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Novo Chevrolet Onix mostrado na China, e aí? UOL Carros explica nova linha

Apresentação da nova geração do Onix, feito pela GM-Saic na China, começou pelo Chevrolet Onix Sedan - Divulgação
Apresentação da nova geração do Onix, feito pela GM-Saic na China, começou pelo Chevrolet Onix Sedan
Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo (SP)

22/03/2019 22h00

2019 está sendo intenso para a General Motors em todo o mundo. A gigante de Detroit trilha uma guinada rumo a uma era de veículos elétricos e autônomos (modelo automotivo que a marca não domina totalmente). Com isso, a missão dada pela presidente global da empresa, Mary Barra, foi mirar a produtividade em todos os mercados, eliminando qualquer elemento chance de prejuízo: fábricas foram fechadas nos EUA (desafiando Donald Trump), modelos aposentados (caso do Cruze e outros sedans nos EUA), a China foi alçada a grande mercado desenvolvedor para a marca Chevrolet e, mesmo o Brasil, vimos a empresa cobrar benefícios e renegociação com trabalhadores, sindicatos e fornecedores para não fechar unidades.

Após dar o recado -- e ser ouvida por governos e trabalhadores em diferentes partes do mundo, inclusive no Brasil -- a GM anunciou nova rodada de investimentos em todo o mundo agora em março. O fim desta semana trouxe novos aportes para o desenvolvimento de elétricos. Mas o que nos interessa foi o que veio antes, ao longo da semana: R$ 10 bilhões para melhorar as unidades paulistas da GM; depois, na China, a confirmação da nova geração do Onix, com direito a evento concorrido, que reverberou aqui no Brasil na forma menos empolgante de um comunicado oficial.

Quando foi lançado em 2012, sobre plataforma derivada de uma evolução da base europeia do Opel Corsa 4, o Onix se converteu na tábua da salvação da Chevrolet no Brasil à época: de incógnita, deu origem a uma linha renovada (Prisma, Cobalt e Spin), tornou-se o carro mais vendido do Brasil (desbancando VW Gol, Fiat Palio, Ford Fiesta e Ka e Hyundai HB20) e também da América do Sul. Um feito, mas apenas isso, uma vez que não era global. Tanto que a GM do Brasil afirmou não ter tido lucro nos últimos anos (desde 2013, apenas 2017 foi um ano bom, com US$ 100 milhões no azul).

Já a nova geração do Onix, desenvolvida na China, com participação da GM América do Sul (e que já vem sendo esmiuçada por UOL Carros há quase três anos), está sendo feita na medida para dar lucratividade ao máximo. Nova plataforma modular (a GEM); nova família de motores pequenos, leves e eficientes (três cilindros e quatro cilindros, com uso de turbo em algumas aplicações, bem como diferentes capacidade, de 1 litro, 1,2 litro, 1,4 litro e 1,5 litro).

Objetivo é ser global, aproveitar o fôlego da China e Ásia, o mercado cativo da América do Sul e ainda dar origem a uma nova família. Na China, país que demanda velocidade, os novos modelos devem se juntar a um total de 20 novidades (incluindo nove elétricos) que serão mostrados ainda este ano. No Brasil, a janela de apresentação será mais ampla, alongada, e farão parte de uma lista de 30 modelos (20 realmente novos) que já começou a ser contada desde o ano passado e vai até 2022.

Assim, a "família do novo Onix" terá cinco variantes de carroceria, conforme o comunicado da GM, informação que bate com os planos pontuados por UOL Carros ao longo do tempo. Vamos, então, pontuar (e relembrar) abaixo quais são estas cinco possibilidades para a nova linha/família Onix.

Ressaltamos que os novos carros já estão rodando no Brasil há algum tempo e a fabricação dos primeiros modelos será iniciada ainda este ano, com o lançamento comercial de Onix 2 e seu sedã devendo ser feito até o final do ano.

Família GEM

  • Autohome China/Reprodução

    Chevrolet Onix Sedan/Prisma 2020

    Tudo começa, lá na China, pelo Onix Sedan. Verdade, o sedã compacto não se chama Prisma por lá. Nem é tão compacto assim: são 4,47 metros de comprimento e 2,60 m de entre-eixos, encostando no porte do Cobalt brasileiro. Repare: este sedã maior foi pensado para a China e pode ou não ter este tamanho todo no Brasil (leia mais abaixo). Tudo para convencer o consumidor chinês, que precisa de mais espaço e preza três-volumes e SUVs. Visual segue o de teaser e projeções que vazaram ao longo dos últimos meses e deve ser acompanhado pela Chevrolet aqui no Brasil, uma vez que também corresponde às linhas vistas em flagras por aqui. Atenção: o carro visto na China é de uma variante esportivada (a Redline), portanto spoilers e uso de elementos de LED podem não estar no carros nacionais em todas as versões. O nome para o Brasil ainda é incógnita, mas a GM já apontou que haverá variantes regionais -- e Prisma já se tornou sinônimo do sedã compacto mais vendido do país. Leia mais

  • Divulgação

    Chevrolet Onix 2020

    A China começou pelo Onix Sedan, mas o Brasil vai de hatchback. O novo Onix também já roda camuflado há algum tempo e nosso país. O investimento de R$ 10 bilhões confirmado pelo presidente da GM para América do Sul, Carlos Zarlenga, esta semana (com vigência de 2020 a 2024), se soma aos R$ 13 bilhões que já haviam sido separados para o Brasil de 2014 a 2019. Com o dinheiro, que vem sendo distribuído a conta-gotas desde então, a GM já vem promovendo renovações em Gravataí (RS), lar de Onix/Prisma atuais e que também fará a nova geração, e Joinville (SC), que faz os motores atuais e fará a nova linha de propulsores, bem como em São Caetano do Sul, responsável por outros modelos da família (veja abaixo). Ideia é que os novos modelos saiam do "forno" até o meio do ano (começo de produção/pré-série), com lançamento comercial no segundo semestre. Como o hatch também ficará encorpado e mais caro, a GM deverá manter a variante Joy (o Onix atual) como opção para fazer volume de vendas. Leia mais

  • Reprodução

    Chevrolet Tracker 2020

    Desde 2014, executivos da GM no Brasil admitem que sempre foi um erro não ter planejado o Tracker atual (que é Mexicano) para ser fabricado em nosso país. A nova geração corrige isso. Cotado para estrear em 2020, o novo Tracker terá 4,27 m, 1,60 metro de altura e 2,57 metros de entre-eixos. A motorização seguirá se valendo do uso de turbo, mas ainda não está claro se o Brasil seguirá os passos da China usando variantes de até 1,3 litro (150 cv) ou uma nova geração do motor 1,4 litro, que também estará na prateleira. Leia mais

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    Chevrolet Spin: o que acontece?

    Spin: sempre criticada, nunca vencida. O público brasileiro fez piada com o visual do monovolume, a imprensa especializada sempre criticou a simplicidade excessiva do projeto (aquém do que Meriva e Zafira, suas antecessoras de cinco e até sete lugares, representavam). Mas o mercado colocou o modelo como líder absoluto, imbatível do segmento, seja entre frotistas, seja com famílias com necessidade de um modelo mais espaçoso. Deve ser o último da linha a ser alterado, talvez em 2023, e seu futuro ainda é incerto. Sabemos um veículo familiar continuará sendo feito em São Caetano do Sul (SP), lar do atual projeto. Sabemos também que o ABC terá um modelo que seguirá tendências atuais do mercado, ou seja, similar a um SUV, mas em tamanho pequeno. Um CUV (ou um "mini-Tracker") atenderia ao segmento frotista? Pode ser que não, mas este segmento frotista poderia ser atendido por um futuro Novo Cobalt, que não está totalmente descartado (lembre-se, o Onix Sedan chinês é enorme e isso pode não ser uma boa pedida para o Brasil). Isso daria mais liberdade à GM para arriscar. Na China, a silhueta (imagem) que muitos acreditavam ser do Tracker, ou mesmo de um Onix aventureiro, é da nova geração do Orlando, um MPV (veículo multi-uso, com até três fileiras modulares) que nunca esteve nos planos do Brasil. Uma inspiração, mas não mais que isso, pode vir daí. Leia mais

  • Reprodução

    Chevrolet Montana: o que acontece?

    A fábrica do ABC também tem uma demanda específica: encarar Renault Duster Oroch, Fiat Toro, a futura Volkswagen Tarok (e sua "prima-irmã" da Ford) e ainda substituir a veteraníssima Chevrolet Montana (única remanescente da "era Agile"). Executivos da GM já apontaram que essa nova picape seria oferecida "em um nicho de trabalho, onde qualquer atualização implica em aumento de preço". Portanto deve ter versatilidade, ser robusta e estar incluída em projeto modular (com menor custo de produção). A ideia é que seja lançada em 2022 (atenção, a imagem é apenas ilustrativa, já que o modelo da foto é o Sabia Concept, picape-protótipo que nunca ganhou vida e que deu origem aos traços de Meriva e da Montana I). Leia mais