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Moto que não cai será apresentada em Tóquio e promete revolucionar segmento

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Imagem: Reprodução

Roberto Agresti

Colaboração para o UOL

10/10/2017 04h00

Carros e motos elétricas fazem parte de um futuro muito próximo? É o que parece. Aliás, bicicletas, scooters e patinetes elétricos já estão circulando de monte por aí, mostrando que queimar combustível, seja fóssil ou vegetal, é algo que pode realmente estar com os dias contados.

Viabilizar um meio de transporte essencialmente urbano empurrado por motores movidos a energia elétrica não é um grande problema. Os trajetos nas cidades são em geral curtos e isso "contorna" o problema número 1 dos veículos elétricos: a pouca durabilidade da bateria e sua consequente autonomia limitada.

Por mais que empresas com grande capacidade tecnológica tenham se debruçado sobre o problema, tentando dar a uma moto ou scooter uma autonomia minimamente decente, o máximo que se obteve até agora foi um alcance de 160 quilômetros, que é o range do scooter BMW C-Evolution, talvez o mais evoluído veículo de duas rodas da atualidade. Não é pouco ter 160 km à disposição mas, uma vez esgotada a carga, o tempo necessário para recompor a energia -- 4 a 5 horas -- "mata" uma eventual necessidade de usá-lo continuamente, seja por qual motivo for.

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A Honda, líder mundial quando o assunto é veículo de duas rodas, recentemente anunciou que vai entrar "para valer" no ramo eletrificado. Ainda não deixou claro como será essa nova fase de sua investida, pois no Japão, há quase uma década, rodam diversos veículos 100% elétricos "by Honda" -- são motonetas e até triciclos que vêm sendo usados por empresas de entregas e inclusive pela empresa de correios, ou seja, um uso profissional que serve mais como aprimoramento da técnica que visa tornar viáveis meios de transporte que dispensem o motor a combustão.

Uma fórmula interessante, que possivelmente estreia no Salão de Tóquio no final deste, é a de uma motoneta ao estilo CUB (imagine uma Honda Biz!) na qual a bateria é um cartucho que, uma vez descarregado, pode ser trocado por outro. Exatamente como nos primórdios dos telefones celulares, onde ter mais de uma bateria era usual: enquanto uma unidade de energia fica na carga, outra é usada.

Honda uni-CUB - Divulgação - Divulgação
Honda uni-CUB permite que a pessoa ande para frente e faça curvas apenas com o jogo de corpo
Imagem: Divulgação

Moto que não cai vem aí

Esta nova versão de motoneta elétrica pode ou não dar as caras em Tóquio, mas uma moto elétrica com grande conteúdo tecnológico está na lista das presenças garantidas: trata-se da "Honda Riding Assist-e", motocicleta do porte de uma Honda NC 750 -- da qual herdou parte da arquitetura do chassi -- e que promete bem mais do que ser apenas mais um veiculo elétrico.

Nesta novidade a Honda aplicou tecnologias desenvolvidas em seu robozinho humanoide, o incrível Asimo, e através delas conseguiu garantir uma estabilidade em baixa velocidade que praticamente equilibraria a moto sem que o condutor necessitasse intervir.

A técnica aplicada, a grosso modo, faz com que o suporte da coluna de direção e o próprio guidão sejam movimentados em velocidade altíssima e com mínima variação, visando justamente o equilíbrio do veículo em baixa velocidade, quando o efeito giroscópico das rodas não favorece o dinâmico.

Conheça a Honda Riding Assist, moto que se equilibra sozinha

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No comando de tudo isso estará uma unidade de controle eletrônico que muito provavelmente irá se aproveitar das recentes pesquisas da Honda no âmbito da inteligência artificial, que é a base do sistema que a empresa adota para desenvolver seus carros autônomos.

Na prática, a Honda Riding Assist-e trará dois aspectos que qualquer empresa com juízo do setor das duas rodas deve perseguir: zero emissões e maior segurança, usando tecnologia incomparável e cujo potencial parece não ter limite definido.

Como se vê, fazer um veículo elétrico não é mais uma meta satisfatória: é preciso fazer com que, além disso, ele seja verdadeiramente eficiente e seguro.