Custom de 1.500 cc da Suzuki segue estilo clássico

Da Infomoto

Desde que deu o nome Boulevard aos seus modelos custom, a Suzuki os dividiu em duas famílias diferentes: as mais modernas, que trazem a letra M, e as clássicas, com a letra C. No Brasil, a representante das custom futuristas é a M800; já as clássicas tem a grande Boulevard C 1500 como estandarte.

A Suzuki Boulevard C 1500 mostra já no desenho a inspiração das motos long-and-low (longas e baixas) dos anos 40 e 50. Os pára-lamas dianteiro e traseiro trazem uma espécie de "franja", que lembra muito as antigas Indian, motos norte-americanas do século passado. O farol, no estilo cabeça-de-touro, bem grande e cromado, remete ao estilo clássico.
Mario Villaescusa/Infomoto
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O painel de instrumentos traz o primeiro sinal de modernidade, com marcador de combustível e hodômetros digitais. Fixado sobre o tanque, ele é bastante simples, e inclui ainda um velocímetro analógico e luzes de advertência. Como toda boa custom, a Boulevard 1500 também exibe cromados de sobra, que se estendem do farol aos dois canos de escapamento.

No conjunto mecânico a inspiração clássica aparece no motor de dois cilindros em V de exatos 1.462 cm³, com a tradicional refrigeração a ar e óleo. Porém, a modernidade do propulsor está escondida no sistema de alimentação: a Boulevard C 1500 é equipada com injeção eletrônica de duas borboletas, uma controlada pelo piloto por meio do acelerador, e outra monitorada eletronicamente.

Trata-se do SDTV (Suzuki Dual Throttle Valve), derivado da linha superesportiva da marca, que proporciona uma melhor alimentação em qualquer faixa de giro. Na prática, isso se traduz em respostas rápidas no acelerador e torque de sobra desde as baixas rotações -- confirmando os números de desempenho declarados: torque máximo de 11,7 kgfm já nas 2.800 rpm e potência suficiente para se viajar com tranqüilidade, 69 cv a 4.800 rpm.

Outro detalhe do conjunto motriz da C 1500 que foge à receita clássica é a transmissão final por eixo-cardã. Praticamente livre de manutenção, evita o incômodo de lubrificar a corrente numa viagem longa.

Mario Villaescusa/Infomoto
A Boulevard tem detalhes cromados no motor e no acabamento
Na estrada
E é justamente numa longa viagem é que o motociclista vai usufruir as qualidades dessa enorme custom (são mais de 2,5 m de comprimento total). Apesar desse porte e do peso (302 kg a seco), ela não é uma moto difícil de manobrar. Principalmente pelo baixo centro de gravidade, reforçado pelo tanque de 14 litros localizado sob o assento do piloto. A capacidade do reservatório poderia ser maior numa estradeira como a Boulevard C 1500, até porque o grande assento destinado ao piloto, em conjunto com o guidão largo, é ideal para se pilotar muitos e muitos quilômetros.

Mais do tradicional pode ser notado no conjunto ciclístico: quadro berço-duplo em aço, suspensão telescópica na dianteira e uma suspensão traseira com um monoamortecedor, imitando as antigas motos rabo-duro, que não tinham amortecimento atrás. São macias e projetadas para piso bom; as suspensões podem sofrer nas estradas mal pavimentadas.

Além do conforto proporcionado pelas suspensões e assento, o piloto conta com a embreagem de acionamento hidráulico para engatar as cinco marchas do câmbio. Com torque de sobra, a C 1500 não exige muitas trocas de marchas, mas sempre é bom contar com um manete macio, principalmente num percurso longo.

Para proporcionar uma posição relaxada ao piloto, a Boulevard C 1500 traz pedaleiras plataforma e comandos avançados como itens de série. Chama a atenção o enorme pedal de freio traseiro para acionar a pinça de quatro pistões, que mordem um único disco ventilado, na traseira. Na dianteira, disco duplo ventilado com pinças de dois pistões. Não são o grande destaque da moto, mas dão conta de parar a Suzuki C1500 com segurança.

Paleta
Nesse modelo 2008, a Boulevard ganhou novas cores, além da preta: vermelha com tanque em vermelho e preto, e prata. Cotada a R$ 56.091, a Boulevard C 1500 enfrenta a acirrada concorrência das Harley-Davidson, como a Softail Deluxe, vendida a R$ 61.900, mas que traz o charme da marca norte-americana estampado no tanque.

Já entre as japonesas, a 1500 cc da Suzuki reina praticamente sozinha. Afinal, a Yamaha não oferece uma custom de grande cilindrada, e a Honda conta com a VTX 1800, vendida a US$ 33.138 (cerca de R$ 59 mil), com um estilo mais futurista fugindo do tradicional long-and-low. (por Arthur Caldeira)

FICHA TÉCNICA: SUZUKI BOULEVARD C 1500
MOTOR

4 tempos, SOHC, 2 cilindros em V a 45º, 6 válvulas, arrefecimento a ar e óleo; capacidade cúbica de 1.462 cm³; diâmetro e curso 96,0 x 101,0 mm ; taxa de compressão 8,5 : 1; potência máxima de 69 cv a 4.800 rpm; torque máximo de 11,7 kgfm a 2.800 rpm; câmbio de 5 velocidades e transmissão final por eixo-cardã; injeção eletrônica e partida elétrica
CICLÍSTICA

Quadro berço duplo em aço; suspensão dianteira garfo telescópico e traseira de balança monoamortecida; freio dianteiro duplo disco flutuante com pinças de dois pistões e traseiro disco simples com pinça de quatro pistões; pneus dianteiro 150/80-16 e traseiro 180/70 - 15
DIMENSÕES
E CAPACIDADES
Comprimento total 2.525 mm; largura total 1.000 mm; altura total 1.030 mm; entre-eixos 1.700 mm; distância do solo 140 mm; altura do assento 700 mm ; peso seco 302 kg; tanque de combustível de 14 litros; cores preta, vermelha e prata; preço sugerido de R$ 56.091

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