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GM evita greve no Brasil com adiamento de demissões

Empregados da GM de SJC (SP) paralisaram atividades em protesto contra possíveis demissões - Nilton cardin/Sigmapress
Empregados da GM de SJC (SP) paralisaram atividades em protesto contra possíveis demissões Imagem: Nilton cardin/Sigmapress

Brad Haynes<br>Guillermo Parra-Bernal

Em São Paulo (SP)

27/01/2013 15h11

A GM evitou uma iminente greve no Brasil adiando a demissão de até 750 funcionários até o fim do ano e prometendo investir cerca de R$ 500 milhões em sua unidade de São José dos Campos, no interior de SP.

O acordo, firmado na noite do último sábado (26) com líderes do sindicato de metalúrgicos de São José dos Campos, adia os esforços politicamente sensíveis da marca para desativar o que, segundo a montadora, é uma linha de montagem não competitiva na cidade.

O sindicato Sindimetal-SJC disse em seu website que os funcionários são membros da linha de produção do modelo Classic. Porta-vozes da GM não estavam imediatamente disponíveis para comentar.

Desde o ano passado, a GM enfrenta pressão da presidente Dilma Rousseff para manter funcionários em troca de desonerações que ajudaram a levar as vendas no quarto maior mercado automobilístico do mundo a nível recorde no ano passado.

Ainda assim, a produção de automóveis na indústria automotiva brasileira caiu pela primeira vez em uma década e a produtividade despencou para a mínima em seis anos, à medida que a elevação de salários, gargalos de transportes e rígidas leis trabalhistas erodiram a competitividade das fábricas locais.

DESACELERAÇÃO
O impasse da GM com o sindicato é um dos conflitos trabalhistas de mais alto perfil no Brasil, onde uma oferta apertada no mercado de trabalho forçou companhias a conceder acentuados aumentos salariais. O desemprego caiu para máximas recordes apesar de dois anos de crescimento econômico decepcionante, ajudando a elevar a popularidade de Dilma e do PT.

O complexo da GM em São José dos Campos produz o Chevrolet Classic, além do TrailBlazer e da picape S10, e motores e transmissões em outras linhas de montagem. A conjunto emprega mais de 7 mil funcionários.

Os funcionários votarão o acordo nesta segunda-feira (28), disse o sindicato.