Estilosa, mas sem ergonomia, CUB 110 tem preço atraente

Da Infomoto

Em março deste ano, a MotorZ, empresa do grupo Zeppini, anunciou seu ingresso no promissor mercado brasileiro de duas rodas de uma maneira pouco convencional: scooters elétricos para o lazer e tarefas profissionais leves. "Procuramos um nicho que ainda não fosse explorado", explicou à época, o diretor-executivo da empresa, Paulo Fernandez.

A empresa agora comemora os resultados da empreitada. Cerca de sete meses depois, já foram vendidas 1.000 unidades de seus scooters elétricos. "A quantidade pode parecer pequena, mas se trata de um veículo que simplesmente não existia, e já é alguma coisa", diz comemorou Fernandez.


Com as vendas satisfatórias e também com a rede de revendedores atingindo 39 lojas em todo o país, a MotorZ lançou no último Salão Duas Rodas três modelos a gasolina, entrando para valer na briga por uma fatia do mercado de motos.

A empresa organizou um test-drive para a imprensa com os veículos movidos com o combustível fóssil na sua sede, no ABC, região metropolitana de São Paulo. No segmento de scooters, a MotorZ apresentou a SCO 50, com motor quatro tempos de 50cc e visual vintage, e a SCO 150, também com motor quatro tempos, mas de 150 cc. A grande novidade foi o lançamento de um modelo CUB com motor de 110cc. Bastante popular, ela vem brigar com a Honda Biz 125 e a Sundown Web.

Mais dois scooters elétricos também foram mostrados: o SS500, que traz como novidade o conjunto de baterias removível para facilitar a recarga; e o SS 1000, que conta com dois motores de 500W, um na roda dianteira e outro na traseira, para melhorar o desempenho em ladeiras muito íngremes.

DOIS DETALHES DA CUB 110
Renato Durães/Infomoto
Motor da CUB 110 dá 6,8cv a 7.500; máxima não passa de 90 km/h
Renato Durães/Infomoto
Painel tem velocímetro, marcador de gasolina e indicador de marcha
Para os pequenos
Fabricada na Ásia e montada no Brasil, a CUB 110 não traz nada de inovador para o segmento. Quadro underbone, garfo telescópico na dianteira e dois amortecedores na traseira, juntamente com câmbio rotativo semi-automático -- ou seja, com embreagem centrífuga.

A única novidade são as rodas de 17 polegadas fabricadas em liga-leve, maiores que nas concorrentes. Ponto positivo, já que rodas maiores significam mais estabilidade em vias irregulares. Porém, não há espaço sob o banco, como na Honda Biz.

Ainda na parte ciclística, a CUB 110 da MotorZ traz freio a disco na dianteira e a tambor na traseira. O painel é simples, mas completo: velocímetro, indicador de marcha engatada e marcador de combustível (o tanque conta com cinco litros de capacidade).

O motor é um monocilíndrico de 110cc arrefecido a ar. Os números de desempenho divulgados não empolgam: 6,8 cv de potência máxima a 7.500 rpm, e torque não declarado. Na prática, exige constantes reduções de marcha em subidas, e não ultrapassa os 90 km/h no velocímetro -- mas está de acordo com o uso urbano da motoneta.

Mas o que se nota logo ao subir na CUB 110 é sua ergonomia não muito favorável. Ela é pequena demais, mesmo para quem mede em torno de 1,70 metro. As pedaleiras parecem estar fora de lugar. No lado direito, além do pedal de freio traseiro, há ainda o pedal de partida, e é difícil encontrar uma posição confortável para apoiar o pé com firmeza.

Já do lado direito o pedal do câmbio rotativo funciona bem nos engates para "baixo", subindo as marchas. Porém, não facilita as reduções, que devem ser feitas com o calcanhar. Outro ponto negativo é o tecido utilizado na cobertura do banco -- bastante liso, fazendo com que o piloto escorregue pra frente nas frenagens.

Apesar disso, o visual da CUB 110 é moderno. Traz um conjunto óptico arredondado na dianteira e lente transparente na traseira. Destaque também para as pedaleiras da garupa fixadas ao quadro, e não à balança, o que significa mais conforto.

Preço competitivo
Como outros veículos asiáticos, a MotorZ CUB 110 chega com um preço bastante competitivo: R$ 4.200. É inferior ao da Honda Biz 125, que custa R$ 4.943 na versão com partida a pedal (KS) e R$ 5.624 na versão com partida elétrica (ES). Apesar de seu motor maior (125cc) e de melhor desempenho, a Biz não traz freio a disco nestas versões. Já a Sundown Web com motor de 100cc custa R$ 4.549,73 sem freio a disco -- mas, ao menos no papel tem mais potência (7,5 cv).

A motoneta da MotorZ pode ser adquirida por financiamento numa das 39 revendas, ou por consórcio da própria fábrica -- o qual deve entrar em funcionamento em breve, segundo a empresa. (por Arthur Caldeira)

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