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Olho eletrônico quer salvar motorista da contramão

Câmeras no para-brisa do novo Classe S podem identificar sinais de trânsito e alertar motorista desatento - Divulgação
Câmeras no para-brisa do novo Classe S podem identificar sinais de trânsito e alertar motorista desatento Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

30/07/2013 23h34

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Você conhece ou já ouvir falar do termo motorista-fantasma? Trata-se de um neologismo, usado no exterior, para indicar alguém ao volante que, por distração, cansaço, sonolência, má visibilidade, traçado complicado da via, placa danificada/vandalizada ou simplesmente barbeiragem, entrou na contramão de uma rua, avenida, estrada ou autoestrada.

É uma das situações de maior risco para a segurança do trânsito. Preocupa até países com grande tradição automotiva, mesmo que tenham desenvolvido boas autoescolas, exames de habilitação dos mais rigorosos e baixa tolerância às infrações.

Dois veículos, ao bater de frente (um deles conduzido de forma correta, em sua mão de direção), geram energia cinética fabulosa e quase sempre fatal aos ocupantes. Uma colisão com cada carro a apenas 40 km/h equivale, dependendo das massas envolvidas, a uma batida frontal a 80 km/h contra uma barreira fixa. Para ter uma ideia, os testes de colisão com bonecos antropométricos, aplicados por institutos especializados (como os do padrão NCAP) e pelos próprios fabricantes (testes privados), são executados à velocidade de 64 km/h.

Em um período de três meses, 25 pessoas morreram na Alemanha depois que as autoridades passaram a monitorar com mais rigor esse tipo de acidente. No entanto, o problema é maior. O Ministério de Transportes alemão estima cerca de 1.700 avisos por ano sobre motoristas-fantasmas emitidos por rádios FM dedicadas, muito comuns nas estradas por lá. O Automóvel Clube da Alemanha contabiliza um total de 2.800 invasões na contramão, embora na maioria das vezes não se transformem em tragédia.

  • Divulgação

    Aviso de contramão inclui alerta sonoro e luz piscando no centro do painel de instrumentos

OLHO ELETRÔNICO
Parte desse problema começa a ser amenizado com a evolução do recurso chamado Assistente a Placas de Trânsito. Modelos de preço elevado já reproduzem no quadro de instrumentos as indicações de velocidade máxima em ruas e estradas, além de placas de ultrapassagem proibida. Os dois mais caros da Mercedes-Benz, lançados este ano -- a reestilização do Classe E e o novo Classe S, agora incluem sinalização de grande relevância, a de contramão.

Funciona por meio de uma câmera colocada na parte interna do para-brisa, atrás do espelho retrovisor. Ela identifica os sinais de contramão e envia a informação aos computadores de bordo que os processa e reproduz no centro do quadro de instrumentos. Se detectar que o veículo está prestes a entrar na zona de mão proibida e vai invadir a via, o sistema adverte o motorista com três bipes altos e acende um sinal de contramão piscante no mostrador principal.

A fim de melhorar a confiabilidade do assistente eletrônico, um computador compara os dados da câmera com o da navegação GPS. Se há problema de visibilidade -- tempestade de neve, neblina ou temporal, por exemplo -- é gerado um aviso ao motorista que o sistema está temporariamente indisponível.

Há planos de expansão gradativa dessa nova aplicação para automóveis de preço menor da Mercedes -- Classes C, B e A -- além de outros do portfólio da marca. O Assistente a Placas de Trânsito, nessa versão ampliada, só está disponível, por enquanto, nas vias de circulação da Alemanha. Mas o fabricante informa que trabalha para desenvolver e adaptar tal recurso de segurança, de grande utilidade, para funcionar em mais países.

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RODA VIVA
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+ Volkswagen quer dar mais ênfase aos 60 anos no Brasil quanto a lançamentos de produtos. Inteiramente novo, o subcompacto Up terá começo de produção na última semana de novembro -- a coluna pode adiantar. Então, nada de vendas em 2013. Assim, ao Golf 7 (três gerações acima da atual), de início importado da Alemanha, caberá a missão.

+ Complementar a produção local tem funcionado bem, inclusive com o México regulado por cotas  (provisoriamente, acredita-se). Ford produz novo Fiesta hatch em São Bernardo do Campo (SP) em um turno cheio nas atuais condições de mercado. Já versão sedã continua vindo do México, pois não se justifica criar meio turno de trabalho.

+ Câmbio automático tradicional (conversor de torque) de seis marchas vai bem no Onix com motor 1,4l/106 cv (etanol) no trânsito pesado do dia a dia. Trocas de marchas rápidas e suaves, sem afetar de forma cruel acelerações e retomadas. Seleção manual por botão no pomo da alavanca de câmbio não é ideal, mas adaptação a esse sistema nada tem de dramático.

+ Saiu o ranking semestral dos dez modelos mais vendidos em 30 países da Europa Ocidental, segundo a consultoria Jato: Vokswagen Golf, Renault Clio, Ford Fiesta, VW Polo, Peugeot 208, Opel/Vauxhall Corsa, Ford Focus, Nissan Qashqai, Opel/Vauxhall Astra e BMW Série 3. Clio e Fiesta, praticamente empatados; único médio-grande na tabela, Série 3, deslocou o Passat.

+ Ceras líquidas de polimento avançam na preferência sobre as tradicionais, em pasta. De acordo com a Autoshine, uma das vantagens é a rapidez na operação -- por volta de 15 minutos, ou metade do tempo, no caso de automóveis de porte médio. Facilita a aplicação em peças de plásticos e borracha, além de evitar eventuais manchas em cores mais ingratas como preto e vermelho.