Topo

Ford quer triplicar venda do New Fiesta com produção no Brasil

Alberto Alerigi Jr.

Em São Bernardo do Campo (SP)

25/03/2013 15h46

A montadora Ford anunciou nesta segunda-feira (25) o início da produção no Brasil do New Fiesta, projeto em que a empresa investiu R$ 800 milhões para ajudar a triplicar suas vendas no segmento até o fim de 2014.

Com o início da produção na fábrica de São Bernardo do Campo, na região do ABC paulista, a Ford deixa de importar para o país o hatch fabricado no México e pretende usar o Brasil para abastecer de maneira mais próxima a região da América do Sul.

O carro, lançado no mundo em 2012 e que terá seu preço divulgado no fim de abril, começa a ser produzido em um momento de maior da competição pelo segmento de compactos com mais equipamentos de série, como sistemas de entretenimento, e também diante do aumento da renda e das vendas de veículos no país.

"Temos ambição de crescer significativamente o volume de vendas no segmento de compacto premium. Queremos crescer duas a três vezes em relação às vendas que tínhamos com os importados do México", disse o vice-presidente da Ford para a América do Sul, Rogélio Golfarb, a jornalistas.

Ele citou entre os rivais do New Fiesta os compactos HB20, da Hyundai, e Onix, da General Motors, ambos lançados em 2012 no país e que têm registrado fortes vendas.

A Ford vendeu cerca de 31.600 unidades do New Fiesta no Brasil no ano passado, dos quais 21.270 do modelo hatch que começou agora a ser fabricado em São Bernardo do Campo e o restante da versão sedã do carro. No total, a Ford vendeu 323,6 mil automóveis e comerciais leves no Brasil em 2012, ficando com uma participação de mercado de 8,9%.

Golfarb não informou se a Ford pretende começar a produzir o New Fiesta sedã no Brasil. Ele afirmou que a montadora não fará uma versão com motor 1.0 do carro, porque já produz o Ka, e manterá a produção da versão antiga do Fiesta em sua fábrica em Camaçari, na Bahia.

Segundo o executivo, o New Fiesta tem 75% de conteúdo local no somatório do valor das peças, nível próximo do novo utilitário EcoSport lançado no ano passado, outro modelo fruto da estratégia da montadora de ter plataformas globais de veículos para otimizar os custos.

Golfarb afirmou que a opção por produção no Brasil não decorreu da renegociação do acordo automotivo do país com o México em 2012, que estabeleceu cotas de importação sem incidência de imposto de importação.

"Decorreu da importância do segmento e da necessidade de levar o carro a volumes mais altos de vendas. Nós estávamos trazendo do México para antecipar o modelo aqui no Brasil", disse o executivo.

Ele acrescentou que a Ford continua importando do México o sedã de luxo Fusion, cujos volumes de vendas ainda não justificam produção local.