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Carros em 2018: veja o que as fabricantes pensam sobre o mercado neste ano

Vendas de carros zero km têm crescido nos últimos meses e, com isso, 2018 deve superar números de 2017 - Jorge Araújo/Folhapress
Vendas de carros zero km têm crescido nos últimos meses e, com isso, 2018 deve superar números de 2017
Imagem: Jorge Araújo/Folhapress

Do UOL, em São Paulo (SP)

01/03/2018 04h00

Começou o ano que promete ficar marcado na história como o início da recuperação do setor automotivo brasileiro. As expectativas das fabricantes são grandes: se em 2017 o mercado cresceu 9,4%, para este ano as marcas esperam por crescimento ainda maior, superando a barreira dos dois dígitos.

Mas o que cada uma delas espera? UOL Carros consultou executivos das 10 marcas que mais vendem carro no Brasil para saber a posição de cada uma.

A Hyundai, quinta colocada de acordo com a Fenabrave (associação das concessionárias) considerando apenas marcas, não está presente na lista porque prefere não se posicionar a respeito de estratégias comerciais.

Confira:

Opinião das 10 primeiras marcas

  • Reprodução/Megautos

    Pablo Di Si, presidente e CEO da Volkswagen América do Sul e Brasil

    Esperamos que o mercado total de veículos vá crescer entre 10% e 15% em 2018. Estamos vendo um processo de recuperação econômica, com ciclo mais positivo com a queda da inflação e dos juros, assim como uma crescente confiança por parte dos consumidores. Nós vemos esse e os próximos anos de forma muito positiva.

    Com isso, temos um plano de investimentos de R$ 7 bilhões para lançar 20 novos produtos até 2020, que será a maior ofensiva de produtos na história da Volkswagen do Brasil. Além dos já lançados Polo, Virtus e Amarok V6, teremos muito mais lançamentos ao longo desse período, com a chegada de novos modelos, incluindo cinco novos SUVs. A chegada dessas novidades, alinhada ao que há de melhor no mundo e atendendo às necessidades dos clientes da América do Sul, faz parte da construção de uma nova Volkswagen. A Volks está se reinventando com várias ações que irão construir uma nova mentalidade, alinhada às expectativas de nossos clientes. Os resultados desta estratégia já começam a aparecer na prática.

    Em 2018, a Volkswagen retomou a vice-liderança em vendas no Brasil e está com market-share acima de 15%, sua melhor participação no Brasil desde março de 2015. O Polo já é o quarto carro mais vendido do Brasil em 2018, com mais de 10 mil unidades comercializadas, e o Virtus, que começou a ser vendido em meados de fevereiro, tem ampliado significativamente o fluxo de clientes nas concessionárias da marca.

  • Wanderley Affonso/Divulgação

    Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford América do Sul

    Nossas expectativas estão bem alinhadas às da Anfavea, com avanço na casa de 11,7% para a indústria. Esse crescimento virá puxado pela retomada da economia, como já pudemos sentir na segunda metade do ano passado.

    Por parte da Ford, esperamos manter o bom momento em 2018, em um contexto de expectativa de crescimento e atividade mais intensa da indústria. Tivemos conquistas importantes em 2017, como a consolidação da marca no quarto lugar em vendas no Brasil e o Ka encerrando o quarto trimestre como segundo carro mais vendido do país -- resultado que se repetiu no começo de 2018.

  • Rodolfo Buhrer/Divulgação

    Luiz Pedrucci, presidente da Renault do Brasil

    A Renault acredita que o mercado automobilístico brasileiro crescerá acima de 5% neste ano.

    A expectativa é positiva, uma vez que teremos o primeiro "ano cheio" de Captur e Kwid -- este último um veículo que é um sucesso desde a campanha de pré-venda. Esperamos novamente crescer acima do mercado e avançar em market share, o que temos feito, de forma consecutiva, desde 2010.

  • Divulgação

    Marco Silva, presidente da Nissan do Brasil

    Começou uma nova era no setor automobilístico depois dessa crise sem precedentes na história do país. O mercado voltou a crescer, mas a evolução estará muito mais comedida do que antes da crise, sem o crescimento acelerado do passado. Para este ano, acredito que a indústria fique acima de 2,4 milhões de unidades vendidas, com um crescimento de aproximadamente 10% sobre o total de 2017.

    Achio que 2018 vai ser o ano da consolidação da Nissan no Brasil. Temos aumentado nossa participação de mercado gradativamente nos últimos anos (2014: 2,2%; 2015: 2,5%; 2016: 3,1%; e 2017: 3,6%). Queremos crescer como empresa sustentável e devemos atingir um volume próximo de 100 mil unidades vendidas em 2018.

    Já a produção em Resende (RJ) deverá atingir entre 120 mil e 130 mil carros/ano, chegando à capacidade máxima para os dois turnos atuais. Também vamos atrás de novos mercados para exportar nossos veículos. Temos como objetivo aumentar as exportações do Kicks para a América Latina. E, dependendo da resposta do mercado interno e externo, avaliar a necessidade de se criar um terceiro turno no futuro. Além de consolidar a produção nacional, vamos complementar a nossa linha de picapes com a chegada no segundo semestre da Nissan Frontier fabricada em Córdoba, na Argentina, e pavimentar nosso caminho para a eletrificação no Brasil.

  • Divulgação

    Fabricio Biondo, vice-presidente de comunicação da PSA América Latina

    Acreditamos que 2018 deva ser um ano de retomada, com vendas no mercado interno crescendo por volta de 10% ou acima, e também com uma aceleração na produção, incentivada por este aumento na demanda nacional por veículos zero. No entanto, devemos recordar que há alguns fatores muito importantes que podem afetar este cenário substancialmente, entre eles Eleições, Copa do Mundo e cenário externo, entre outros.

    Além disso, estamos otimistas em relação a 2018 e teremos excelentes novidades em termos de produtos, com o lançamento do Peugeot 5008 no segmento de SUVs e das novas vans Jumper e Boxer no de veículos comerciais. Acreditamos que nossos volumes deverão aumentar e que teremos grandes possibilidades de elevar nossa participação de mercado, embora o que nos oriente no Brasil e na América Latina não seja este indicador, mas possuirmos uma operação saudável e, acima de tudo, clientes altamente satisfeitos com nossos produtos e serviços. Neste sentido, continuaremos investindo especialmente em nossos processos e serviços de pós-venda, como o "Peugeot Total Care" e o "Compromisso Citroën", que têm gerado excelentes resultados para as nossas marcas e, evidentemente, aos nossos clientes. Para nós, qualidade é mais importante que quantidade -- mas, se conseguirmos conciliar esses dois fatores em 2018, será ainda melhor.

  • Divulgação

    Anderson Suzuki, gerente geral de comunicação da Toyota

    "Os resultados de 2017 superaram as expectativas do setor em diferentes aspectos. Em 2018, acreditamos que o mercado manterá a retomada de crescimento. Seguimos com as mesmas projeções adotadas pela Anfavea.

    Em 2017 registramos o segundo melhor desempenho em vendas em nossa história de 60 anos no Brasil, com aumento de 5% em relação a 2016. No período, tivemos recorde em produção (alta de 12,3%) e também o melhor resultado em exportação já atingido pela marca no país, acima dos 30%. Para 2018, considerando nossa atual capacidade produtiva, esperamos manter os bons resultados atingidos no ano passado. Estamos, neste exato momento, em fase de estudos e análises relacionadas a este projeto.

    Portanto, só posso dizer é que estamos confiantes que o Yaris se encaixará perfeitamente em nosso portfólio de automóveis de passageiro, entre Etios e Corolla. Temos certeza de que ele será reconhecido pelos clientes e outros públicos de interesse da Toyota pelo DNA de qualidade, durabilidade e confiabilidade, assim como já é todo nosso portfólio. Estamos muito entusiasmados para começar as vendas no Brasil desse modelo no segundo semestre.

  • Vitor Matsubara/UOL

    Marcelo Ferraz, diretor comercial da HPE Automotores do Brasil

    Tudo indica que 2018 será ano de retomada para o mercado automotivo. O ritmo, porém, será ditado pela confiança do consumidor pautada por indicadores e resultados positivos da economia brasileira. Mantida as bases da macroeconomia dentro dos indicadores atuais, o segmento automobilístico vai manter sua tendência de crescimento. Deve ser um ano para sairmos da "marcha acelerada" e começarmos a "trotar".

    A Mitsubishi acredita em uma melhora no mercado brasileiro e está pronta para atender essa retomada com produtos e serviços de excelência. Teremos lançamentos importantes nas áreas de maior atuação da marca como picapes e SUVs. Tanto o line-up já conhecido, com as qualidades e características dos nossos veículos, como os lançamentos que estão por vir irão contribuir para isso. A empresa vai brigar por melhores posições não só em 2018, mas como também nos próximos anos.

    Além disso, a formação da aliança Renault/Nissan/Mitsubishi já mostrou seus primeiros resultados. As novidades para 2018 e próximos anos devem proporcionar condições mais competitivas de atuação no mercado nacional para Mitsubishi e sua rede.

  • Divulgação

    Posição oficial da Honda Automóveis

    Para 2018, mantemos perspectivas positivas para o mercado, em resposta a um cenário que, até o momento, traz a menor taxa de juros da história e inflação sob controle, entre outros indicadores que impactam positivamente a confiança dos consumidores e empresas, favorecendo o consumo. Estamos alinhados às projeções da Anfavea quanto ao comportamento do setor automotivo, que prevê emplacamentos superiores aos registrados em 2017. A Honda está atenta e preparada para responder apropriadamente ao crescimento gradual mercado.

    Vislumbramos um cenário de crescimento moderado nas vendas para esse ano, próximo ao patamar registrado em 2017. Estamos otimistas quanto à continuidade da recuperação do mercado interno e, por isso, seguimos a estratégia de investir continuamente na renovação do nosso line-up, buscando atender aos anseios dos consumidores. Acreditamos que nossa participação no mercado é um reflexo dessa estratégia e a consequência natural por estabelecermos a satisfação dos clientes como prioridade em todas as áreas de negócio. Buscamos um crescimento sustentável, amparados na certeza de que nosso cliente valoriza um produto de qualidade, rede consolidada de serviços pós-vendas, estrutura eficiente de distribuição de peças e veículos com bom valor de revenda no mercado. Sobre Itirapina, reiteramos que a unidade estará pronta para iniciar a produção em massa assim que houver melhor previsibilidade do mercado.

  • Divulgação

    Chevrolet

    A empresa que liderou e lidera o mercado nacional de automóveis há alguns anos não se manisfestou até o momento de publicação desta reportagem, na manhã do dia 1º de março de 2018.

  • Divulgação

    Fiat

    A Fiat e/ou qualquer subdivisão do Grupo FCA (Jeep ou Dodge) não se manisfestou até o momento de publicação desta reportagem, na manhã do dia 1º de março de 2018.