A Federação Nacional da Distribuição dos Veículos Automotores (Fenabrave) divulgou a previsão de vendas do setor automotivo para o próximo ano. Todo o setor deve crescer 20,85% em 2008, somando mais de 5 milhões de unidades vendidas. O aumento será em todos os segmentos, de automóveis a máquinas agrícolas -- mas é o de motocicletas que deve liderar essa arrancada, com um aumento de 23,54% nas vendas, ultrapassando a inédita barreira das 2 milhões de unidades emplacadas no país em 2008.

As motos, que já representam 40,07% das vendas de veículos entre janeiro e novembro deste ano, lideram o crescimento percentual. Nesses 11 meses de 2007 foram emplacadas 1.542.504 motocicletas -- um aumento de 33,36% se comparado ao mesmo período de 2006, quando as vendas chegaram a 1.156.644 unidades.


Com isso, a Fenabrave prevê fechar 2007 com 1.706.806 motos vendidas no mercado interno. A cada ano o setor de duas rodas vem chamando mais a atenção dos analistas do mercado e também da entidade, diz Sérgio Reze, presidente da Fenabrave.

"Primeiro, porque há 14 anos o segmento vem crescendo ininterruptamente. Além disso, o automóvel mais vendido no país [o Volkswagen Gol] soma 20 mil unidades por mês. Já a moto mais vendida [Honda CG 150] vende, em média, 40 mil unidades por mês, e a segunda mais vendida [Honda CG 125 Fan] entrega 30 mil", afirma Reze. Ele ainda acrescenta que a base da pirâmide social (leia-se, os mais pobres) esta tendo acesso a um veículo motorizado. "A moto é o primeiro passo para comprar um automóvel no futuro", avalia.

Espaço para mais
A previsão para o próximo ano, de mais de 2 milhões de motos vendidas, entretanto, não significa uma saturação do mercado para a Fenabrave. Com base em países com características semelhantes ao Brasil (como a Índia), Reze acredita que o mercado pode dobrar. "Podemos chegar tranquilamente a 4,5 milhões de motos vendidas por ano", prevê. Segundo ele, novos players no mercado estão dinamizando o acesso à motocicleta: "Fala-se em 80 marcas de motocicletas no Brasil".

Além do bom desempenho do setor nesse ano, o otimismo nas previsões vem do fortalecimento da economia brasileira e também dos recentes investimentos feitos pelas indústrias. "Tivemos o problema na economia norte-americana há 90 dias e não houve retração na demanda interna. Os anúncios dos investimentos das montadoras sinalizam que elas também são conscientes da necessidade de ter uma oferta condizente com o tamanho do nosso mercado. E elas acreditam no mercado brasileiro", encerra Reze. (por Arthur Caldeira)

Os dados das tabelas são do Renavam de novembro/07