medido a partir da velocidade final, da relação peso/potência e da performance em curvas. Mas também contam a relação custo/benefício e o design", acredita Juliano Barro, gerente comercial da J Toledo Suzuki Motos do Brasil. "Uma moto topo de linha é essencialmente um modelo cobiçado por todos, um objeto de desejo de preferência em quantidade limitada", completa Fernando Sasaoka, gerente de marketing da Yamaha do Brasil.

ACELERADAS (COM ESTILO)
Divulgação
-A moto de luxo mais vendida no primeiro semestre foi a big trail BMW R 1200 GS, com 290 unidades nas versões Standard, Adventure e a 'top' HP2, por R$ 99.900.
- A Suzuki GSX 1300R Hayabusa acaba de chegar ao país, após profunda remodelação, por R$ 61.200, equipada com motor de 1.340 cm3 e 199,7 cv, relação peso/potência de 1,1 kg/cv, e máxima acima dos 300 km/h.
- Um dos últimos lançamentos do segmento 'top' é a custom Yamaha V-Max, que chegará totalmente remodelada, com propulsor de 1.679 cm3 de 200 cv, à Europa, no 2º semestre, e ao Brasil, no início de 2009.
- O Brasil é atualmente o 5º mercado mundial da Harley-Davidson, que está no país desde 2003, representada pelo Grupo Izzo, e possui uma fábrica em Manaus (AM)
- Referência mundial no segmento off-road, a italiana Husqvarna é comercializada oficialmente no Brasil pelo Grupo Izzo; sua moto mais cara é a SM 450 RR, vendida por R$ 53.400.
Para motociclistas de fino trato
No segmento de motos top de linha, as marcas indiscutivelmente fazem a diferença. Os escudos e assinaturas estampados nas carenagens são capazes de tornar um modelo super exclusivo. Mas os preços elevados dessas motos também se sustentam nos equipamentos embarcados e na sofisticação da engenharia. Em geral, essas motocicletas têm chassis em alumínio, suspensões dianteiras e traseiras ajustáveis em altura, além de recursos eletrônicos de auxílio de direção, que enrijecem o guidão em alta velocidade para aumentar a precisão dos movimentos. "Em termos de tecnologias, as motocicletas tops basicamente se equivalem, cada uma dentro do seu nicho. Não é como os automóveis, que têm muitos opcionais", minimiza Juliano Barro, gerente comercial da J Toledo Suzuki Motos.

Mas claro que a quantidade de equipamentos de série também conta a favor. A maioria das motos "tops" tem sistemas de freio com discos enormes, ABS e até controle eletrônico de estabilidade. Modelos como a touring Honda GL 1800 Gold Wing, de R$ 79.280, trazem airbag frontal para o condutor. Entre recursos mais comuns nos modelos "tops" estão: manete com aquecimento, bagageiros laterais com bolsas internas, navegadores GPS, computador de bordo, controle de cruzeiro, faróis com ajuste da altura do facho de luz, sistema de som premium com comandos no punho, pneus runflat e capacetes com tecnologia bluetooth para telefonia, sistema de áudio e comunicador entre piloto e carona.

"Esses modelos impressionam principalmente pela alta tecnologia e segurança embarcadas. Mas alta potência e torque do motor também são imprescindíveis", reforça Henning Dornbush, presidente da BMW.
(por Diogo de Oliveira)

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