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Veja Ford Fiesta e outros 9 carros que esconderam a idade com "plástica"

Divulgação
Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo (SP)

24/11/2017 11h23

O ritual é sempre o mesmo: quando uma fabricante instalada no Brasil decide lançar aqui um modelo que é vendido em mercados como a Europa, executivos enchem o peito para enfatizar o quanto trabalham para manter nossos produtos pareados com aquilo que de mais atual existe lá fora.

Mas e quando a matriz decide que sua filial não terá o projeto mais atual? O jeito é deixar para lá o papo "global" e tentar reduzir a defasagem técnica com modificações visuais, alguma parafernália eletrônica na cabine e firulas que deixem o aspecto atualizado -- ainda que plataforma e mecânica seja antigas.

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Muitas marcas já usaram desse "recurso" e é o que a Ford está fazendo com o Fiesta neste momento: colocará nas ruas um segundo facelift para nossa atual geração do compacto premium, enquanto na Europa já existe uma geração novinha em folha

UOL Carros relembra outros casos em que filiais brasileiras tiveram de adotar estratégias semelhantes, e aqui vai uma má notícia para a Ford -- e um alerta para você consumidor: quase todos os improvisos deram errado. Confira a lista, lembre de outros exemplos e comente!

Tapinha no visual ajuda a sobreviver?

  • Pedro Bicudo/Divulgação

    Ford Fiesta

    Com vendas bastante enfraquecidas após a chegada do Ka, o Fiesta perdeu o apelo do passado e deixou de justificar, na visão na matriz da Ford, o pesado investimento que o fizesse pular da sexta para a sétima geração no Brasil. Restou à filial dar um tapinha no visual e acrescentar novos itens de série ao hatch, que utiliza a mesma base desde 2010 (isso aqui no Brasil. Lá fora a matriz já existia em 2008). Nem o trem-de-força foi modificado, o que significa que a velha, polêmica e problemática caixa automatizada Powershift continua, embora marotamente rebatizada como "câmbio AT sequencial". É um adeus à política global One Ford (que prega a comercialização de carros com a mesma base em todos os mercados). Poderíamos chamar essa nova estratégia de "Two Ford" (uma para países desenvolvidos, outra para a periferia)? Leia mais

  • Divulgação

    Peugeot 207

    É o caso mais emblemático desta lista, comprovando o risco que esse tipo de solução pode gerar, especialmente em segmentos tidos como mais sofisticados, caso dos "hatches premium". Apesar do sucesso global e local do 206, a Peugeot não quis "abrir a carteira" e investir na troca pelo 207 original no Brasil. Ao invés disso, preferiu "vestir" o nosso 206 com a roupa do 207, uma decisão da qual a marca deve se arrepender até hoje, pois ajudou a frear seu crescimento no país e fragilizar sua imagem, até então de "arrojada", entre os consumidores.

  • Murilo Góes/UOL

    Volkswagen Polo

    Legal, o Brasil está recebendo a sexta geração do Volkswagen Polo de maneira simultânea à Europa, mas vamos relembrar: o Polo 5 nós nunca tivemos. Em seu lugar ganhamos um segundo facelift da quarta geração, apresentado em julho de 2011. Lembra o que aconteceu? Empobreceu-se o estilo do compacto premium a ponto de a produção ser descontinuada, em 2015, tão por baixo, que sequer rolou um "aviso". Leia mais

  • Divulgação

    Chevrolet Astra

    A General Motoros do Brasil se aproveitou muito bem de alguns produtos da alemã Opel -- à época subsidiária do grupo -- durante os anos 90. O Chevrolet Astra é um exemplo. Lançado em 1994 como importado, ganhou produção local em 98 já com troca para a segunda geração. Estava, portanto, sincronizado com o Velho Continente. Só que aí... Enquanto em solo europeu o Opel Astra mudou de matriz novamente em 2004, por aqui a GM optou por leve mudança realizado em 2003. Outras alterações menores seriam praticadas até 2011, quando o carro enfim foi aposentado. Em 2007 a fabricante chegou a lançar a geração mais nova do Astra por aqui, mas com outro nome: "Vectra GT". Confuso, não?

  • Fiat Uno

    Ok, o Uno é um de nossos carros mais simpáticos, tem fama de brigador e causa frio na espinha quando passa com uma escada pendurada em seu teto, mas não deixa de ter sido um carro cujo qual o Brasil deu um jeito de "esticar" a vida. Na Europa a Fiat descontinuou o compacto em 1995, substituindo-o pela primeira geração do Punto -- questão de padrões de segurança e conforto. Por aqui não só o mantiveram em produção, com alguns facelifts e atualizações de motor, como trocaram seu nome para Mille em 2010, a fim de que ele convivesse com a nossa segunda geração do Uno. O modelo só saiu de linha, no fim de 2013, porque não seria possível adequá-lo à legislação que obrigava a inclusão de freios ABS e airbags frontais como itens de série. Leia mais

  • Murilo Góes/UOL

    Renault Clio

    Pequeno hatch da Renault ficou não uma, mas duas gerações defasado em relação à Europa. Aportou em nosso país em 1996, ainda na primeira geração (importada da Argentina), mas passou a ser fabricado em São José dos Pinhais (PR) quando trocou de base. Ótimo! Só que, ao invés de trazer o Clio III em 2005, a divisão local da marca francesa optou por seguir "atualizando" a segunda geração. Foram três "trocas de cara" no total: 2003, 2006 e 2012, quando voltou a ser feito apenas na Argentina e ganhando o visual mais controverso de usa existência local. O modelo deixou oficialmente o mercado só em janeiro deste ano, tendo sido substituído pelo Kwid. Leia mais

  • Murilo Góes/UOL

    Ford Ka

    Pensadores como Hegel e Marx já atentaram sobre como fatos históricos costumam se repetir. Eis a Ford fazendo hoje com o Fiesta o que já praticou com o Ka no passado. Lançou a primeira geração do subcompacto em 1997, um ano depois da Europa, mas optou por um caminho diferente depois disso. O Ka europeu trocou de plataforma em 2009 visando lucro e um charme "premium" (essa base foi dividida com um suposto rival, o Fiat 500). Por aqui, como a mudança seria inviável economicamente, chegou-se à solução de fazer modificações profundas, mas ainda assim manter a base de 2007. Resultado foi visual totalmente diferente e bastante controverso. Outra reestilização seria aplicada em 2012, esta mais branda, até que o atual Ka enfim aparecesse, em 2014, novamente pareado com outros mercados. Leia mais

  • Murilo Góes/UOL

    Peugeot 308

    A segunda geração do 308 é um carro tão bom que chegou a ser eleito "modelo do ano" por jornalistas especializados em 2014. Isso na Europa. Por aqui o que o grupo PSA preferiu fazer foi uma atualização visual nada empolgante no 308 antigo, fabricado na Argentina e cuja base existe desde 2008. De novo, o mesmo tropeço praticado com o 206/207. Uma pena, pois o carro praticamente sumiu dos rankings de venda junto com a derivação sedã, o 408. Leia mais

  • Luiza Dantas/Carta Z Notícias

    Volkswagen Golf

    O que estamos vendo acontecer com o Polo em 2017 já havia sucedido com o Golf anos antes. No caso do hatch médio, o Brasil ficou preso à sua quarta geração de 1997 até final de 2013, praticando uma reestilização de meia-vida no dois-volumes em 2007. Nesse ínterim "trocamos" as gerações 5 e 6 por um "Golf 4 e 1/2" e só voltamos a ficar atualizados com a chegada do Golf Mk7. Leia mais

  • Volkswagen Kombi

    Chegamos ao suprassumo da lista. Sim, a Kombi é um dos veículos mais queridos e carismáticos do Brasil, mas é assustador saber que um veículo foi vendido num país por mais de meio século praticamente sem trocar de plataforma, e que só saiu de produção forçada por uma tardia legislação de segurança (a dos airbags e ABS). Assim, enquanto o Brasil teve as gerações globais T1 e T2 em atividade dos anos 60 até o final de 2013, em outros países a Volkswagen lançou a T3, T4, T5, T6... Leia mais