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Tesla: "piloto automático" confunde motoristas e traz riscos, diz pesquisa

Motorista de Model X morreu após bater em barreira de concreto a 120 km/h na Califórnia (EUA) - Reprodução/Twitter
Motorista de Model X morreu após bater em barreira de concreto a 120 km/h na Califórnia (EUA)
Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo (SP)

22/06/2019 07h00

Resumo da notícia

  • Autopilot da Tesla estava ativo em acidentes fatais nos EUA
  • Sistemas totalmente autônomos ainda não estão homologados
  • Assistência à condução ainda exige a atenção do condutor, reforça IIHS

Muitos motoristas estão entendendo errado como funciona a tecnologia de assistência de direção do Tesla (Autopilot), segundo pesquisa do IIHS, órgão independente de segurança viária dos Estados Unidos.

A pesquisa, que ouviu 2 mil pessoas, mostrou que boa parte delas se confunde na operação de sistemas semiautônomos, incluindo os disponibilizados por Nissan, BMW e Cadillac -- anunciados como sistemas de "condução sem o uso das mãos". No entanto, todas essas tecnologias hoje exigem que o condutor se mantenha atento ao trajeto e mantenha as mãos no volante, para assumir o controle em caso de necessidade.

Quando perguntadas sobre o Autopilot da Tesla, 48% das pessoas ouvidas entendiam que seria seguro tirar uma das mãos do volante. Do mesmo número, 34% acharam que poderiam falar ao celular com o dispositivo, 17% acharam que poderiam mandar mensagens de texto, 8% acharam que poderiam assistir um filme e 6% pensaram ser seguro dormir enquanto o carro está rodando sozinho.

O estudo foi divulgado após alguns donos de Tesla usarem erroneamente o Autopilot, com alguns resultados fatais.

Em março, um motorista bateu na lateral de um caminhão na Flórida. Seu Model 3 ficou completamente sob o caminhão, cortando o teto do carro e o matando. Uma investigação preliminar revelou que o Autopilot estava ligado no momento do acidente e o condutor tinha tirado as mãos da direção.

O mesmo aconteceu no acidente fatal com um Model X na Califórnia.

"Os níveis atuais de automação poderiam melhorar a segurança", falou o presidente do IIHS, David Harkey, que alerta que a má comunicação pode ser perigosa para a segurança rodoviária.

"No entanto, a menos que os motoristas tenham uma certa quantidade de conhecimento e compreensão, esses novos recursos também têm o potencial de criar novos riscos. O Autopilot não se destina a liberar o motorista. Mesmo que a Tesla deixe isso bem claro no manual, essa mensagem não está sendo transmitida para todos os usuários."

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