Renault pode transformar crise na Rússia em vantagem
MOSCOU (Reuters) - A Renault, a grande montadora com maior participação na Rússia, pode transformar uma crise de mercado em vantagem à medida que Moscou pondera um esquema de subsídios para estabilizar a demanda e um rublo mais fraco sabota rivais que fabricam menos peças localmente.
A montadora francesa, a parceira de aliança Nissan e a subsidiária russa AvtoVAZ estão entre as montadoras exibindo novos modelos no salão do automóvel de Moscou nesta semana, em meio a tensões entre a Rússia e o Ocidente sobre a Ucrânia, que já levaram as vendas de carros na Rússia a uma forte queda.
Embora sem descartar cortes na produção se a fraqueza persistir, o chefe da Renault na Rússia não tem planos de revisar ou adiar o desenvolvimento de veículos, acreditando que uma atitude anterior de investir durante um período de baixa em 2009 foi justificado quando a Rússia se tornou um dos mercados mais lucrativos da montadora nos anos seguintes.
"Agora não é o momento de tomar decisões ruins de não fazer coisas", disse Bruno Ancelin para a Reuters em uma entrevista nos corredores do salão do automóvel. "É precisamente quando o mercado está perturbado que se deve investir".
No entanto, a Renault e a marca Lada, que a companhia francesa controla indiretamente, aproveitam o benefício de uma proporção relativamente alta de peças fornecidas de dentro da Rússia e faturadas em rublos, enquanto rivais como a Ford sofrem um aperto por custos cada vez maiores de importação. O rublo acumula uma queda de cerca de 10 por cento ante o dólar até agora no ano.
Subsídios estatais para vendas sendo estudados podem ser acompanhados por restrições a importações, segundo relatos na imprensa russa, potencialmente tornando a situação ainda mais difícil para aqueles que importam veículos ou peças.
A própria baixa pode ser aliviada ou até mesmo revertida se Moscou revelar novos subsídios significativos para alavancar a demanda. Executivos do setor automotivo, incluindo Ancelin da Renault, dizem acreditar que um anúncio é iminente.
(Por Laurence Frost, Maria Kiselyova e Gleb Stolyarov)
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