Vendas despencam, mas fabricantes estão otimistas

– Pior desempenho da década não desanima o setor, que planeja aumentos de vendas em todos os segmentos este ano

Confirmando a informação dada pela Autoinforme na última segunda-feira, a Afavea, associação dos fabricantes, anunciou oficialmente ontem os números de vendas de carros e comerciais leves no Brasil em 2016, que revelou o pior desempenho do setor nos últimos dez anos. Foram vendidos 1,988 milhão de carros e comerciais leves. Incluindo caminhões (50,5 mil unidades) e ônibus (11,1 mil), as vendas totais chegaram a 2,050 milhões de unidades.

Apesar dos números negativos, os fabricantes iniciaram 2017 com certo otimismo, isso graças às boas vendas em dezembro. O último mês do ano registrou recorde de vendas, com mais de 200 mil carros (204,3 mil unidades) e a melhor média diária do ano: 9,2 mil.

O presidente Antonio Megale disse acreditar na retomada do crescimento, depois de quatro anos de queda, em função de indicativos como o aumento do PIB, a inflação e o dólar controlados e queda da taxa básica de juros.

"Acreditamos em uma reação do mercado e na retomada da confiança do consumidor e do investidor", disse Megale.

O dirigente traça uma expectativa de crescimento de 4% nas vendas em 2017, com 2,13 milhões de unidades no total (incluindo caminhões e ônibus) e 2,06 milhões de carros e comerciais leves.

O aumento de vendas de caminhões deverá ser de 6,4% (65,6 mil unidades) na previsão da Anfavea e de 4% para ônibus. Os fabricantes esperam exportar 558 mil veículos, o que seria um aumento de 7,2% sobre 2016.