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Viagem nas férias: caiu no buraco de carro? Veja o que verificar depois

Colaboração para o UOL, do Rio de Janeiro (RJ)

03/01/2019 07h00

A "situação lunar" de muitas estradas e ruas do país requer atenção extra dos motoristas. Ninguém está livre de cair naquele buraco que chega a doer no corpo, sobretudo no período de festas e férias, com rodovias cheias.

Se você teve essa infelicidade de cair em um buraco, não é preciso se desesperar, mas também não finja que nada aconteceu. Isso porque tal situação pode afetar diferentes partes do automóvel, que precisam ser verificadas.

UOL Carros traz aqui o que você deve verificar após o impacto do buraco. Suspensão, pneus, rodas, freios, transmissão e até partes plásticas do carro merecem atenção por parte do motorista e, principalmente, de profissionais especializados.

Se caiu, tem de olhar

  • Tem jeito certo?

    Talvez você não saiba, mas existe até um "jeito certo" para passar no buraco. Se a queda for inevitável, tente não frear, pois isso vai transferir ainda mais força para o conjunto da suspensão dianteira devido ao deslocamento para frente e para baixo. "Ao pisar no freio nesta situação, se compromete partes como amortecedor e mola por causa do deslocamento. A suspensão pode até arrebentar, pois não foi projetada para essa intensidade de esforço", lembra o doutor em Engenharia de Transportes e professor de Engenharia de Produção do Ibmec-RJ. Além disso, se o carro tiver câmbio manual, vale a pena pisar rapidamente no pedal da embreagem para desacoplar a transmissão e aliviar o impacto sobre a caixa.

  • Olhe as rodas

    Não evitou e caiu no buraco? Faça uma inspeção visual das rodas. Se elas forem de aço, a tendência é amassar ou empenar diante de um impacto muito forte. Caso você opte por desamassá-la procure uma loja especializada e com profissionais e equipamentos qualificados para que não fique qualquer vestígio. No caso das rodas de alumínio, a dor de cabeça é maior e muitas vezes imperceptível. Isso porque o impacto pode ter fissurado ou fraturado a liga. Nesses casos, o profissional precisa retirar os aros para fazer uma inspeção minuciosa. "A maioria dos pneus hoje é sem câmara. Qualquer mossa na roda de aço é o suficiente para vazamento de ar. E a roda de liga-leve pode até quebrar e soltar pedaços devido às fissuras, comprometendo a dirigibilidade e segurança", aleta Pêgas.

  • Olha a bolha

    Teoricamente, pneus são projetados para terem elasticidade suficiente para vencer tais obstáculos, mesmo buracos medonhos. Mesmo assim, pneus de baixa qualidade, com muito tempo de uso ou estepes esquecidos que passaram a ser utilizados de repente podem apresentar as famosas bolhas. Aí não tem jeito: é preciso trocar respeitando as especificações de perfis e aros determinadas pelo fabricante do automóvel e privilegiando os equipamentos mais novos na frente.

  • Alinhamento e balanceamento

    A pancada na cratera pode ter desalinhado o sistema. Verifique se o volante está puxando mais para um dos lados em velocidades baixas e em pisos planos. Trepidações excessivas também indicam que algo está errado. Por isso, depois de verificar suspensão, pneus e rodas, o ideal é realizar o alinhamento da direção e o balanceamento dos pneus em mecânica especializada e de confiança.

  • Cuidado com a suspensão

    Levantar o carro em um elevador é a melhor maneira de verificar danos na suspensão. A queda no buraco pode comprometer partes móveis da suspensão que tendem a apresentar folgas e empenos, como braços, buchas, rolamentos e bandeja. No rodar também é possível perceber se os componentes foram comprometidos. Alguns sinais surgem: o veículo canta pneu em cada curvinha mais fechada, por exemplo, ou surgem pequenos rangidos ou ruídos estranhos a cada quebra-mola ou imperfeição na pista. "O trabalho deve ser feito por um técnico, que fará o exame criterioso e conseguirá um diagnóstico correto. Não tem espaço para 'feeling', pois a gente não tem essa precisão de medida. Visualmente, o conjunto pode estar inteiro, mas a pancada pode ter comprometido buchas, molas, batentes, amortecedores, braço de suspensão e até homocinética de carros antigos", diz o engenheiro.

  • Lembre do catalisador

    Geralmente o escapamento sai ileso, mas é preciso atenção especial ao catalisador. Se a peça estiver rompida ou com o miolo queimado, ela vai afetar o funcionamento do motor. Isso porque é nele que se encontra a sonda lâmbda, responsável por informar a central eletrônica do veículo sobre a qualidade da queima de combustível. A falta de precisão nas informações vai forçar o motor a modificar constantemente a relação ar-combustível, aumentando os números de consumo e o nível de emissões de monóxido de carbono.

  • Para-choque no lugar

    Peças plásticas como para-choques e para-lamas são fixados com presilhas feitas para suportar esforço e absorver energia. Mesmo assim, vale verificar se houve rompimento destes pontos ou se as peças estão com folgas ou tortas. Na estrada, em velocidades altas e com o deslocamento de ar, tais componentes podem até se soltar.

  • Freios estão bons?

    É pouco comum, mas a pancada no buraco pode desalinhar o disco e o encapsulamento da pastilha. Por isso, vale checar o sistema de freios. Até porque aquele possível empeno da roda também pode "esbarrar" no disco ou na capa protetora da peça, o que compromete a segurança e o poder de frenagem.

  • Analise a transmissão

    A maioria dos carros usa tração dianteira e a transmissão está ligada fisicamente ao eixos de rodas e, consequentemente, à suspensão. Por isso, o impacto da queda no buraco pode provocar maior desgaste do conjunto e afetar anéis e retentores.