Peugeot-Citroën aposta forte em lançamentos para sair da crise no Brasil
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Grupo programa pelo menos quatro novos produtos em 2018; Peugeot será premium e Citroën terá mais volume
Dificuldades na matriz costumam ter reflexos nas filiais e o Grupo PSA (Peugeot, Citroën, DS e Opel) não é exceção. Novo administrador, ajuda do governo francês e um sócio chinês (Dongfeng) levaram à recuperação financeira da empresa. Líder do processo, o português Carlos Tavares trouxe resultados e enfrenta novos desafios ao acomodar as quatro marcas do grupo (cinco ao incluir a Vauxhall, filial inglesa da Opel).
Tavares é o atual presidente da ACEA (Associação dos Construtores Europeus de Automóveis) e recentemente chamou atenção ao questionar os pesados investimentos em carros elétricos e baterias, induzidos pelos governos europeus, sem atentar se fabricantes e consumidores (que pagam os impostos) podem arcar com os custos.
Para o Brasil, nomeou para liderar as operações a brasileira Ana Theresa Borsari, primeira mulher a exercer essa função no país. As duas marcas perderam espaço no mercado brasileiro e recuperá-lo está entre as prioridades. Embora sem anúncio oficial, 12 concessionárias Citroën e duas Peugeot acabam de encerrar atividades. Pertenciam ao empresário Sérgio Habib, que começou como importador Citroën e chegou a concentrar a maioria das lojas e oficinas, além de ajudar na construção da imagem desta marca no Brasil.
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Reação
Borsari monta um reposicionamento, conforme orientação da matriz. "Peugeot está mais próxima dos fabricantes premium, sem tirar espaço da DS voltada para a alta gama. Citroën continuará sua trajetória de produtos audaciosos, como C4 Cactus, porém direcionados aos altos volumes", declarou à Coluna.
Para recuperar participação, dois produtos foram lançados em um intervalo de cinco dias. Primeiro veio a revitalização do C4 Lounge. O sucessor do C4 Pallas (lançado há 10 anos) veio em agosto de 2013. Sempre produzido na Argentina, o sedã médio recebeu agora uma nova frente. Tecnologia LED está nos faróis, nas luzes de uso diurno e nas lanternas traseiras.
A empresa investiu mais na parte interna. Há materiais de melhor qualidade, nova central multimídia com tela tátil de 7 polegadas, GPS e compatibilidade com Android Auto e CarPlay, quadro de instrumentos digital (tela plana dá um pouco de reflexo) e ar-condicionado bizona. Espaço no banco traseiro é muito bom. Motor 1.6 turbo (173 cv com etanol) e caixa automática de seis marchas formam um conjunto de alto nível. Volante poderia ter menor diâmetro para uma tocada mais instigante. Oferece até seis airbags. Relação preço-benefício atraente: R$ 93.920 a 102.790.
Segundo lançamento é o Peugeot 5008, versão de sete lugares do 3008. Este vem agradando por ser um crossover de estilo diferenciado, sem o exagero de um SUV.
Preserva características de dirigibilidade próximas às de uma station wagon. Trata-se de modelo com amplo espaço interno, graças aos 2,84 m de distância entre eixos. Há três bancos individuais na fileira intermediária e quem viaja no meio se acomoda até de forma razoável. Pesa 65 kg a mais que o 3008 e isso o deixa algo mais lento nas respostas ao acelerador. Volante exclusivo de menor diâmetro, com base e topo retos, traz sensações únicas ao guiar.
Incluído pacote robusto de assistência eletrônica ao motorista, situa-se entre R$ 157.490 e 166.490. Quase preços de lista na Europa, em conversão direta, dão ideia do forte subsídio em razão da diferença de impostos aqui e lá.
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Roda Viva
+ Primeiro acidente fatal envolvendo um veículo autônomo, em Tempe, no Arizona (EUA), deve refletir no ritmo de desenvolvimento dessa tecnologia. Atropelamento de uma ciclista a pé por um Volvo XC90, em teste de desenvolvimento nas ruas pela empresa Uber, está sendo investigado. Depois de conhecido o resultado, poderá haver mais resistências regulatórias.
+ Toyota primeiro acenou e agora mostrou o primeiro automóvel híbrido com motor flex (etanol/gasolina) do mundo. Japonesa ainda não confirmou, mas é praticamente certa a importação do Prius flex. Produção seria viável no Brasil se a carga de impostos diminuir e se confirmado estímulo aos biocombustíveis. Como demonstração, viagem de São Paulo a Brasília só com etanol.
+ Polo, na versão de entrada, tem o mesmo motor de três cilindros do up! Apesar de quase 140 kg mais pesado, movimenta-se bem em cidade, mas na estrada e carregado se ressente da baixa potência em ultrapassagens. À medida que o poder aquisitivo se recuperar, deve atrair compradores por seus atributos de espaço interno e segurança passiva. É necessário modelo desse nível no Brasil.
+ Cor branca tem preferência mundial: quase 40% do total vendido hoje, incluídos todos os segmentos, segundo a BASF. Preto, cinza e prata aparecem em seguida. Azul e vermelho vêm depois. A empresa desenvolve tintas com gerenciamento de temperatura integrado para diminuir aquecimento da superfície do carro, exigir menos do ar-condicionado e, assim, menor consumo de combustível.
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