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Venda de carros novos sofrerá queda superior a 20% em fevereiro

Pátios das montadoras seguem lotados, com estoques que poderiam abastecer as concessionárias ininterruptamente por quase dois meses - Wesley Santos/Folhapress
Pátios das montadoras seguem lotados, com estoques que poderiam abastecer as concessionárias ininterruptamente por quase dois meses Imagem: Wesley Santos/Folhapress

Alberto Alerigi Jr.<br>Aluísio Alves

Em São Paulo (SP)

29/02/2016 15h23

Os licenciamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no Brasil em fevereiro devem cair mais de 20% em relação mesmo período do ano passado, antecipou à Reuters, nesta segunda-feira (29), uma fonte do setor com acesso aos dados de vendas.

Segunda a fonte, os emplacamentos registrados até o último domingo (28) somaram 136,8 mil unidades, o que corresponde a uma média de apenas 7.200 veículos por dia útil. Em fevereiro de 2015 o índice diário ficou em 9.787 unidades. Se o ritmo for mantido até o encerramento do mês, ainda nesta segunda, o total de vendas ficará próximo a 144 mil carros, recuo de 22,5% ante o ano anterior e de 7% no comparativo com janeiro.

Ainda de acordo com o informante, veículos de passeio e comerciais leves foram responsáveis por 132,5 mil emplacamentos até domingo, enquanto o setor de caminhões registrou 3,6 mil comercializações e o de ônibus, 690.

Em baixa

Em janeiro, a produção foi a pior para o mês desde 2003. O presidente da Anfavea (associação dos fabricantes), Luiz Moan, afirmou que nos dois meses seguintes os números tendiam a ser ainda mais fracos, diante da necessidade de ajuste dos estoques, que encerrou janeiro em 254,3 mil unidades, suficientes para 49 dias de vendas.

Até o fim do ano a associação espera queda de 7,5% no setor, para 2,3 milhões de automóveis, o quarto recuo anual consecutivo. Outros executivos são ainda mais pessimistas. José Luiz Gandini, representante da Kia no Brasil, aposta em um mercado "de 2 milhões de carros" em 2016. Já Sergio Habib, presidente da JAC, disse "duvidar que o setor consiga vender mais de 1,8 milhão".