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Fernando Calmon

Carro brasileiro ficou mais econômico em 5 anos; evolução precisa continuar

Entre 40 marcas vendidas no país, o ganho no consumo médio ponderado foi de 15,4% - Pedro H. Tesch/Agência Eleven
Entre 40 marcas vendidas no país, o ganho no consumo médio ponderado foi de 15,4%
Imagem: Pedro H. Tesch/Agência Eleven

Colaboração para o UOL, em São Paulo (SP)

07/02/2018 16h07

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Houve avanços com "Inovar-Auto", apesar do protecionismo, e bom senso precisa ser mantido no "Rota 2030"

O programa "Inovar-Auto" vigorou entre 2012 e 2017. Teve um viés protecionista e outro indutor de melhorias técnicas para diminuir consumo de combustíveis. Mesmo tendo dificultado as importações de veículos, há considerações a fazer. A principal delas diz respeito ao ganho de eficiência energética, por conta do fomento aos investimentos em pesquisa e desenvolvimento.

Quando se planejou aquele regime, o mercado brasileiro havia passado a quarto maior do mundo e, assim, altamente atraente. O real tão valorizado em relação do dólar quase anulava a "proteção" de 35% do imposto de importação, alíquota máxima acordada na OMC (Organização Mundial do Comércio). Apesar de protestos justos dos importadores sem fábricas aqui, (curiosamente) apenas quase quatro anos depois houve iniciativas de alguns países de questionar o "Inovar-Auto" na OMC.

Na prática, de pouco adiantou, pois o programa já chegava ao fim. Em outras palavras, a demora em reagir representou apenas vista grossa consentida.

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Quem ficou mais eficiente

Enquanto a burocracia interna também atrapalhava, sobraram como pontos positivos os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, além de um muito bem-sucedido esforço induzido para reduzir o consumo de combustíveis de todos os veículos comercializados no país. Introduziu-se o conceito bem interessante de aumento de eficiência energética, medido em MJ/km por modelo, que compatibilizou diferenças entre gasolina e etanol.

Os resultados foram muito bons. Entre 40 marcas comercializadas no país, o ganho no consumo médio ponderado foi de 15,4%. Segundo cálculos do MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), os compradores de veículos leves passaram a economizar R$ 7 bilhões por ano em combustíveis e evitaram emitir 1 milhão de toneladas por ano de gás carbônico (CO2).

Houve também estímulo fiscal, redução de 1 ponto percentual do IPI (até 2022) para os fabricantes que chegassem a até 18,8% de economia. Sete alcançaram a meta-desafio:

- Audi
- Honda
- PSA (Peugeot-Citroën)
- Mercedes-Benz
- Renault
- Toyota
- Volkswagen

Duas superaram os 18,8% e ganharam 2 pontos percentuais de IPI:

- Chevrolet
- Ford

A General Motors informou à coluna Alta Roda que, na média, os carros de todas as marcas produzidos no Brasil evoluíram, em cinco anos, mais do que nos últimos 20 anos quanto à economia de combustível. No caso específico do Onix, modelo mais vendido no Brasil, a evolução em cinco anos foi de quase o dobro em relação ao seu antecessor, o Corsa, produzido de 1994 a 2016 (23 anos).

Esse cenário deveria servir de base ao "Rota 2030", novo programa esperado para o final de fevereiro. A indústria automotiva representa em torno de 4% do PIB brasileiro e recolhe 10% de todos os impostos. Só este dado representa uma distorção marcante. O que se discute, ainda, é um incentivo de R$ 1,5 bilhão por ano dentro de um universo de renúncia fiscal na economia brasileira -- alcançou-se R$ 277 bilhões em 2015. Governo Federal já diminuiu, de forma acertada, aquele montante.

Precisaria prevalecer, agora, o bom senso. Nova rodada de melhoria de eficiência energética será exigida dos fabricantes por mais 10 anos, em dois períodos quinquenais. É preciso continuar a investir em pesquisa e desenvolvimento. Sem nenhum incentivo, esse esforço sai do Brasil para o exterior. Simples assim.

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Roda viva

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Imagem: Alta Roda
+ Ford mostrou seu novo aventureiro Ka  Freestyle com cinco meses de antecedência de sua chegada ao mercado. É um hatch de visual mais arrojado que a atual versão Trail e altura de rodagem um pouco maior. A fábrica não informou o trem de força, porém a coluna adianta: motor 1,5 litros tricilindro (nacionalizado já a partir de março) e câmbio automático de seis marchas.

+ Ano de 2018 começou com crescimento acima do esperado. Sobre janeiro de 2017 cresceram as vendas (23,1%), produção (24,6%) e exportações (23,6%). Os estoques, por razões sazonais, ficaram no mês passado em 38 dias, pouco acima do ideal (30 dias) e do considerado normal (35 dias). Algumas previsões de vendas em 2018 subiram para mais 15%.

+ Motor V6 turbo (dupla voluta) de 354 cv e nada menos que 51 kgfm de torque garante ao SUV Audi SQ5 acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 5,4 s. Preço também é desafiador (R$ 397.400), mas inclui sistema de som 3D, projeção de informações no para-brisa, tração 4x4 permanente, rodas de 20 polegadas, recursos de condução semiautônoma e até porta-copos climatizado.

+ Primeira impressão é a que fica. Toyota não aceitou o adágio popular e melhorou níveis de acabamento e equipamentos do Etios. Tanto hatch quanto sedã começam a superar a fase inicial ruim. Parte mecânica nunca sofreu críticas. Ainda assim, os dois modelos receberam opção de caixa automática de quatro marchas, a preço competitivo e uso convincente no dia a dia.

+ Honda tratou de repaginar o City na versão 2018. Para enfrentar tempos de concorrência com Virtus e Cronos, para-choques dianteiro e traseiro, grade, lanternas e faróis de LED, airbags laterais de série e nova central multimídia para Android Auto e Apple CarPlay são as principais mudanças. Preços vão de R$ 60.900 (câmbio manual) a R$ 83.400 (câmbio CVT).