Carro verde, é? Motoristas ainda confiam mais no motor a combustão
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Estudo feito em 17 países, incluindo o Brasil, mostra: 64% das pessoas preferem veículos convencionais a híbridos ou elétricos
A aceitação de novas tecnologias que vão sacudir a indústria automobilística mundial nas próximas décadas ainda é motivo de incerteza em vários mercados. Para aferir a evolução de como os motoristas encaram o cenário por vir de carros autônomos e meios de propulsão alternativa, a consultoria Delloite atualizou uma pesquisa com 22 mil consumidores de 17 países.
O estudo, chamado "Consumidor Automobilístico Global 2018" e realizado com pessoas de Brasil, África do Sul, Alemanha, Bélgica, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Malásia, México, Reino Unido e Tailândia, apontou conservadorismo persistente quanto ao meio de propulsão nos veículos.
Na média mundial, 64% dos entrevistados preferem os motores a combustão para os próximos anos. Outros 24% optariam por veículos híbridos e apenas 12% apostam em outras alternativas (elétricos a bateria ou pilha a hidrogênio e híbridos plugáveis).
No Brasil, 66% ainda escolheriam os combustíveis tradicionais, perante 13% que prefeririam híbridos e 21% que escolheriam outras alternativas.
"Os preços de híbridos e elétricos ainda estão em patamar elevado, o que justificaria esse quadro em nível mundial. No Brasil, esta realidade torna-se mais marcante pela falta de infraestrutura e de uma rede para reabastecimento de carros elétricos em todo o país”, analisa Carlos Ayub, responsável pelos serviços de setor automotivo da Deloitte no Brasil.
Carro autônomo é mais bem aceito
Por outro lado, o levantamento apontou um aumento de confiança sobre o grau de segurança dos veículos que dispensam a atuação de um motorista para se locomoverem (nível 4 de automação) em relação à mesma pesquisa realizada em 2017.
Deve-se notar que se trata apenas de percepção, pois a tecnologia não está pronta nem se sabe quanto custará (consequentemente sua aceitação), como será aplicada (segregada ou aberta) ou, acima de tudo, regulamentada por órgãos de trânsito e judiciais.
O balanço geral apontou que, no ano passado, 67% dos participantes, em média, acreditam que automóveis totalmente autônomos não seriam seguros. Esse percentual recuou para 41% no relatório compilado este ano.
No entanto até 71% dos entrevistados disseram que a comprovação de um histórico de segurança na operação dos veículos é fator essencial para garantir a confiança. Em outras palavras, “quero ver para crer”.
Na média, 45% dos participantes confiam nos fabricantes de veículos tradicionais para a direção autônoma, 30% apontam novas companhias dedicadas a essa tarefa e 25% acreditam nas empresas de tecnologia existentes (Waymo, Apple e outras).
De acordo com Carlos Ayub, sócio da Deloitte especializado em indústria automobilística, “52% dos brasileiros (acima da média global) são mais confiantes nos produtores de veículos já conhecidos”.
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