Milão sedia a maior festa mundial da motocicleta

Da Infomoto, em Milão (Itália)

Em Milão, assim como em toda a Itália, scooters e motos de diversas cilindradas povoam as ruas. O italiano é um povo apaixonado por motocicletas. Durante o período do salão internacional de motocicletas, essa paixão fica à flor da pele. Tanto que a 65ª edição do Eicma (Esposizione Internazionale del Ciclo e Motociclo), que começou no último dia 6 e vai até domingo (11) consagrou o evento como o maior do mundo.

Numa área de 400 mil m², cerca de 2.000 marcas de 45 diferentes países mostraram suas novidades para um público que deve superar o meio milhão de pessoas que conferiram a edição de 2006.
Arthur Caldeira/Infomoto

Nova Ducati Monster mudou desenho e quadro; motor agora tem 696 cc
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Aproveitando esse público apaixonado por motos, as fábricas não economizaram nos lançamentos. A Ducati, em casa e feliz da vida com a conquista do título mundial de MotoGP, mostrou três novos modelos: a superesportiva 848, que vai substituir o motor e o design ultrapassado da 749; a superesportiva 1098 R, que vai disputar o Campeonato Mundial de Superbike no próximo ano; e a nova Monster, a naked que é um dos modelos mais vendidos da marca.

Essa última ganhou um desenho mais atual, com um farol excêntrico e subquadro em alumínio. Recebeu também um motor maior, agora de 696 cc e 80 cv (antes eram 695 cc e 73 cv). É, sem dúvida, uma das vedetes do salão.

Outra marca italiana que fez sucesso foi a Aprilia. Mostrou a Dorsoduro, uma enorme e bela supermotard com motor de 750 cc. Apresentou também uma moto-conceito inovadora. Trata-se da FV2, que usa um inédito motor V2 de 1.200 cc e tem quadro em fibra de carbono, além de uma suspensão dianteira sem garfo, usando o sistema de paralelogramo.

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Belas mulheres ajudam a animar o público que visita o salão milanês
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Já na Moto Guzzi, o destaque era para a Stelvio, a primeira big-trail da tradicional marca. Ela usa um novo motor de dois cilindros em V, posicionado transversalmente, de 1.200 cc e quatro válvulas por cilindro.

Olho no futuro
A Honda também mereceu destaque no salão de Milão. De olho no mercado italiano e no futuro, a montadora japonesa apresentou quatro novos modelos. Dois scooters: o Forza de 250 cc e o Lead de 100 cc. Mas as grandes novidades ficaram por conta das motos. Primeiro a CB 1000R, uma naked que vai substituir a Hornet 900. Com visual arrasador, a CB 1000R usa o motor de quatro cilindros em linha da antiga CBR 1000RR Fireblade.

Mas o olho no futuro está na DN-01, a primeira de uma geração de novas motos prometida pela Honda. Mostrada como conceito no Salão de Tóquio de 2005, a DN-01 agora passa a ser produzida em série. O destaque dessa sport-cruiser é seu câmbio automático seqüencial. No manete esquerdo não há embreagem. Mas não se engane, pois o moderno sistema de câmbio é diferente dos usados nos scooter e promete aproveitar toda a força do motor V2 de 700 cc.

Big-trails BMW
A alemã BMW escolheu a Itália para lançar cinco novos modelos. Não à toa. A marca detém 24% do mercado italiano para motos acima de 750 cc. Para começar renovou as R 1200GS e 1200GS Adventure que, além de novo visual, ganharam o sistema de suspensão eletrônica (ESA), já usado na K 1200S. que é vendida no Brasil.

No mesmo segmento de uso misto veio a F 800GS, versão da R 1200GS, mas com o motor de dois cilindros paralelos e 798 cm³. Outra que foi renovada é a F 650GS. Ela deixou de usar o motor monocilíndrico e também passou a usar o bicilíndrico paralelo de 798 cm³. Segundo a marca, a F 650GS tem suspensões de curso menor e proposta menos aventureira. Só não deu para entender porque manter o nome 650.

A última novidade da fábrica de Munique foi o lançamento da G 450X, que havia sido usada como protótipo em algumas etapas do Campeonato Mundial de Enduro, e que agora vai ser vendida para competição.

KTM on-road
Enquanto a BMW investiu no off-road, a austríaca KTM decidiu ir para o asfalto. A marca laranja finalmente lançou a RC 8, como motor de 1190 cc em dois cilindros em V. A identidade KTM de dois faróis sobrepostos ficou um pouco estranha na superesportiva, mas o motor com cerca de 155 cv promete um bom desempenho. Outra estrela do estande da fábrica austríaca foi a nova geração da Duke 690.

E as demais japonesas? Kawasaki, Suzuki e Yamaha não reservaram nenhum lançamento mundial para o salão de Milão. Entretanto, isso não fez com que os estandes dessas marcas ficassem vazios. Na Kawasaki, todos queriam ver de perto a nova Ninja ZX-10R. Com linhas mais angulosas e escapamento curto no centro da moto, ela atraiu os olhares dos italianos. Sem falar na naked Z-750, como novo motor e design.

Na Suzuki, a estrela eram mesmo as esportivas. Toda a família GSX-R estava lá: a nova 1000 com um escape de pista, a recém-lançada 750cc e a reformulada 600cc. Chamou a atenção também a nova linha de scooters Sixteen -- afinal, esse tipo de veículo é a opção de transporte de muitos italianos.

No estande da Yamaha, a esportiva R6, lançada em outubro em Paris, também fez sucesso. Mas não mais que a XT660Z Ténéré, a nova geração da mítica trail. Equipada com o motor da XT 660R, ela traz outra ciclística: além de suspensões maiores, disco de freio duplo na dianteira. Todos queriam subir na moto para ver sua ergonomia. Difícil encontrar a nova Ténéré "desocupada" no salão de Milão. Outra atração foi o visual novo do scooter T Max.

Scooters italianos
E como uma genuína feira italiana, não poderiam faltar scooters locais. Um dos estandes mais bonitos e visitados era o da Piaggio, detentora das marcas Vespa e Gilera. Da Piaggio, chegou a nova linha X 7, como motor de 150 e 200cc. Já a Gilera mostrou o scooter esportivo GP800, além de dezenas de outros que fazem a cabeça dos italianos, esse povo festeiro e apaixonado pelos veículos de duas rodas -- sejam scooters 50 cc dois tempos, ou esportivas de quatro cilindros em linha. (por Arthur Caldeira)

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