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Combustível está caro? Veja dicas para deixar sua moto mais econômica

Infomoto
Imagem: Infomoto

Roberto Agresti

Colaboração para o UOL

07/12/2017 04h00

Durante interessante relato de sua última viagem, um "passeiozinho" de São Paulo à Montevideu e respectiva volta -- algo como quatro mil quilômetros ao guidão --, um velho amigo motociclista me confidenciou que sua moderna aventureira de 1.200 cc variou bastante de consumo: foi de míseros 15/16 km/l até razoáveis 19-20 km/l.

Em uma época onde o preço da gasolina e do etanol sobem a cada semana, para não dizer a cada par de dias, entender o porquê desta tremenda variação de até 25% no consumo não só ajuda nas finanças, mas também pode significar felicidade ou a tristeza de ficar parado no meio do caminho, vítima de pane seca.

No caso deste colega, não havia mistério sobre a culpa da variação tão acentuada na sede do motor de dois cilindros: o peso da mão direita, a puxada mais forte no acelerador e a enorme massa de 400 kg da motocicleta (mais bagagem e duas pessoas à bordo) não permitiriam mesmo ao motor fazer milagres e oferecer alguma parcimônia.

Já com mais suavidade, evitando que os 100 km/h fossem superados, o rendimento melhorou e cada litro de gasolina permitiu rodar 20 km, garantindo espetacular autonomia de 600 quilômetros considerando o generoso tanque de 30 litros do verdadeiro "transatlântico sobre duas rodas" em questão.

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Sem segredos

Não há, portanto, nenhum mistério sobre o fator que mais incide na autonomia de qualquer veículo: o uso exagerado do acelerador. Mas existem outras coisas podem ocasionar o excesso de consumo. Abaixo, listamos cinco exemplos de inimigos dos muitos quilômetros rodados com um litro.

1. Pneus descalibrados

Além de causarem o aumento de consumo -- um pneu mais vazio do que o recomendado exige mais energia do motor -- descuidar da pressão altera a dirigibilidade e coloca em risco a segurança.

2. Rotações altas

Sua moto pode até ter um ronco maravilhoso mas o hábito de levar as rotações às alturas sempre sai caro. Acelerar parado ou retardar troca de marcha sem necessidade, fazendo o motor girar em alta rotação inutilmente, pode alegrar seu ouvido mas certamente maltratará seu bolso.

3. Falta de lubrificação

A maior parte das motocicletas usa sistema de transmissão final por corrente. Lubrificá-lo com frequência não só aumenta a vida útil da corrente, coroa e pinhão, como exige menor energia do motor para movimentar a roda traseira, resultando obviamente em economia de combustível.

4. Carga

Levar peso inútil nunca é uma boa ideia. Os práticos baús assim como os compartimentos de carga que existem em algumas motos e scooters não devem ser usados como depósito de tralhas. Limite o peso ao mínimo indispensável e, caso o baú seja facilmente removível (e você tenha algum lugar seguro para deixá-lo), lembre-se que ele próprio, mesmo vazio, pesa bastante -- além de prejudicar a aerodinâmica da moto --, o que também eleva o consumo de combustível.

5. Troca de marchas

Não basta apenas evitar "esticar" as marchas. É necessário também aprender qual o momento certo para passá-las, conciliando a menor abertura possível do acelerador com a rotação adequada à velocidade desejada. O motor não pode sofrer, coisa que ocorre quando exageramos usando marchas altas em baixas rotações (sinais característicos são os trancos na transmissão). Use sua sensibilidade para "sentir" qual a marcha certa -- e a rotação mínima -- para cada situação.

HarLey-Davidson Fat Bob 2018 - Divulgação - Divulgação
Vários fatores influenciam no consumo, como "peso" da mão no acelerador, "peso inútil" na moto e pneus descalibrados
Imagem: Divulgação

Sempre é possível melhorar

Mesmo sendo a maioria das motocicletas reconhecidamente veículos econômicos, é sempre possível melhorar seu rendimento quilométrico obtido com cada litro de combustível.

Muitas motocicletas atualmente são equipadas com computadores de bordo que permitem uma rápida conferência do consumo, seja ele o médio (a partir da ultima vez que o equipamento foi zerado) ou o instantâneo.

Nas motos que não são dotadas de tal equipamento, vale fazer o velho e bom procedimento: registrar a quilometragem (ou zerar o hodômetro parcial, quando houver), encher o tanque e, na ocasião do abastecimento sucessivo, calcular o número de quilômetros rodados indicados no hodômetro pelos litros registrados pela bomba.

Fazer isso com frequência ajuda não só a ter uma melhor noção de como diferentes tipos de trajeto ou modos de pilotagem interferem no consumo, mas também contribuem para o bolso e o meio-ambiente. Quer motivos melhores que esses?