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Da supersafra ao luxo, 5 motivos para a picape da Mercedes bombar no Brasil

Visual de SUV (a frente lembra muito o GLE), luxo e tecnologia de Classe C e E... e traseira de Frontier - Divulgação
Visual de SUV (a frente lembra muito o GLE), luxo e tecnologia de Classe C e E... e traseira de Frontier Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo (SP)

16/08/2017 04h00

Apresentada há quase um mês, a Mercedes-Benz Classe X tem data estimada de chegada ao Brasil para o começo de 2019 e a pretensão de ser uma picape média de luxo, com preço inicial rondando os R$ 200 mil. Você já está por dentro disso tudo.

Quente mesmo é o fato de que a Mercedes tem um plano muito bem elaborado para que a picape seja um sucesso comercial. A marca alemã tem vantagem gigante para as rivais do segmento de luxo por ser a única no mercado com um projeto pronto e prestes a estrear. Ao mesmo tempo, porém, vai cair num segmento no qual jamais atuou e dominado por empresas que já têm quase 60 anos de experiência.

Não se fala claramente em total de vendas da Classe X, mas executivos globais de marketing da Mercedes, como Sandra Mende e Lena Laipple, dizem ter boa expectativa analisando o mercado como um todo: estima-se que serão 3,2 milhões de picapes (de todas as marcas) comercializadas até 2026, aumento de 50% para o nível atual. E o mercado mais relevante será o da América Latina, com participação de 400 mil unidades, principalmente no Brasil, Argentina e México. 

Com isso em mente, veja cinco diferenciais estudados pela Mercedes para a Classe X que podem agradar brasileiros (e latino-americanos) e fazer a picape vender muito.

Cinco trunfos da Classe X

  • Divulgação

    Mercedes estuda "furar fila" para aproveitar super-safra

    Quem tem "cacife" para comprar uma picape que parte de R$ 200 mil? Segundo a própria Mercedes-Benz, o público ideal é formado por membros do agronegócio, que usam picapes de marcas convencionais para transitar entre o campo e a cidade, mas passam a SUVs de luxo ou esportivos menores quando querem impressionar. A ideia é oferecer um modelo que sirva às duas ocasiões. Esse público está "favorável" neste momento por conta da chamada "super safra": o volume da produção de soja e milho da safra 2016/2017 deve ser 30% maior, segundo análise da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), injetando dinheiro no mercado. Mas se o momento é favorável agora, pode não ser em 2019. O que fazer? Oficialmente, a picape da Mercedes chegará ao Brasil apenas no começo de 2019, porque precisa, teoricamente, obedecer à "fila" do projeto: como é feita em parceria com Nissan e Renault, usa a base da atual geração da Nissan Frontier e será fabricada na unidade da Nissan em Cordoba (Argentina), a Classe X só poderia ser vendida depois da Nissan localizar sua picape (que atualmente é feita no México) e depois da Renault lançar a Alaskan -- tudo isso deve ocorrer em 2018. Que tal "furar a fila"? Trazer a picape da Espanha, onde também será feita em uma fábrica da Nissan, a partir do final deste ano é a solução. É apenas um estudo, mas muito cogitado por executivos da Mercedes do Brasil. Para não melindrar Nissan e Renault, viria um lote pequeno, em versão muito recheada (motor V6, todos os equipamentos disponíveis), custando na faixa dos R$ 300 mil. Seria perfeito para chegar ao mercado "causando" com a aura de luxo e exclusividade. Leia mais

  • Hilux e Amarok serviram de "molde"

    Se a base é de Nissan, reconhecida pela força e versatilidade, a "meta" de uso é outra. Tanto que a Mercedes-Benz reconhece ter mirado outros exemplos para entregar uma picape "que prevê mais uso privado, com família, em viagens ou no dia a dia mais urbano, e menos o uso comercial". Assim, a Volkswagen Amarok (reconhecida pela dirigibilidade típica de sedã) foi uma espécie de exemplo em termos de "engenharia de produto", enquanto a Toyota Hilux foi lembrada em termos de "ofertas de equipamento, por ser líder global no segmento".

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    Base de Nissan, luxo de Mercedes

    A base de Nissan é conhecida: chassis do tipo escada é versátil e resistente; motor quatro-cilindros a diesel (190 cavalos, 46 kgfm) tem bom fôlego e é bem coordenado pelo câmbio automático de seis marchas -- tudo isso é usado nas versões básica (Pure, que não deve ser vendida no Brasil por ter rodas de aço e acabamento simplista) e intermediária (Prestige). Mas a Mercedes quer mais e fez um projeto específico que envolve sete airbags e tração integral, mas vai além na versão de topo (Power): partida por botão, painéis de madeira, sistema de câmeras em 360°, faróis de LED, leitor de placas, freios automáticos, auxílio de faixa, controle de pressão dos pneus, Emergency Call System, Cruise Control, controle de estabilidade para reboque e até abertura de portas por app no celular completam o pacote.

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    Uma picape para andar forte

    Sim, a ideia da Mercedes é oferecer uma picape média que possa sair do off-road e andar de forma veloz. Primeiro, ela poderá ser usar o motor diesel 3.0 V6 (dos SUVs GLE e GLS) e câmbio automático de sete marchas na versão Power. Terá ainda tração integral. Por fim, a suspensão mudou em relação ao projeto da Frontier, mantendo o sistema multilink traseiro, mas com eixo rígido alterado, de forma a sustentar a picape em curvas quando se anda mais rápido.

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    Rede de vendas mesclada e experiente

    Segundo Florian Mattes, chefe global da marca para veículos comerciais, o segredo para vender bem um projeto como a Classe X é... saber vender. A marca que ofertar não "apenas" um veículo comercial, mas um carro de passeio de luxo com caçamba. Vai ter suporte da Mercedes Veículos Comerciais, mas será comercializada também na rede da Mercedes Automóveis. No Brasil, a rede de vans e caminhões, que conhece melhor o tipo de consumidor do agronegócio, fará negócios envolvendo o novo modelo, mas lojas de sedãs e SUVs também terão um espaço personalizado para a picape. Essa mescla vai garantir a apresentação de luxo, quando necessário, mas também a experiência no segmento.