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Na contramão do mercado automotivo, Banco Mercedes-Benz bate recorde no Brasil

<br>Alberto Alerigi Jr.

Em São Paulo (SP)

28/07/2014 14h07

Atento ao espaço criado pelo maior conservadorimo dos bancos comerciais no financiamento de veículos, o Banco Mercedes-Benz conseguiu se desviar do cenário de retração no setor e teve o melhor primeiro semestre da história da instituição no país.

Apoiado no forte desempenho de financiamento a veículos pesados como caminhões, o braço financeiro da montadora alemã fechou junho com uma carteira de empréstimos 10,4 por cento maior do que um ano antes, a 10,6 bilhões de reais.

O resultado veio na esteira dos 2,1 bilhões de reais em novos negócios, alta de 31,3 por cento em 12 meses. Desse total, 1,1 bilhão de reais foi liberado para financiar a venda de caminhões, valor ano a ano 45 por cento superior.

"Tivemos algumas condições favoráveis, como maiores liberações pela modalidade Finame", disse à Reuters nesta quinta-feira o presidente-executivo do Banco Mercedes-Benz do Brasil, Bernd Barth, referindo-se à linha de crédito repassada pelo BNDES para financiar a compra de veículos pesados novos, inclusive caminhôes e ônibus.

O banco também se beneficiou da maior restrição dos bancos comerciais na concessão de novos financiamentos para veículos, em meio aos esforços para reduzir seus índices de inadimplência.

Isso abriu mais oportunidades para os bancos de montadoras, que passaram a se envolver mais fortemente na concessão de crédito para compra de veículos de suas próprias marcas.

Segundo Barth, o Banco Mercedes-Benz não mudou radicalmente suas métricas para concessão de crédito, apenas algumas mudanças pontuais, como do valor de entrada pedido na compra. Ele não detalhou números, mas garantiu que a inadimplência segue controlada.

Para a segunda metade do ano, o banco considera chance de alguma desaceleração, mas manteve a expectativa de crescimento de sua carteira em "um dígito alto" no acumulado de 2014.

"Estamos observando atentamente os impactos das incertezas decorrentes de alguns indicadores macroeconômicos desfavoráveis", disse Barth.

De todo modo, o resultado ainda seria amplamente divergente da média do mercado. No começo do mês, a Fenabrave, entidade que representa as concessionárias de veículos no país, revisou a previsão de desempenho das vendas para caminhões e ônibus em 2014, de alta de 1,63 por cento para queda de 14,07 por cento.