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Fernando Calmon

Mercado mais forte puxa bons lançamentos e ressuscita projetos para 2018

Colaboração para o UOL, em São Paulo (SP)

10/01/2018 18h51

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Serão mais de 30 modelos, entre carros inéditos ou de nova geração

Em 2017 o mercado brasileiro finalmente parou de cair e iniciou uma trajetória de recuperação. Com essa estimada melhora, algumas marcas já começam a trazer de volta projetos engavetados -- a Renault, por exemplo, conta com o fim do IPI adicional sobre carros importados imposto pelo "InovarAuto" para novamente estudar a viabilidade comercial de importar a segunda geração do SUV grande de luxo Koleos, fabricado na Coreia do Sul.

Atualmente, o carro está próximo de ser lançado na Argentina, para onde a primeira geração foi importada e depois descontinuada em razão dos impostos e da cotação cambial -- as mesmas razões daqui.

No geral, o que se pode esperar em 2018 é um ano com muitos lançamentos, tanto de produtos locais e regionais (Argentina e México), como de outras origens. Serão mais de trinta modelos, entre carros inéditos ou de nova geração.

Destaques para os nacionais Volkswagen Virtus, Fiat Cronos, Toyota Yaris, Citroën  Cactus; os importados Ford Mustang, Audi A8, BMW X3, Volkswagen Tiguan, Kia Stonic, Volvo XC40, Jaguar E-Pace, Honda CR-V, Jeep  Wrangler e Renault Alaskan. As repaginações, também numerosas: Volkswagen Golf, Ford Ka e Honda City são apenas algumas.

Melhora esperada

Em dezembro de 2016 já se esperava um ano melhor mesmo porque se completou um quadriênio de baixas consecutivas: tombo de quase 50% sobre o ano recorde de 2012, que teve 3,8 milhões de automóveis e veículos comerciais (leves e pesados) vendidos. Nessa queda, o Brasil deixou de ser o quarto maior mercado do mundo e caiu para oitavo.

O ano passado foi em particular importante porque a produção se recuperou de forma mais rápida graças às exportações, com reflexo positivo no nível de emprego da indústria. Os 762 mil veículos enviados ao exterior marcaram um recorde histórico (mais 46,5% sobre o ano anterior) -- esse volume representou 28% da produção total de 2,7 milhões de veículos. Um percentual saudável seria exportar 30% da produção, desde que o mercado interno ajudasse com números mais robustos.

Em 2017 venderam-se 2,240 milhões de veículos, recuperação total de 9,2% (a coluna tinha previsto 9% há pouco mais de um ano). Em dezembro último a média diária de comercialização foi de 10.633 unidades com apenas 31 dias de estoques totais, indicando bons ventos à frente.

Em 2018, apesar de incertezas políticas e econômicas, a reação positiva continua -- existe até uma rara coincidência sobre as previsões para este ano: Fenabrave (concessionárias) e Anfavea (indústria) estimam crescimento de 11,8% e 11,7%, respectivamente, do mercado interno de autos e comerciais. A Coluna aposta em percentual um pouco maior: 14,1%.

Este ano a Anfavea prevê produção de 3,055 milhões de unidades (mais 13,2%), das quais 800 mil seriam exportadas (mais 5%), fechando o mercado interno em 2,502 milhões de veículos. Percentualmente a maior recuperação (em torno de 35%) ocorrerá no mercado de importados com o final do InovarAuto, que aconteceu em 31 de dezembro passado. Este impunha acréscimo de 30 pontos percentuais do IPI para um volume acima de 4 mil unidades/ano para modelos que não fossem argentinos ou mexicanos.

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Vem aí o Rota 2030

O novo programa de diretrizes para a indústria, batizado de Rota 2030 -- e importante por ser mais longo, incentivar pesquisa e desenvolvimento locais, além de projetar novas metas de eficiência energética para modelos nacionais e importados -- teve seu anúncio postergado para depois do carnaval.

Esse novo conjunto de medidas será fundamental para um crescimento sustentável e acima de tudo previsível, sem surpresas ou trancos. Se aprovado sob os termos longamente discutidos, é perfeitamente possível que em 2022 o Brasil retorne aos níveis de mercado de 2012, completando um ciclo de 10 anos perdidos. A indústria automobilística nacional enfrentou quatro crises graves de mercado (incluindo esta) desde seu primórdio, em 1956.

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Roda Viva

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Imagem: Alta Roda
+ Compartilhamento de veículos, na modalidade de aluguel temporário, avança de forma moderada no Brasil. No entanto, a Moobie, que começou por aqui em 2015, conseguiu reunir uma comunidade de 30 mil participantes e 2 mil veículos cadastrados. Ideia, no caso, é ceder o carro por prazo determinado (em média R$ 70 por dia) e assim ajudar despesas, principalmente no começo do ano.

+ Outro aplicativo de compartilhamento de transporte, Zumpy, bem avaliado em Belo Horizonte (MG), agora foi lançado nacionalmente. Sua atividade se concentra em dar caronas pagas em meio urbano. Os passageiros pagam valores de R$ 4 por trajetos de até seis quilômetros, R$ 5 para viagens de seis a oito quilômetros, R$ 6 por viagens de oito a 10 quilômetros e assim sucessivamente.

+ Ressalva a saber: no Honda Fit 2018, avaliado pela coluna no dia a dia, falta regulagem de altura do banco do passageiro, não do motorista. Interessante seria acrescentar uma saída auxiliar para o sistema multimídia.