Topo

Vai comprar carro usado? Não esqueça de fazer o test-drive

Murilo Góes/UOL
Imagem: Murilo Góes/UOL

Do UOL, em São Paulo (SP)

09/11/2018 11h35

Test-drive é essencial para decidir a compra de um automóvel, seja zero-quilômetro ou (e muita gente ignora isso) usado. Afinal de contas, somente dirigindo o veículo você tem condições de avaliar aspectos como desempenho do motor e das suspensões, funcionamento do câmbio, consumo de combustível e posição de dirigir. 

Quando se trata de um seminovo ou usado, então, o foco deve ser mais amplo, considerando também as condições de conservação do carro, moto ou utilitário que você quer colocar na garagem.

A primeira orientação é conferir o manual do proprietário e checar se todas as revisões obrigatórias foram realizadas, requisito para não perder a garantia de fábrica, se esta ainda estiver na validade.

Não deixe também de verificar se a documentação está em dia e não há pendências de multas, licenciamento, IPVA e outros débitos. Também vale a pena solicitar que um mecânico de confiança ou empresa especializada em vistoria automotiva faça uma avaliação prévia do veículo.

Se tudo estiver ok, o passo seguinte é solicitar o test-drive ao vendedor, seja a compra realizada em uma loja/concessionária ou diretamente de pessoa física.

Apresentamos abaixo cinco dicas para aproveitar ao máximo a chance de dirigir o veículo antes de bater o martelo, para não se arrepender depois.

Veja mais

Vai comprar carro usado? Faça o test-drive!

+ Veja 5 cuidados antes de comprar usado pela internet

+ Saiba o que olhar antes de comprar carro usado

Atenção ao test-drive antes de fechar negócio

  • Simule situações cotidianas

    De acordo com Amos Lee Harris Junior, consultor automotivo e diretor-presidente da UniAuto (Universidade Automotiva), o test-drive deve permitir uma avaliação do veículo em condições semelhantes às quais você vai usá-lo no dia a dia. Portanto, exija rodar pelo menos 30 minutos com ele, não apenas em vias urbanas, avaliando seu comportamento em buracos, valetas e lombadas, como também em um trecho rodoviário - para avaliar especialmente acelerações e retomadas. "Recuse uma voltinha no quarteirão, apenas. Também faça a questão de fazer um percurso semelhante ao que você faz de casa ao trabalho, por exemplo, passando por trechos com piso irregular", recomenda o especialista.

  • Nada de rádio ligado

    Outro cuidado importante ao dirigir o seminovo ou usado que você pretende adquirir é focar em eventuais ruídos, que podem indicar algum problema em componentes das suspensões e também no câmbio e no motor - bem como peças de acabamento interno soltas ou frouxas, por exemplo. "Teste o sistema de som ou a central multimídia, incluindo sua operação, com o veículo ainda parado. Na hora do test-drive, desligue o som e fique atento a eventuais vibrações e ruídos indesejados, que podem indicar, inclusive, algum defeito mais grave", recomenda Harris Junior.

  • Mecânica em dia

    A orientação para dirigir o veículo em rodovia vale sobretudo para conferir o desempenho do motor em acelerações e retomadas de velocidade. Cheque se o propulsor apresenta engasgos ou ruídos estranhos com carga máxima no pedal do acelerador, que podem indicar falha no sistema de ignição, por exemplo, especialmente em modelos mais rodados - cabos e velas desgastados, por exemplo, são causas comuns desse tipo de sintoma. "Em veículos com câmbio manual, por exemplo, confira se os engates acontecem corretamente, sem "arranhar". Em modelos automáticos, veja se as trocas são realizadas de forma suave e no tempo correto", explica o consultor.

  • Na direção certa

    Outro aspecto importante a se verificar é o comportamento do volante, de preferência com os pneus bem calibrados - veja a pressão indicada no manual do veículo. Fique atento se o volante apresenta vibrações, indício de eventual problema de balanceamento ou até algo mais grave. Além disso, cheque se o alinhamento das rodas está dentro das especificações de fábrica. "Em pista plana e com velocidade constante, solte a direção por alguns instantes para ver se o carro "puxa" para um dos lados", ensina o especialista da Uniauto.

  • Parada segura

    Pastilhas e discos de freio gastos e eventuais vazamentos no servofreio hidráulico, por exemplo, aumentam a distância de frenagem e podem causar acidentes. Durante todo o trajeto, confira se tudo está funcionando a contento. Os freios também servem para testar outros componentes do veículo: os amortecedores, salienta Amos Lee Harris Junior. "Inclinação excessiva da carroceria nas frenagens e também em curvas mais fechadas pode significar amortecedores gastos, por exemplo", aponta.

Fonte: UniAuto (Universidade Automotiva)