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Dez carros que estão fazendo economia de custo do jeito errado

Fiat Toro com freios traseiros a tambor é um dos principais exemplos do que estamos falando - Murilo Góes/UOL
Fiat Toro com freios traseiros a tambor é um dos principais exemplos do que estamos falando Imagem: Murilo Góes/UOL

Do UOL, em São Paulo (SP)

20/07/2017 04h00Atualizada em 21/07/2017 12h59

Só quem trabalha dentro (ou em setores ligados) a uma fabricante de automóveis sabe o quanto executivos são "pilhados" em relação a custos de produção. Cada centavo economizado em uma peça significa impacto de milhares (ou milhões) de reais no balanço financeiro de fim de ano.

Há jeitos e jeitos de se economizar, porém. Uma coisa é obter um orçamento mais barato de determinado componente, conseguir substituir itens por alternativas mais em conta sem comprometer a qualidade ou ainda cortar elementos supérfluos.

Outra, bem diferente, é tirar um item que todos os concorrentes têm e só aquele modelo deixará de oferecer. Pior: limar algo essencial para a segurança dos passageiros.

Sim, acredite, tem muito carro por aí fazendo contenção de custos "porcamente". UOL Carros aponta 10 deles nesta lista.

Os "mãos-de-vaca"

  • Murilo Góes/UOL

    Fiat Toro de até R$ 148 mil com freios traseiros a tambor

    Há quem defenda que para um veículo que pega muita estrada de barro os freios a tambor são melhores. Mas não chega a ser o perfil de consumidor pretendido pela Fiat. Desde o início a Toro é uma picape -- ou "SUP", como a marca gosta de chamar -- voltada a um público mais urbano. Sendo assim, qual o sentido de colocar um par de tambores enormes acasulados pelas rodas traseiras? Um veículo que extrapola a faixa de R$ 100 mil em quase todas as versões não deveria sair de fábrica assim. Lembrando: freios a disco são mais eficientes e aguentam temperaturas mais altas sem apresentar falhas.

    O que diz a fabricante: questionada, a Fiat não nos respondeu até o momento da última atualização desta reportagem.

  • Divulgação

    Toyota Hilux de R$ 135.600 com vidros a manivela

    Sabe-se lá por que motivo a Toyota acreditou que seria justo fazer o comprador de uma Toyota Hilux STD cabine dupla (a diesel e manual) pagar mais de R$ 135 mil por um veículo que vem com manivelas para abrir e fechar os vidros manualmente. Lembrando que, nos dias de hoje, até um Renault Kwid de R$ 34.990 possui dispositivos elétricos para isso, pelo menos nas portas dianteiras. Seria um truque para "forçar" a aquisição de versões mais caras?

    O que diz a fabricante: segundo a Toyota, "aAs versões de entrada da Hilux diesel compreendem, basicamente, as necessidades de um público que utiliza o veículo como ferramenta de trabalho, sendo os fatores determinantes para compra prioritariamente focados em robustez, durabilidade, qualidade e custo de propriedade do veículo".

  • Murilo Góes/UOL

    Honda WR-V de até R$ 83.400 sem controle de estabilidade

    Enquanto até hatches compactos, como Ford Ka, Fiat Argo, Fiat Uno e Volkswagen Fox, estão passando a vir de série com controle eletrônico de estabilidade (componente que, precisamos ressaltar, passará a ser obrigatório em 2022), o Honda WR-V ronda a casa de R$ 80 mil sem dispor do item em nenhuma versão. É inadmissível que um carro nascido em 2017 não contenha ESP, ainda mais se pensarmos que o modelo em questão não é voltado ao segmento de entrada. A mesma crítica vale ao Chevrolet Tracker, que também ignora a assistência de condução, mesmo chegando a R$ 98.090.

    O que diz a fabricante: a Honda afirma que "investe constantemente no desenvolvimento de automóveis seguros" e ressaltou que o WR-V traz itens como "quatro ou seis airbags, estrutura de deformação inteligente da carroceria, pneus desenvolvidos para reforço da estabilidade, suspensões reforçadas e barras de proteção laterais".

  • Murilo Góes/UOL

    Chevrolet Onix de R$ 66.600 sem encostos de cabeça

    Por falar em Chevrolet, que tal um Onix Activ de R$ 66.600 (com pintura metálica e dotado de todos os opcionais) sem cinto de três pontos ou encosto de cabeça para a posição central da fileira traseira de assentos? Ambos são elementos cada vez mais frequentes em qualquer compacto de entrada, e estamos falando "só" do veículo de quatro rodas mais vendido do país. Também não há ganchos Isofix para cadeirinhas infantis.

    O que diz a fabricante: consultada, a GM ainda não nos nos repassou seu parecer sobre este caso até o momento da última atualização desta reportagem.

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    Volkswagen up! de R$ 60 mil com vidros traseiros manuais

    Já reparou que nenhuma versão do Volkswagen up! é munida de vidros traseiros elétricos? E olha que atualmente o subcompacto pode romper a barreira de R$ 60 mil na versão high com pintura metálica e opcionais... Fontes ligadas à marca afirmam que se trata de uma limitação do projeto (o motor elétrico que move os vidros não caberia nas portas traseiras), mas todos sabemos que se os engenheiros quiserem, de verdade, sempre dá para adaptar. Que o diga a Peugeot-Citroën, que dava desculpa semelhante para não comercializar seus compactos nacionais com câmbio automático de seis marchas e agora está fazendo a troca da caixa em toda a linha na linha 2018.

    O que diz a fabricante: questionada, a Volkswagen não respondeu até o momento da última atualização desta reportagem.

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    Mercedes-Benz C 180 de R$ 155 mil sem sensor de estacionamento

    Parece frescura, mas sensores de estacionamento, principalmente traseiros, trazem segurança muito maior para manobrar o carro em espaços mais apertados sem dar esbarrões. O auxílio é ainda mais bem-vindo em um sedã. Se for carro premium, a presença passa a ser mandatória. Como pode o estiloso Mercedes-Benz C 180 não dispor do equipamento? Nem os representantes da marca conseguiriam explicar.

    O que diz a fabricante: questionada, a Mercedes não nos respondeu até o momento da última atualização desta reportagem.

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    Fiat Mobi de R$ 34.210 sem ganchos para cadeirinhas infantis

    Não seria surpreendente saber que a Fiat segura ao máximo os custos de um carro de entrada, caso do pequenino Mobi. O duro é descobrir que o subcompacto sai de uma só fábrica -- Betim (MG) -- para abastecer os mercados brasileiro e argentino, mas só está equipado com ganchos Isofix para ancoragem de cadeirinhas infantis na terra dos hermanos.

    O que diz a fabricante: questionada, a Fiat não nos respondeu até o momento da última atualização desta reportagem.

  • Murilo Góes/UOL

    Ford Ka Trail de R$ 48.190 com retrovisores manuais

    Não dá mais para um carro sair de fábrica com retrovisores manuais numa época de trânsito praticamente caótico em cidades de diferentes portes. Ainda mais sabendo que será preciso desembolsar quase R$ 50 mil para comprar o automóvel, caso do aventureiro Ford Ka Trail. Pode parecer banal, mas a regulagem elétrica permite alcançar de maneira rápida e precisa o ajuste ideal dos dois espelhos externos, reduzindo pontos cegos e, consequentemente, chances de acidente.

    O que diz a fabricante: questionada, a Ford afirmou que "optou por oferecer equipamentos inéditos no segmento, como Controle de Estabilidade, Assistente de Partida em Rampa, Direção Elétrica, Conectividade, Isofix para cadeira infantil, motor 1.0 de três cilindros com padrão A no Conpet, buscando sempre manter um equilíbrio de custo e benefícios para o cliente."

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    Toyota Etios de R$ 51.610 sem rádio

    O Toyota Etios 1.3 X merece aplausos por ser o veículo automático (de verdade, não automatizado) mais barato em oferta hoje no Brasil. Mas... Que estímulo alguém terá para comprá-lo ao saber que, por R$ 51.610, não terá direito sequer a um sisteminha de áudio simples com rádio AM/FM?

    O que diz a fabricante: procurada, a fabricante informou que a decisão de não oferecer rádio nesta versão ocorreu "devido à estratégia de diversificação de portfólio da marca, que visa a atender tanto o cliente final como frotistas". A marca completou que "disponibiliza, em sua rede de concessionárias, diferentes opções de áudio como acessórios".

  • Murilo Góes/UOL

    Chevrolet Camaro de até R$ 343 mil sem OnStar

    A GM oferece no Brasil o sistema de monitoramento, navegação e concierge OnStar em todos os seus modelos, do Onix à Trailblazer. Quer dizer... Quase todos. O muscle Camaro, que chega a R$ 343 mil na configuração conversível, não tem o equipamento. Na época de lançamento o discurso foi de que o cliente desse carro "prefere manter a privacidade". Nesse caso, a solução não seria simplesmente dar a opção de ter ou não o serviço? Vale lembrar que o OnStar também funciona na segurança passiva e pode contactar a emergência em caso de sinistros sem intervenção do passageiro.

    O que diz a fabricante: em nota, a GM afirmou que "trabalha para oferecer o sistema OnStar em todos seus modelo no Brasil, incluindo o Camaro", e que espera oferecer a tecnologia em breve "a todos os clientes".