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França vai acabar com benefício fiscal para carros a diesel

70% dos carros novos vendidos na França eram em versão diesel, em 2015 - Yoan Valat/EFE
70% dos carros novos vendidos na França eram em versão diesel, em 2015 Imagem: Yoan Valat/EFE

<br>Michel Rose

De Paris (França)

13/10/2016 20h57

O governo da França vai oferecer às empresas o mesmo crédito fiscal, seja para compra de carros a gasolina ou de modelos a diesel. Na prática, haverá o fim de um incentivo que tem sido fundamental para impulsionar as vendas de modelos a diesel.

"Vamos dar à gasolina o mesmo tratamento fiscal que o diesel tem atualmente", afirmou Ségolène Royal à rede de TV France 2, nesta quinta-feira.

As empresas que atualmente compram carros a diesel podem obter dedução maior do IVA (imposto sobre a compra) do que para carros a gasolina. Segundo Royal, o governo não vai desfazer completamente a redução de impostos do diesel por causa da importância das vendas dessa motorização para a indústria francesa.

Apesar de escândalos que afetaram projetos a diesel em todo o mundo, a proporção de vendas de carros com este tipo de motorização ainda é alta dentro da Renault e do Grupo PSA (Peugeot e Citroën), tanto na França quanto no resto da Europa.

O imposto revisto entrará em vigor gradualmente ao longo dos próximos dois anos. O governo quer dar tempo suficiente para transição para o transporte limpo, disse Royal.

Popularidade do diesel em queda

Compradores europeus têm sido atraídos tanto por preços menores na bomba quanto pelo melhor consumo de carros a diesel.

Cerca de 68% dos automóveis e veículos comerciais leves em estradas francesas estavam usando diesel no início de 2015, de acordo com o CCFA, a associação de montadoras da França. Isso foi antes da admissão do Grupo Volkswagen que fraudou testes de diesel nos testes de emissões norte-americanos, porém.

O escândalo chamou a atenção para os efeitos potencialmente nocivos das emissões de diesel, depois da Volkswagen admitir ter instalado tecnologia para anular os resultados do teste em quase 11 milhões de seus veículos a diesel em todo o mundo.