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GM promete quatro modelos inéditos para o Brasil em 2011

GM promete quatro lançamentos, e Cruze finalmente parece piscar para os brasileiros - Divulgação
GM promete quatro lançamentos, e Cruze finalmente parece piscar para os brasileiros Imagem: Divulgação

CLAUDIO DE SOUZA<br>Editor de UOL Carros

12/01/2011 16h26

A General Motors prometeu lançar no Brasil, até o final deste ano, quatro carros totalmente inéditos. A afirmação foi feita por executivos da empresa numa entrevista durante o Salão de Detroit, nos Estados Unidos, na tarde de terça-feira (11). Eles não disseram quais são esses carros.

No entanto, é possível afirmar que o Chevrolet Cruze faz parte do pacote. O carro, produto global da GM, pode até ser lançado em nosso país já nas duas opções de carroceria, de dois (hatch) e três volumes (sedã). Apresentado no Salão de Paris de 2008, bem no comecinho da crise financeira global que levou a GM à concordata no ano seguinte, o carro desembarcou nos principais mercados primeiro como sedã; o hatch foi mostrado no Salão de Paris subsequente, em 2010, e deve entrar em produção neste primeiro semestre.

No Brasil, o Cruze -- já à venda na Argentina -- deve sepultar em definitivo os Vectra sedã e GT (hatch).

Outro provável lançamento é o do Spark, compacto que pode matar o Celta e tornar-se o novo carro de entrada da Chevrolet no Brasil. Um sedã baseado nele seria o substituto do Prisma. Hoje na terceira geração e já vendido em vários países da América do Sul (como Paraguai, Venezuela e Chile), o Spark tem DNA da Daewoo, subsidiária sulcoreana da GM, e também é conhecido como Matiz. Sua plataforma atual, a Gamma, foi desenvolvida pela marca oriental.

Como especulação, vale acrescentar à lista uma eventual substituta da picape S10, um crossover compacto derivado do Agile e uma nova minivan que pode tirar de linha Meriva ou Zafira, ou ambas.

VOLT NO BRASIL
A GM afirmou que levará ao Brasil algumas unidades do Chevrolet Volt, o polêmico hatch elétrico lançado no final do ano passado por aqui e eleito carro do ano nos EUA na abertura deste Salão de Detroit. A empresa pretende fazer testes com os combustíveis brasileiros -- tanto etanol puro quanto nossa gasolina E22, com 22% de etanol. Nos Estados Unidos, o modelo roda apenas com gasolina, de preferência premium.

Também deve levar exemplares a representantes do governo Dilma Rousseff para tentar convencê-los de que o modelo merece receber algum tipo de subsídio para sua eventual venda no Brasil. Sem isso, não há viabilidade, disse o chefão da GM para o Mercosul, Jaime Ardila.

CHINESES
Depois de vender, pela primeira vez, mais de 1 milhão de carros na América Latina em um único ano (2010) e de liderar em sete dos dez mercados locais (mas em países secundários, como Paraguai e Equador; no Brasil, ficou em terceiro lugar), a GM terá de enfrentar ao menos uma dor de cabeça ao longo deste ano: a entrada dos carros chineses no mercado verde-amarelo.

Denise Johnson, presidente da GM do Brasil, disse que a companhia está "de olhos bem abertos" para esse fenômeno, e admitiu que os concorrentes chineses têm condições de incomodar não apenas pelo preço reduzido e volume de produção, mas também pela gradual evolução tecnológica e de qualidade de seus produtos. Para a executiva, a força da marca Chevrolet e sua ampla e consolidada rede de concessionários são trunfos nesse combate.

Ardila lembrou que, para manter o bom nível do pós-venda, os depósitos de peças da GM no Brasil possuem cerca de 93% de itens para reposição imediata, e os 7% faltantes podem ser de peças de pouca demanda, mas de fácil reposição sob encomenda.

Por fim, o executivo, que até 2010 presidiu a GM do Brasil, fez questão de dizer, aparentemente em tom jocoso, que a GM também fabrica e vende carros na China, com a Shangai GM -- uma associação com a SAIC, que aliás é a sócia majoritária -- e mais três marcas: Chevrolet, Buick (muito bem vendida por lá) e Cadillac. 

"Quando vocês dizem 'invasão chinesa', espero que estejam falando também de uma invasão da GM, porque a GM também é chinesa", sublinhou Ardila. No total, a GM vendeu cerca de 2,3 milhões de carros na China em 2010. É o segundo maior mercado mundial da empresa. O primeiro é sua casa, os EUA. O terceiro, a nossa. 

Viagem a convite da Anfavea