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Fernando Calmon

Argo redime a Fiat, mesmo sem ser projeto global

Colaboração para o UOL

07/06/2017 21h01

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Se os hatches compactos ainda representam, de longe, a preferência dos brasileiros, apesar de todos os avanços dos SUVs/Crossovers, o ano de 2017 ficará caracterizado pela renovação e atualização tecnológica de projetos em nível poucas vezes vistos na história da indústria. O primeiro a chegar é o Fiat Argo, cujas vendas já se iniciaram, enquanto o novo Volkswagen Polo vai demorar um pouco mais.

Apesar do Fiat Argo não se enquadrar como projeto mundial, o trabalho de desenvolvimento feito em Betim (MG) mostra-se bastante competente. Sua arquitetura básica é a do Punto, o qual substitui, mas com grau de refinamento superior. Isso aparece de forma conspícua desde o estilo bem atraente (basta notar o formato na parte central superior do para-brisa), um interior de características inéditas na marca, os cuidados com as guarnições de portas para garantir seu fechamento com um quê de qualidade e até pormenores como iluminação na região dos pés do motorista.

Oferecer três opções de motores (1 litro tricilindro, 72/77 cv, e dois quadricilindros de 1,3 litro, 101/109 cv, e 1,75 litro, 135/139 cv) e três opções de câmbio (manual e automatizado de cinco marchas, além de um automático moderno de seis marchas) demonstra que a Fiat decidiu cercar a gama de concorrentes diretos.

Estes incluem Onix, HB20, Ka, Gol, Sandero, Etios, 208 e C3 na ordem dos mais vendidos no mês passado. São três as versões (Drive, Precision e HGT), cujos preços, sem incluir opcionais, vão de R$ 46.800 a 70.600.

O Argo significa uma guinada no conceito comum na marca italiana de baixar preço a qualquer preço (trocadilho à margem). Nada de economizar em revestimentos baratos, saídas de ar do painel descuidadas, plásticos com rebarbas, tela multimídia (no caso, de sete polegadas, formato de tablete e alta definição) ou sonegar engates Isofix para bancos infantis. Única opção estranha é o volante com regulagem de altura e distância nas versões mais caras e só em altura, nas mais baratas.

Faróis mais eficientes e sistema apurado de áudio indicam os objetivos buscados.

Espaço interno equivale ao do Onix, com vantagem de 7% no porta-malas de 300 litros (no rival, 280 litros) Seu desempenho dinâmico se destacou na avaliação inicial, em particular com o motor mais potente. O de 1,3 litro se ressente de falta de torque para seus 1.148 kg de peso em ordem de marcha. Já o de 1 litro nem estava disponível no lançamento, pressupondo que deixa a desejar.

Comportamento em curvas exemplar, embora o HGT estivesse com pneus mais largos opcionais. À posição de dirigir, bem melhor que em outros Fiat (volante menos inclinado e mais baixo), soma-se resposta direcional progressiva e precisa. Persiste, porém, curso do acelerador longo demais. Caixa de câmbio automática trabalha sem hesitações ou trancos. Até a regulagem do encosto dos bancos dianteiros, por botão giratório, foge de padrões franciscanos da marca.
Fiat espera vender 6.000 Argo por mês que, se somados aos 9.000 de Uno, Mobi e Palio juntos, lhe dariam condições de reassumir o protagonismo perdido nos últimos dois anos de conflito entre modelos e vendas em queda.

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Roda Viva

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Imagem: Alta Roda
+ Finalmente, boas notícias no mês de maio. Pela primeira vez, desde2014, as vendas de veículos no mercado interno reagem. Cresceram 17% em relação ao mesmo mês do ano passado e, no acumulado do ano, mais 1,6% (considerados apenas veículos leves, + 2,3%) sobre igual período de 2016. Média de 8.900 unidades/dia contra apenas 6.700, em janeiro último.

+ Carros com motores de 1 litro subiram de 33% para 37% das vendas, sugerindo que recursos do FGTS irrigaram mesmo o mercado interno. Estoques se mantêm dentro da normalidade: 33 dias. Exportações tiveram o melhor mês da história e também no acumulado dos primeiros cinco meses do ano. Isso fez a produção crescer robustos 23% sobre janeiro-maio de 2016.

+ Mercedes-Benz Classe C Sport agora é topo de linha do médio-grande produzido no Brasil. Motor 2,0 turbo (245 cv; 37,7 kgfm) tem acelerações vigorosas. Novo câmbio automático de nove marchas permite respostas imediatas, além de manter velocidades de cruzeiro de 120 km/h a menos de 2.000 rpm. Gerenciamento de ruído do escapamento também encanta. Preço: R$ 241.900.

+ Dinamarca: país pioneiro em incentivar carros elétricos, mudou e resolveu retirar quase todos os subsídios. Resultado foi queda de 60% na comercialização no primeiro trimestre deste ano, incluídos híbridos recarregáveis em tomadas. Nada contra os elétricos, mas, quando algo dá errado, a repercussão aqui é a dos três macaquinhos: não falo, não vejo, não ouço...